Despedida de uma Pessoa Querida
A vontade considerada puramente em si mesma é inconsciente; é uma simples tendência cega e irresistível, a qual encontramos tanto na natureza do reino orgânico e do vegetal e nas suas leis, como também na parte vegetativa da nossa vida.
Falta apenas o golpe da graça – que se chama paixão. O que estou sentindo agora é uma alegria. (...) Ser vivo é um estágio muito alto, é alguma coisa que só agora alcancei. É um tal alto equilíbrio instável que sei que não vou poder ficar sabendo desse equilíbrio por muito tempo – a graça da paixão é curta.
Meu temperamento mudou: tornei-me caprichoso, difícil e irritável. Parecia-me que uma única virtude me dispensava de todas as outras. Odiava-te por não conseguires proporcionar-me a calma com a qual havia contado e que não pedia, embora fosse o que mais desejava obter.
É por isso que na graça eu me mantive sentada, quieta, silenciosa. E como em uma anunciação. Não sendo porém precedida por anjos. Mas é como se o anjo da vida viesse me anunciar o mundo.
Eu “não resisto a uma baixaria bem brega”! Resisto sim. Tenho um passado hippie que me deixou muitas coisas boas. Estou sempre preocupado com a ética, com a beleza, com a dignidade. Sou educadíssimo, e fui criado de maneira muito católica, com toda aquela culpa de “maus” pensamentos, “mas” ações, e uma terrível nostalgia da “bondade” (como a “Alice” do Woody Allen).
Uma vontade de cuidar melhor de mim, de ser melhor para mim.
O tempo não é uma medida: mas uma qualidade. Quando voltamos ao passado, não estamos voltando uma fita, mas relembrando uma passagem sobre a Terra. Não se mede o tempo como se mede uma estrada, já que damos saltos gigantescos para tráz (lembranças) e para frente (projetos).
Quando você voltar outra vez veja se você me traz uma maçã bem verde, a mais verde que você encontrar, uma maçã que leve tanto tempo para apodrecer que quando você voltar outra vez ela ainda nem tenha amadurecido direito.
Não sou uma gaiola para te prender, nem muito menos tenho uma boa tesoura para cortar suas asas, minhas tesouras mal cortam papel. Acredito em liberdade, como também acredito que não são os pés e as mãos livres que a nos dará.
No ombro do planeta
(em Caracas)
Oscar depositou
para sempre
uma ave uma flor
(ele não fez de pedra
nossas casas:
faz de asa).
No coração de Argel sofrida
fez aterrissar uma tarde
uma nave estelar
e linda
como ainda há de ser a vida.
(com seu traço futuro
Oscar nos ensina
que o sonho é popular).
Nos ensina a sonhar
mesmo se lidamos
com a matéria dura:
o ferro o cimento a fome
de humana arquitetura.
Nos ensina a viver
no que ele transfigura:
no açúcar da pedra
no sonho do ovo
na argila da aurora
na pluma da neve
na alvura do ovo.
-Oscar nos ensina
que a beleza é leve.
Andei pensando no quanto somos frágeis. Uma simples gripe nos torna fracos. Uma palavra mal empregada nos abate. Um abraço não dado nos faz sofrer. Um sentimento não vivido faz a gente perder a esperança. Tenho um pouco de medo da duração das coisas. Antes, eu acreditava no eterno. Mas depois de tantos percalços, tantas coisas perdidas e tantos nãos guardados no bolso eu já não sei mais.
Minha tendência a indagar e a significar já é em si uma angústia.
Não adianta, no momento que as pessoas se afastam, elas estão irremediavelmente perdidas uma da outra.
Era uma aproximação de alma que rolava comigo, com você (...) pessoas sensíveis, que têm uma alma parecida.
A moralidade moderna consiste em aceitar o modelo da própria época. Considero que uma forma da mais grosseira imoralidade é o facto de qualquer homem de cultura aceitar o modelo da sua época
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