Disputar uma Pessoa
“Que a luz do sol toque sua alma como um sussurro de esperança, e que cada instante seja uma poesia voejando no vento.” ©JoaoCarreiraPoeta.
Campinas, 29/11/2025.
Ser estranho é uma forma sofisticada de lucidez. Uma consciência em carne viva que sente o mundo com excesso de precisão. Não é excentricidade, é viver em descompasso com o consenso, ouvir o ruído no meio da música, perceber o vazio por trás das certezas.
A dor vem da dissonância entre o que se vê e o que se finge não ver. Enquanto a maioria se protege com ignorância conveniente, o estranho sofre de clareza. Nietzsche chamaria de “doença do espírito elevado”.
E ainda assim, amar. Amar o humano mesmo quando o entende demais.
Ser estranho é viver tonto de liberdade, duvidar até da própria dúvida. Os outros chamam de “confusão”, mas é só alma demais.O estranho é o herege das convenções, o que “rompe tratados e trai os ritos”.
Há delícia também: ser inclassificável, ver poesia no que escapa ao óbvio, rir de si mesmo enquanto o mundo desaba. Perceber o padrão invisível que Jung chamaria de sincronicidade.
O estranho sente o tempo de outro modo: lento por dentro, rápido por fora. Sente o amor como místico, o tédio como luto. Nada é raso, tudo fere, tudo ilumina. E quando o chamam de “intenso”, ele sorri — intensidade é só estar vivo demais num tempo de gente anestesiada.
Ser estranho é viver num exílio fértil, criar, refletir, desobedecer. Estranheza é antecipação do que o mundo ainda não está pronto pra entender. Ser estranho é ser o rascunho do que ainda não tem nome e sorrir, discretamente, sabendo que a habilidade de lidar com o desconforto é um puro sinal de autenticidade e um atestado de maturidade.
(Douglas Duarte de Almeida)
Não é uma despedida, é só uma hipótese — dessas que a gente pensa baixinho quando o peito lembra que é finito.
Se um dia eu fo, aliás, quando eu for, quero ir sem inventar desculpas. Já pedi perdão demais por ser intenso, por sentir demais, por não caber nos silêncios que esperavam de mim. Cansei de negociar minha essência pra parecer leve.
Não quero ser lembrado por “ter sido bom”, quero ser lembrado por ter sido real. Por ter misturado ternura com acidez, fé com ceticismo, coragem com medo, e mesmo assim, ter seguido. Quero que alguém, em algum momento, perceba que viveu com um pouco mais de coragem depois de cruzar comigo. Isso já me basta. Não deixo herança: deixo faísca. Se ela acender em alguém, sigo vivo.
E se perguntarem o que aprendi, direi: aprendi a me atravessar sem mapa. A perder com dignidade. A me refazer sem plateia. E a amar sem manual — porque o amor, no fim, é o último idioma antes do silêncio.
(Douglas Duarte de Almeida)
Nem que eu tente, não sei ser minimalista. Minha história é um relicário, uma loja de móveis usados, onde tudo guarda um sentido, uma memória, uma cicatriz bonita do tempo. Cada coisa em mim já teve função, já foi abrigo, já pertenceu a outro instante. E talvez seja isso que me faz inteiro: não o espaço vazio, mas o excesso de vida guardada nas gavetas da alma.
Ser porto seguro é uma honra silenciosa que pesa nos ombros. Cada abraço que dou, cada conselho que escuto e devolvo, carrega uma pequena parte de mim que ninguém vê. Há dias em que ser referência é como sustentar o céu sozinho: bonito, mas extenuante.
O paradoxo é cruel e belo: a confiança alheia me eleva, me dá sentido, e ao mesmo tempo me lembra do risco de ceder demais, de me perder no cuidado que ofereço. Às vezes, me sinto encurralado no canto, cercado por expectativas, olhando para fora e desejando espaço para simplesmente existir.
Há uma delícia discreta em saber que alguém respira mais leve porque eu estive ali, firme, disponível. Mas a dor mora nas entrelinhas — nas madrugadas em que olho para minhas mãos e percebo que também elas precisam de abrigo.
Ser porto seguro é ser farol e tempestade. É carregar um oceano de vidas dentro de si, com a certeza de que cada gota que dou de mim é ao mesmo tempo um presente e um peso. Ainda assim, continuamos a brilhar, porque, no fundo, ser referência é a mais humana das responsabilidades: sentir o peso do mundo, e mesmo assim, oferecer um pouco de céu.
Que posamos começar o dia
com oração e gratidão.
Gratidão por termos começado mais
um dia de uma nova semana.
E oração para que todos os nossos planos
deem certo.
O relativismo é uma impossibilidade prática. O relativismo, efetivamente, não existe, o que existe é um discurso contraditório e falacioso que prega sua existência.
Quando você parasse para ver que a cor do cabelo é só um tom, a pele só uma cobertura, e que o que realmente importa é a pessoa que está por trás — não seria mais fácil perceber que o racismo é um absurdo, pois todos vamos para o mesmo buraco e somos um só povo?
Ao completar 34 anos, fiz uma reflexão sobre a vida e, considerando cada experiência vivida, desafios enfrentados e conquistas alcançadas, passei a valorizar muito mais cada amanhecer e cada respiração. Por isso, sou grato por cada alimento que provei, por cada música que ouvi, por cada pessoa que conheci e pela chance de fazer o bem. Tudo se transformou em aprendizado. A existência é a base; viver é o objetivo, e alcançar o fim do ciclo de vida em tranquilidade é a meta.
O autocuidado não é uma grande ação isolada, mas uma série de pequenos gestos diários: um suspiro profundo, um momento de silêncio, um 'não' quando é necessário.
A última cena da minha vida é você. Bem, então acho que eu tive uma vida muito boa.
NOSSA VIDA É COMO UM JOGO DE XADREZ, ANTES DE TIRAR UMA PEDRA DO TABULEIRO, CERTIFIQUE-SE DA CERTEZA QUE ELA JAMAIS VOLTARÁ AO JOGO.
Se descrevêssemos o sentimento de felicidade como uma subida a uma montanha, chegávamos ao topo mais alto e não dávamos conta. Só quando chegas à base da montanha te apercebes o quanto foste feliz. A felicidade não se define espacialmente, é temporal e chega sempre com atraso.
A Bíblia é como uma espada forjada pelo próprio Deus, feita de um material indestrutível, a verdade eterna.
Mesmo que receba golpes, críticas ou tentativas de distorção, não se quebra, porque sua essência não é humana, mas divina.
Quem a empunha, encontra força, defesa e clareza em meio às batalhas da vida.
"Cala-te ! Vai estudar! Isto é uma conversa de adultos!"
"Não preciso da tua opinião infantil de criança como és! Não te metas em questões de crescidos!"
Quem é que nunca ouviu isto na vida?
Quem é que nunca o disse a terceiros?
Mas até quando é que não vão ouvir opiniões de mais novos só porque "são infantis"?
Quem arrota uma moral que não possui
Corre o risco de ser denunciado pela própria indigestão
Pois o que a alma não digere
o inconsciente acaba vomitando
Linda mulher com sua exuberante e orgulhosa beleza preta
belezura de uma raça majestosa e imponente
que não se deixa afetar pelo racismo e preconceito daqueles
que tem a alma e a consciência escura.
O sol se pôs atrás dos prédios
Passou uma moça com tristeza nos olhos
Será que é o medo do futuro?
Ou será que é a esperança do presente?
