Dor

Há beleza na carne que cicatriza, florescer sangrento, obra-prima talhada por dor e tempo.

Na dor, encontrei voz de aço, um eco rasgado que rompeu o silêncio, grito afiado de resistência.

O fim não existe, é apenas o instante em que a dor vira recomeço, quando a queda se converte em força.

Minha alma ergue muralhas invisíveis, mais forte que qualquer dor, abrigo que nenhuma sombra destrói.

A dor de hoje é músculo do amanhã, raiz profunda, semente que germina em terra árida.

A dor é tinta incandescente, cores queimadas no rosto da alma, arte da transformação.

A alma sobe quando a dor vira força, paira sobre nuvens negras, respira o ar da superação.

Cada passo adiante é vitória sobre a dor que tentei deixar para trás.

A dor me feriu, mas dela nasceu uma força eterna.

A dor que tentou me derrubar foi a mesma que, pela graça de Deus, me deu o manual de instrução para levantar e nunca mais duvidar da minha força.

Permita que a dor molde em você uma fortaleza tão sólida que ninguém jamais consiga derrubar.

Transforme suas feridas em degraus firmes, cada dor em escada e cada queda em um novo impulso para a subida.

Seja a prova viva de que a dor não destrói, ela, na verdade, esculpe heróis em absoluto silêncio.

A dor muda as pessoas, algumas se tornam rudes, outras se tornam silenciosas.

A dor me deixou calibrado, minha sensibilidade escolhe a resistência, sou resistente por opção.

Aprendi a falar pouco sobre dor, falo mais sobre resultado, minhas mãos contam o resto.⁠

A dor me afinou a visão do essencial, descartei o supérfluo e me concentrei no vital, a vida simplificou-se em propósito.

Minha compaixão brota de ter sofrido, conhecer a dor ensinou a aliviar, dou mãos onde precisei delas

A dor já não me define, me informa, ela sinaliza o que cuidar e o que transformar, não mais sou refém do que passou.

A dor me ensinou a ouvir o silêncio de Deus.