E nos teus Olhos que me Perco
Se eu pudesse falar tudo em poesia
Falaria dos teus olhos de magia
Roubaria o luar da praia um dia
Para em meio da noite ser teu guia
Você me jogou fora, me disse vá e eu ia
Disse que eu não era nada e que nada seria
Então eu fui para o mar ser sala vazia
Pra você eu não era nada, só algo sem valia
Então em vez de abraço te dei despedida
Não fui mais estrala no céu fui estrala caída
Numa praia sem luz sem areia sem vida
Eu era só eu eu o que pra você nunca seria
Teus olhos. (Julio Bernardo do Carmo ).
Teus olhos tem a cor do mar.
Mas que cor tem o mar ?
Azul cerúleo.
Quando transpiro tua serenidade que
me acalma e me conforta.
Verde esmeralda.
Quando respiro tua esperança e me redobro
na aspiração de meus sonhos mais sublimes,
que afinal também são teus sonhos.
Castanhos escuros, como duas castanholas que repicam
a sonoridade musical de nosso amor.
Afinal de que importa a cor do mar ?
Se a luz de teus olhos me ilumina
e com tanta intensidade me fascina.
Desculpe-me senhorita! Mas não pude deixar de notar teu belo sorriso e o brilho dos teus olhos que ofuscaram o brilho das estrelas
Fascínio no olhar
Em teus olhos, encontro paz
Que há tempos eu procurava,
Sem saber por onde andavas,
Será que também me desejavas?
Na minha mente, tu passeias,
Deixando marcas, lembranças cheias,
Encontrei-te sem querer,
E sem querer, me encantei, mulher.
Meus olhos buscam a ti no infinito de tua bondade. Minha voz busca misericórdia de teus ouvidos. Meus joelhos se dobra ao chão em busca de teu perdão. Minha alma agradece pelo teu grandioso amor. E por ser este meus Deus de misericórdia
Intensa como fogo perene e furioso, faminto por consumir tudo o que há pela frente. Teus olhos dilaceram os céus, sob a cólera das luzes das tempestades violentas, tal como um ensaio da fúria divina. Queimas, consomes a ti mesma, por teus amores, risos e dores, mas a violência da tua existência, como uma força da natureza, me lembra que existes e me questiono, livre de medos: Seria sadismo, desejar em doce agonia, infligir a minha própria carne e espírito esta doce pena, abraçando tuas chamas?
Noite. E em teus olhos, amada, não vejo estrelas,
Mas sim a fúria gélida de luas estilhaçadas,
O eco persistente de antigas procelas,
As sombras disformes, por medos abraçadas.
Teu peito é um mausoléu de mágoas não ditas,
Um jardim devastado onde só espinhos ousam florir.
E eu? Eu sou o coveiro faminto que visita
Cada cripta da tua alma, sem jamais fugir.
Que venham teus demônios! Que urrem e se contorçam!
Eu os recebo com a fúria faminta do meu desejo.
Rasgo suas carnes espectrais, que me devorem!
Em cada ferida deles, o meu amor eu vejo.
Teus traumas são tapeçarias que eu venero,
Bordadas com o sangue escuro do teu penar.
Eu beijo cada nó, cada fio austero,
E neles encontro o mais sagrado altar.
Não tente esconder a angústia que te corrói,
O veneno lento que gela tuas veias finas.
Entrega-me! Deixa que meu beijo o destrói,
Ou que se misture ao meu, em danças assassinas.
Teus receios são bestas? Eu serei o caçador!
Não para matá-los, mas para domar sua ira.
Montarei em seu dorso, com selvagem ardor,
E farei da tua escuridão a minha lira.
Eu não vim para curar, nem para trazer a luz.
A luz é frágil, mente sobre a podridão que resta.
Eu vim para fincar minha bandeira na tua cruz,
Para reinar contigo nesta noite funesta.
Abraça-me com tuas garras de pavor cravadas,
Deixa teu caos sangrar sobre meu peito aberto.
Sou o guardião voraz das tuas alvoradas
Quebradas, o amante do teu deserto.
Em meus braços, teus monstros encontrarão espelhos,
E em meu toque feroz, um reconhecimento brutal.
Sou o santuário profano dos teus pesadelos,
O inferno seguro, teu paraíso mortal.
Então, chora tuas dores em meu ombro de granito,
Liberta as sombras que insistes em acorrentar.
Eu as devoro, as acolho, as bendigo e as incito.
Pois amar-te, minha sombria flor, é abraçar o teu lugar mais maldito
e chamá-lo, enfim, de lar.
CADA VEZ QUE TE VEJO
Demétrio Sena, Magé - RJ.
Fico assim só de olhar nos teus olhos nos meus;
dou adeus e te levo, e permaneço assim,
por um curto sem fim que só depois me chama
e derrama o vazio de já não te ver...
Quando bebo em teu rosto esse dizer profundo
que me cala e consente ficar tonto e bobo,
eu me roubo pra ti; nem preciso de mim;
vou ao fim do meu mundo e colho céus ocultos...
É assim que me flagro desde que te achei,
desde quando não sei, porque lá me perdi
sob tuas presenças e muitos adeuses...
Ao saíres da linha do meu horizonte,
cada vez que te afastas ou cumpro essa pena,
fico assim, viro ponte suspensa no caos...
JANELA
Demétrio Sena, Magé - RJ.
Se me dou aos teus olhos deste jeito;
se meus olhos te caçam, como vês,
não é caso de ausência do respeito
nem de ser dominado pela tez...
Tenho plena ciência dessas leis
que me vetam de todo e qualquer pleito,
conto sempre até quatro, cinco, seis,
depois levo meu sonho para o leito...
Eu te quero faz tempo; desde o dia
em que vi teu olhar que só me via
como alguém que pros olhos pouco importa...
Sei do quanto é só minha esta novela,
como sei te querer pela janela;
nunca hei de forçar a tua porta...
AUTORRETRATO
Demétrio Sena, Magé - RJ.
Os meus versos te pegam no pós-banho;
nos teus olhos de quem se masturbou;
eles fazem teu show perder a classe,
porque mostram quem és no camarim...
Meus poemas arriam tua calça
onde a tua nudez não é bem-vinda,
quando a falsa moral quer pecadores
para dar pôr na berlinda ou na fogueira...
Só não posso negar para mim mesmo
que me pego na minha hipocrisia,
pois a minha poesia me revela...
Sou a própria expressão do réu confesso;
se meu verso te flagra no teu flato,
denuncia minha mão amarela...
NADA
Demétrio Sena, Magé - RJ.
Muitas vezes ensaio reaver teus olhos,
uma breve atenção que sinalize um sim,
que me chame do fim para novo começo
e me deixe feliz por pensar que já sou...
Logo acordo e me vejo tão fora do sonho,
tão real no vazio, tão corpo sem alma,
ponho todas as forças num sono forjado
pra dormir pro que sinto e me livrar de mim...
Nada salva esta nau à deriva no ermo
de qualquer esperança, de alguma utopia
menos vaga e vazia dentro do meu ser...
Se remar é preciso não é neste caso;
tenho rumo impreciso na fuga traçada
que me leva pra nada em busca de ninguém...
COLHEITA EQUIVOCADA
Demétrio Sena, Magé - RJ.
Confiei nos teus olhos e me deixei ver
pelo avesso, por fora e por todos os pontos,
os estágios e os prontos de minhas verdades
mais à vista e cravadas em meu eu mais fundo...
Fui me abrindo, me pondo, me fiz expoente,
permiti que soubesses de cada estranheza
da minh´alma de massa verídica e nua;
natureza pagã do meu corpo abstrato...
Quando mais confiava em tua confiança
percebi que te armavas contra o não perigo,
ao abrigo de ventos que jamais sopraram...
Revelei meu pior, mas doei o mais são;
tua mão nunca soube colher minha flor,
preferiu colher medos e pré-julgamentos...
VERDADES OPOSTAS
Demétrio Sena, Magé - RJ.
De repente não sei despir meus olhos
dos teus olhos, teu riso, tua estampa,
tudo acampa no bosque da saudade
que brotou em meus campos afetivos...
Tua voz acompanha meu silêncio
e me faz esquecer os sons externos,
meus eternos motivos de sonhar
se renderam à tua novidade...
Não há pressa em saber se já te amo,
pode ser um sussurro de carência
ou daquelas paixões de meninice...
Mas a minha verdade não é tua;
minha lua não cabe no teu mar;
o que sinto é só meu, de mais ninguém...
AMOR À PARTE
Demétrio Sena, Magé - RJ.
Fui à última instância de crer nos teus olhos
e de crer nos meus olhos como tua crença,
minha imensa esperança num afeto extremo
sem a mancha do medo nem da precaução...
Quis viver algo à parte, uma lenda sem fraude,
um amor com poder sobre todos os mais,
pela paz da não jura e do não compromisso
nem do certificado de laço exclusivo...
Inventei uma troca de silêncios férteis
entre jogos de olhares que diziam tanto
ao encanto exclusivo de gestos secretos...
Só queria te amar sem trair convenções
ou ferir corações com raízes no meu
que não tem o direito de roubar o chão...
SEM TIRAR PEDAÇO
Demétrio Sena, Magé – RJ.
Sabes quanto meus olhos mergulham nos teus,
como sempre te ouvi, apesar do silêncio,
sob meus desalinhos e dramas de afetos
que não devo nutrir ou me cumpre guardar...
Sei que sabes do quanto me atenho a saber
te sentir desta forma insentida pro mundo,
como fecho em meu fundo a verdade sem fim
ou te sugo pra mim, sem arrancar pedaço...
És meu sonho presente que a vida embrulhou
pra ficar no passado que o futuro dita,
minha bênção maldita, feliz desventura...
Eu te levo num sonho do qual sou desperto,
vejo perto a distância que não nos separa,
mas que nunca nos ata no mesmo querer...
MORDIDA
Demétrio Sena - Magé
Meu corpo exposto aos teus olhos
deseja tua mordida.
Ah... morda minha vida!
... ... ...
Respeite autorias. É lei
GUARDADO EM MIM
Demétrio Sena - Magé
Retirei o meu corpo dos teus olhos
e com ele a minh'alma dependente,
minha mente precisa se despir
desta já desgastada fantasia...
Foste o porto seguro da quimera,
uma doce mentira tão real,
primavera nas dunas do deserto
que também se vestiu dentro de mim...
Resolvi me guardar no meu vazio,
senti frio na hora em que acordei
do meu sonho de ainda ouvir um eco...
Mesmo assim agradeço pelo bem
dos teus olhos e tua gentileza
com alguém tão sem mundo como eu...
... ... ...
#respeiteautorias Isso é lei
Floresceu a Planta-do-mel
e ela fica ainda mais linda
refletida nos teus amorosos
olhos feitos totalmente de céu.
