Despedida do meu Pai que Ja Morreu
Por trás de todo homem com um terno há uma personalidade e também um pensamento objetivo e limpo. Jamais julgue alguém pela aparência.
Hoje as 18:25 da noite, eu percebi que
novamente eu tinha sido deixada. Já virou algo habitual isto se repetir, de novo, de novo, e....
Talvez se eu fosse diferente e não me entregasse tão fácil, isso não acontecesse. Parece que as pessoas quando tem algo fácil elas deixam de lado, e quando são difíceis elas correm atrás. Bom, também não é desse jeito.
Eu não conseguia acreditar. Coloquei meu fone de ouvido e procurei uma música triste, peguei um livro e me dediquei a ler- lo, mas desisti. Não consegui fixar os meu olhos nas palavras.
A gente promete que nunca vai amar, mas sempre ama. Que ninguém nunca vai machucar nosso coração, mas sempre machucam. Mais uma vez vou tentar esquecer tudo isso, recomeçar sei lá, só quero esquecer.
Aquele colega, torcedor doente do sport, literalmente, que já teve uma ocasião, lembro bem, como a coisa é séria, do time perder e ele ser acometido de um mal estar geral, um abatimento, desolação, febre, vômitos, incontinência intestinal, perda de peso, apetite, etc. Ficar sem se alimentar direito, só no mingau de cachorro, ou mingau de alho, como prefiro chamar, pra se recuperar só por causa disso, ma,s pra ele, uma tragédia. De nem assistir os jogos, principalmente contra o time do Santa Cruz, pois dizia que sofria do coração tomava remédio e ia dormir com medo que o relógio não aguentasse e tivesse um piripaque devido a forte emoção, ansiedade, só sabia de manhã. Que, por questões éticas, vou ocultar o nome dele. Só sei que um dia cismou, ao ver um outdoor na rua, convocando para novos sócios, cismou que queria, porque queria um daquele, pois tinha o escudo do time enorme que ocupava metade do referido veiculo de propaganda. Aperreou tanto que o chefe da sala que trabalhávamos, também rubro negro, procurou saber qual era a empresa encarregada, responsável, pela campanha publicitária e, descobrindo, telefonou dizendo que desejava, se possível, um daqueles outdoors a empresa respondeu dizendo que só com a permissão do clube, que, talvez, não prometia nada, no final do mês, se sobrasse e o Sport permitisse... Né que no final do mês, pra felicidade geral, da nação rubro-negra ligaram dizendo que ele podia pegar um. Foi uma alegria só, do colega que ficou na torcida o mês todinho e comprou bolo e guaraná pra comemorar com a gente, já que não podia tomar champagne na hora do expediente, se pudesse, certamente iria comprar nem que fosse Cedra Cerezer, no Stillus, um mercadinho próximo. No outro dia tratou logo de pôr em pratica a empreitada, realizar o megalomaníaco sonho, encomendou ao marceneiro da empresa a façanha de construir uma moldura gigante. Reza a lenda que ele até tinha um mastro na frente de casa, que toda vez que o sport ganhava ele hasteava a bandeira pra toda vizinhança ver como bem convém a um torcedor, de verdade, chato. Tinha não, que eu vi, "in loco", na hora que o marceneiro ia pra casa dele tirar as medidas, eu tão curioso que tava, entrei também no táxi, e ele nem me convidou, "foi mal cara", disse, ele respondeu: "já tá ai, fica". O pessoal fala demais, aumenta, também só faltava isso. Mas, por outro lado, o que ele ganhava de presente, que fosse, que tivesse a imagem Sport, ele pregava na parede da sala: chaveiro do Sport, sandália havaiana do Sport, diabo a quadro, fosse do Sport... A turma já o presenteava por anarquia, acredito. E que paciência da santa da mulher dele, torcedora do Santa, coitada. Os interruptores da casa eram pintados, inclusive, pra vocês ver, a paixão desse homem de vermelho e preto, a porta do Banheiro de vermelho e preto, a ducha Lorenzeti de vermelho e preto, uns conhecidíssimos acessórios de enfeitar esses espaços íntimos, bem comuns, populares, de plástico, que eu não sei o nome, na tampa do vaso sanitário, no piso, com motivos leoninos. Sem falar, ia me esquecendo, um quadro, esse do tamanho normal na parede do terraço com seus dias contados, agora, onde se divisava o escudo do Sport com o leão no meio rodeado de luzes pisca-pisca vermelhas e amarelas que a noite deveria ficar uma coisa, parecendo as dessa da época de natal. Ai ele aproveitou, pra dar uma provocadinha básica no marceneiro religioso, torcedor gosta de provocar, chamou para ver um famoso quadro no quarto, em cima da cabeceira da cama, uns feito artesanalmente com linha e prego vendidos em feita livre, e disse, em tom zombeteiro, que todo mundo lia errado e queria que ele lê-se agora, onde se via na seguinte ordem, em letras garrafais: primeiro, o nome de Deus, depois o da esposa, tricolor, e por ultimo, o dele. Ai o marceneiro comemorou, com um certo alivio, - Ai!!! Pelo menos isso, já que já que você já vem pecando a tempo, idolatria é crime, o nome de Deus em primeiro lugar pelo menos! Ele disse de lá: - Tá vendo o leão não, do lado? (Né que do lado esquerdo de quem olha tinha o escudo do Sport com o obsessivo leão no meio) O leão primeiro. Minha nossa! Espantou-se o marceneiro. Deus não gosta de mim, por sua vez,sentenciou ele, o colega debochado, chato a qualquer hora, eu bebo.
Eu já estive só. Muitas vezes já tive que brincar sozinho, assistir a um filme sozinho e até passar o dia com a minha própria companhia. Porém é diferente, a solidão, ela sempre foi diferente. Sempre ando maquiando minhas inseguranças com um "depois passa" "eu até gosto", mas de um tempo pra cá, não foram poucas vezes que eu estive só, eu fui só. Amizades, relacionamentos, todos dotados de muito prazer e pouca sensibilidade, muita carne e pouca empatia. Às vezes só queremos nosso livro e aquela série que gostamos de ver, mas muitas vezes, não escolhemos a série, não escolhemos os livros, eles acabam nos escolhendo. Meus medos intrínsecos a hábitos repetitivos e rotineiros, me colocam em um ciclo assassino. A geração romântica nunca imaginaria que perdidos em séculos posteriores, estariam jovens, sufocados com a sua própria suficiência. A totalidade já me parece pouco, não tenho certeza de nada, talvez nunca terei. Na verdade, coerência nunca foi meu forte, me embaraço entre quem quis ser e quem sou. Filosoficamente falando, acho que eu estou preso em uma caverna e a única luz que ilumina o fundo dela, é a luz da ignorância.
Eu já sabia do teu jogo
Não ia cair de novo
Mas esse teu jeito que me prende
Conheço tantas histórias
Com o seu nome
Mesmo assim o coração
Fala mais alto que a mente
Nada vai me fazer perder mais minha vida
Sua vaga já tá muito concorrida
Pena que a sua hora já foi
E a gente vai ter que ficar pra depois
Talvez eu não te amasse o suficiente com supunha, já que preferi minha liberdade a mais um segundo com você. Ou talvez, sei lá...
NÃO RECLAME
Não reclame do sol que já mede um palmo no horizonte, enquanto muitos ainda dormem.
Não reclame do carteiro que lhe espera ansiosamente para distribuir vislumbres de mentiras confortáveis
Não reclame da televisão que nos desperta com esperanças vãs de um futuro que já passou
Não reclame dos ponteiros dos relógios que parecem adiantar propositalmente as horas dos dia e os dias da semana.
Não reclame...
A vida passou e tudo se foi repentinamente, como as ondas que apagam corações desenhados na areia.
A terra sepulta nossas reclamações ao entardecer.
Aqui estou, novamente, estática em minha cama, o dia inteiro. Já perdi todos os meus sentidos, meus pés se recusam a trabalhar então fico flutuando no espaço, é frio e entorpecido, é inerte e me embriaga cada vez mais, me vicia.
Meus dedos usam cores diferentes para pintar esse quadro, cores as quais estou cega para ver. Queimá-lo me aqueceria, meu sangue gélido poderia finalmente correr pelas minhas veias, senti-lo é como ter bombas embaixo da minha pele.
O oxigênio que lava meus pulmões é uma chama, crescendo e crescendo, a cada respiração me encontro ainda mais sem fôlego. A cada passo sinto como se estivesse correndo contra a direção correta.
Minha pele é feita de estrelas, pequenas chamas em círculos, que formam minha silhueta, mas não acho que alguém veja desse modo, nem mesmo eu. Conheço a verdade, mas minha mente quer acreditar em uma mentira, é mais confortável saber que estou no espaço do que me imaginar pertencendo a ele, como a areia pertence à praia, como as árvores pertencem a terra, e como eu sempre pertencerei a isso. Sempre uma parte de mim.
No fim a gente só se despede como uma medida de controlar o desespero, mas nossas mentes já se tornaram insanas com o abalo.
NÃO SE ESQUECE
Amor demais.
Muito querer.
O amor que temos é tanto, que
já se torna impossível passar
segundos sem te ver.
Impossível é dizer, quem é quem,
não sei se eu te tenho, ou se me
tens.
A impressão tida, é que quanto
mais se ama, sempre parecer ser
pouco o amor dado.
Inexiste a medida para o amor,
quem ama, ama sempre, não importa
o jeito ou a forma que for.
Esquecer, para quem quer alguém
do fundo de sua alma, é uma tarefa
praticamente impossível.
Para quem ama, o seu amor é tudo,
é o sol, o ar, é algo inesquecível.
Roldão Aires
Membro Honorário da Academia Cabista.RJ
Membro Honorário da Academia de Letras do Brasil
Membro da U.B.E
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