E nos teus Olhos que me Perco
O brilho dos olhos ficando opaco
a chama que ardia em fogueira virando cinza
por debaixo do céu que costumava ser estrelado,
as noites em claro, conversas a fio, risadas, momentos,
declarações de amor
amor juvenil que dava sentido as coisas
amor que fazia sentir
primeiro amor
escorrendo como água no ralo do banheiro
como as lágrimas
partindo como o vento forte que leva pra longe a poeira ruim
me deixa sem chão, sem teto, sem afeto
e o suspiro que um dia me fez ver o belo
sufoca agora, nesse soluço de dor
rosto virado,
corro ao papel, lapiseira, borracha (não vou te apagar)
corro ao retiro, ao canto morto e mudo que não revida
que me mostra em linhas simples e retas como o mundo é de concreto
parede fria na qual encosto meu caderno
e te escrevo essas últimas palavras
Desabafo de que necessito pra te tirar de vez de mim
papel, eterno ouvinte
grafite, eterna ponte
Nunca esquecerei o brilho do dia em que você me disse:
- Oi
tchau.
Os olhos são as janelas da alma...
Escolha com cuidado e carinho o que deixa passar pelos olhos para que sua alma
não seja contaminada e seu coração embrutecido...
Paremos — perdoem-me — com a hipocrisia! Tudo está piorando a olhos vistos. Tudo mais é conversa fiada. É um abuso de retórica, embora extraordinária, e tenho o dever de elogiar, mas também é minha obrigação deixar claro aqui que o meu respeito não é, de maneira nenhuma, uma vacina contra minha capacidade de pensar.
'B-R-A-S-I-L!'
Sacolas,
TV Digitais.
Poeira nos olhos,
fumaças.
Consumismo?
Temporais!
Tecnologia emergente,
dilacerações.
Triplicação de automóveis,
propagandas.
Preconceito!
Transformações?
Devastação das florestas,
Vazão!
Granizo no Norte,
Enchentes nas secas.
Natureza!
Solução?
Sociedade hipócrita,
educação?
Novelas!
Desamor.
Lixos...
Político: armação!
Fazendeiros,
que tédio!
Pistoleiros,
Palafitas,
fome...
Remédio?
Poder,
espírito mercantil.
Violências.
Compra de votos,
corrupção...
B-R-A-S-I-L!
Quando se chateia, ela dorme em si própria de olhos abertos e coração apertado. E quando cisma em ficar triste, é difícil preencher um sorriso em seu rosto. Mas quando teima em ser feliz, diabo nenhum consegue apagar teu brilho. E não adianta tentar feri-la, ela seguirá sorrindo um riso de quem parece ser à prova de balas e decepções. Ninguém sabe dizer se é falsete ou coisa assim. No fim, ela sorri de qualquer forma.
De todas as formosuras que meus olhos poderam vislumbrar, você é incomparável, presumo que o belo descende de você.
Mestiça de índia, de corpo flexível, estranho, sinuoso que nem cobra e fogoso como os olhos: um fogaréu vivo ambulante. Espírito impaciente para romper o molde incapaz de retê-lo. Os cabelos pretos, longos e sedosos, ondulavam e balançavam ao andar. Sempre muito animada ou então deprimida, com Cass não havia esse negócio de meio termo. Segundo alguns, era louca. Opinião de apáticos. Que jamais poderiam compreendê-la.
Quando a cantora começou uma melodia lenta, segurei-a bem perto de mim, com os olhos fechados, perguntando-me se alguma coisa na minha vida já havia sido tão perfeita, e, ao mesmo tempo, sabendo que não.
A maior razão da minha felicidade tem nome, sobrenome, cabelos longos e olhos castanhos claros! Ops, sou eu mesma!
O histérico não enxerga o que está diante dos seus olhos, mas o que é projetado na tela da sua imaginação pelo medo e pelo ódio.
Paixão platônica
Contemplei a beleza dos seus olhos
Olhos de poeta, sempre mudos
Me oferecem instantes
Que nunca tivemos.
Se de perto eu os olhasse
Sem ser por um retrato
Quem sabe conheceria
O verdadeiro amor
Ou sucumbiria em pranto e dor.
Amor de Coruja é assim
Nunca adormece, só fechas os olhos pra pensar
Abre asas, vigia, conforta cada desatino
Em leves penas o julgamento
Culpado eu por gostar tanto de ti feito um menino
Um mover de olhos, brando e piedoso,
Sem ver de quê; um riso brando e honesto,
Quase forçado; um doce e humilde gesto,
De qualquer alegria duvidoso;
Um despejo quieto e vergonhoso;
Um repouso gravíssimo e modesto;
Uma pura bondade, manifesto
Indício da alma, limpo e gracioso;
Um encolhido ousar; uma brandura;
Um medo sem ter culpa; um ar sereno;
Um longo e obediente sofrimento:
Esta foi a celeste formosura
Da minha Circe, e o mágico veneno
Que pôde transformar meu pensamento.
Talvez o segredo seja não olhar para trás...mas sim olhar para frente com os olhos cheios de brilhos estelares em esperanças renovadas.
Quem fala sem olhar nos olhos dos outros tem receio de que leiam sua alma ou notem as mentiras nas palavras.
