Diálogo
Afinal, a conversa era uma coisa frágil, como uma planta que só cresce em solo rico, quente e nutrido.
Por que você levanta pela manhã?
Para trabalhar. Para estudar. Para comer, etc.
Por que você trabalha?
Para prover sustento, cumprir meu papel social, ser útil, cumprir minha missão no mundo.
Por que devo ser útil?
Para fazer algo da melhor forma possível. Para servir. Para alcançar aquilo em função de que (To kαθ o) um indivíduo é bom, segundo Aristóteles, o Bem.
Por que o bem deve ser atingido?
Para completar o ser, dar sentido a vida, aproximar do bom, do ideal, do belo, do reto, da Verdade.
Por que se aproximar da verdade?
Para ser feliz em espírito e em verdade. Para, novamente, nos aproximar do bem absoluto. Nos aproximar de Deus.
Deus é a razão que motiva nosso levantar a cada manhã
Há silêncio necessário
Parece as contas de um rosário
Passa uma por uma devagar
Para não ferir e vacilar
Há silêncio doloroso
Que provoca inquietação
Tira a alma do seu prumo
Provocando solidão
Há silêncio de amargura
Por falta de ternura
Que deixa a alma despida
Desprovida, insegura
Há silêncio gritando
Entre vales e colinas
Que seu eco trás na alma
Lembrança mais querida
O silêncio vale ouro
Nos momentos de aflição
A palavra vale tudo
No diálogo é construção
"O princípio da minha retórica será mediante/espelhado à sua postura e de seu tom de expressão verbal/escrita; inicia-se sempre com ternura aquele que almeja despir a alma em verdade, em suma, terá diálogos proveitosos."
- N. O, W.
01:34hr, 16/11/21.
[Devaneio] A borboleta voa de ombro a ombro; por onde passa deixa um finíssimo fio, invisível a olhos que não possuem as lentes cristalinas oferecidos a alguns pela vida. A borboleta é branca, completamente branca, tão branca que reflete intensamente qualquer feixe luminoso; seja este vermelho-rubro, ou o mais puro azul-celeste. Confere a cada o florescer pessoal, o desabrochar interno dos sentimentos e manifestações únicas de cada alma. Do fundo das camadas morais emerge os antigos fantasmas, cândidos ou pueris; dependendo somente do eu. Também cria, não impelido; a borboleta não manipula, apenas expõe. De cada extrai a mais bela expressão, mas também a mais obscura e conturbada confissão.
[...] Confissão?
[Devaneio] Sim, confissão. Não há nada novo sobre os céus, tudo que havemos de ser já estava em nós. Se tu um dia matar alguém, já matara antes, mas em potência. A borboleta somente trouxe ao real o que já existia no teu íntimo. Da mesma forma, ao amar e demonstrar amor, já o tinha no seu íntimo a borboleta somente o manifestou.
[...] Tu me dizes então que não há escolha? Somos predestinados a agir de tais formas, conforme o destino? Não posso escolher mudar o meu eu, já que sou assim por natureza.
Moldados e impelidos por algo maior, somente podemos manifestar o que nos foi entregue. Não posso jamais deixar de ser um assassino, não há arrependimento, pois, o crime foi cometido antes do ato.
[Devaneio] Não há necessidade de pânico, não disse que tu não tens escolha sobre tuas ações. Estas são efetivadas pelo seu verdadeiro eu, se o mudar não há porque temer. Se és uma pessoa amável ao toque da borboleta terá atitudes amáveis.
A ressaltar, a borboleta é branca, junção de todas as cores e, à necessidade, se fragmenta para expressar o íntimo do ser humano. Por isso é fluída, como pontuou; se há de ser assassino realmente é, já fora antes de concretizar. Entretanto, é possível deixar de ser alterando o cerne na tua alma. Se tiver êxito, ao toque da borboleta seu novo eu se manifestará, seja ele qual for.
Pela sociedade deve deixar de ser assassino antes que tenha oportunidade de manifestação do eu. Do contrário não será somente assassino para si, mas também para outros. Terá de arcar com consequências.
[...] Me dizes que ela cria, não impelido, acredito que isso seja o criar; a mudança, um eu diferente do que um dia fora.
[Devaneio] Precisamente; ela por si não cria, cria para o externo o que já foi forjado no interno. De pueril para cândido; foi primeiro transformado no intrínseco para então ser no extrínseco. Podemos dizer, portanto, que a borboleta é o movimento, não digo o conceito físico de movimento. Mas o movimento moral, ético e humano. A parte do biológico. Se querer demonstrar amor, conceito puramente humano. Ao toque o fará.
[...] Se tudo é puramente humano deve existir algo que nos ligue; a diferença das demais formas de vida. Ou sou tolo e petulante ao colocar à parte minha própria espécie?
[Devaneio] De fato é petulante colocar a parte. Mas há diferença; não superior, apenas diferente. São seres abstratos, simbólicos. E com tais conceitos manifestam, ao toque, ações humanas — humanas, pois não são encontradas em outras formas de vida. Arte, linguagem, traição, amor, etc. tudo é único. Tudo está ligado pelo fio que tece a espécie. Fio tecido pela mesma causadora destas manifestações.
Se ponderar talvez perceba que vós sois menos favorecidos que as demais espécies desprovidas do abstrato. Estas não tem preocupações fora de suas necessidades; não são afligidas por pesares; não se iludem com esperanças infundadas; verdadeiramente vivem o que é real e não fantasiam a realidade.
Dicotomicamente, acredito que a maioria dos abstratos não mudaria o cerne que os faz o que são. Há algo de convidativo em ser humano, algo transcendental, mas não mistico como são construídos os cultos.
[...] Esse fio criado pela borboleta é o que nos tornar quem somos? Isso implica haver, de alguma forma, uma unidade maior, talvez incompreensível!
[Devaneio] Não existem motivos para conceber algo ou alguém maior; tais conceitos são humanos e não poderiam ser aplicados em outro tecido. Tecido feito por outros teares, outras borboletas. Digo borboletas para podermos conversar, já que seria outra realidade, não podemos conceber.
[...] Então é certo que há de fato outros seres metafísicos? Não digo Deus ou qualquer outra forma de representação humana, mas algo que não faz parte disso… que podemos ver.
[Devaneio] Tu bens sabe que não posso lhe dar respostar fora de tua própria sabedoria!
[...] Mas decerto não sabia de nada que tu me dizes até então.
[Devaneio] Se engana ao pensar assim; faz parte de um tecido, em constante movimento, feito com uma única linha que se entrelaça e cria nós. Não há ser maior, nem menor, que outro. Como disse; não há nada novo sobre o céu; apenas constante voltas e cintilar de pensamentos; que no fim são concêntricos; sempre retomando uma origem comum; tu mesmo criastes as perguntas e formulastes as respostas; não há nada novo nelas, antes de ti, teve outro e depois haverá mais um.
[...] Entendo não haver real diferenciação entre pessoas. Todos fazemos parte da mesma linha que tece o longo tecido humano, atemporal. Não podendo haver nada novo, já que não há criação nem morte. Somente recomeço. Não digo reencarnação, mas uma ‘reprise’ do que já foi feito e dito. O será novamente.
[Devaneio] Pode-se chegar a tal pensamento, mas nada do que dizes pode ser realmente apontado como certo. Há divergências entre pensamentos humanos, se considerar todos parte de uma unidade não poderia haver desavenças, por isso os nós, tornando cada um único, em relação ao que os torna um.
Nem mesmo o que te digo seria a verdade, visto que não lhe imputaria nada fora de teu próprio conhecimento.
[...] Até então venho procurando-a. E acredito que seja a máxima ambição de todos os pensantes. Receio que não possa tê-la por ti.
[Devaneio] Decerto não teria resposta.
[...] Como chegamos a semelhante assunto? Já não me lembro.
[Devaneio] A certo, a cerca de 14 minutos sofrestes um acidente aéreo e morreu! Estava conversando com teu amigo no avião antes do mesmo cair, continuamos aqui, mas desta vez, sem ele.
[...] Eu estou morto? Esperava estar mais surpreso, não me sinto rodeado por angústia ou qualquer sentimento em relação a isso.
[Devaneio] Devaneias antes de perder completamente a consciência. Disse que morrestes, pois, não há esperanças. Isso porque tens ainda poucos neurônios funcionando; acredito que já tenha ouvido falar em vida que, ao morrer, o cérebro fica consciente por 15 minutos antes de parar completamente.
[...] Sim, sim, li isso em algum lugar! Para aonde vou quando partir completamente?
[Devaneio] Tu sabes?
[...] Não
[Devaneio] Então… nem eu.
[...] Ma…
FADO
Nesse mundo louco
Dê-lhe esporas pro teu cavalo
Tudo escute um pouco
E cale o que não tem diálogo
Que gritem os roucos
Pratica firme o teu decálogo
Com ouvidos moucos
Faz do fado o teu regalo.
A única forma de vencer a mesquinharia é ignorá-la e agir de forma oposta. Assim como não há diálogo com o intolerável, não há negociação com a mesquinharia.
Muitos são os que escutam, o que falo no externo.
Poucos são os que falam, pro meu interno.
Mas interno e externo, eu transformo em diálogo físico.
Evite guardar ressentimentos, pois eles prejudicam a sua própria paz interior, além de seus relacionamentos; procure conversar em particular em um momento mais apropriados, abrindo um diálogo de compreensão entre ambas as partes.
Pessoas MAGOADAS, MAGOAM.
A enfermidade aumenta quando o
"agressor" se recusa a dialogar o problema. A famosa atitude "do deixa pra lá"
Quando rezardes, não tenhais medo de levar até Jesus tudo o que se passa no vosso mundo interior: afetos, medos, problemas, expetativas, recordações, esperanças. A oração é diálogo, é vida.
SUFOCO FRAGRANTE
Será possível imaginar
Nalguma situação desastrosa
Em ter um alguém a te admirar
Capaz de dar-te um dedo de prosa
Bem assim como quem rouba o ar
Deixa na alma um cheiro de rosa.
Aparentemente com a facilidade da internet em obter informações genéricas e rápidas, é mais provável as Pessoas se afastarem por DEDUÇÕES do que com a realeza do DIÁLOGO.
Tenho refletido bastante sobre o quanto as pessoas de alguma maneira tentam minimizar as nossas lutas e nossas dificuldades, muitas vezes em meio ao um diálogo você comenta a respeito de alguma situação de sua vida ,que automaticamente a pessoa que está ouvindo rebate com algo bem complexo da vida dela, aí o diálogo que estava se formando se torna numa árdua disputa de quem tem a pior vida .
Na linguagem da mente, as palavras que escolhemos são como comandos que direcionam nossas ações e resultados.
Ao reprogramar nosso diálogo interno, podemos transformar obstáculos em oportunidades e desafios em aprendizado.
À medida que te desdobras em novas camadas de ser, descobrirás que a solidão não é vazia, mas repleta de ecos da tua própria voz.
Por mais que Deus seja infinito em sabedoria Ele sempre respeita nosso limite de linguagem e quer sempre falar conosco.
✨ Às vezes, tudo que precisamos é de uma frase certa, no momento certo.
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