Desejo Morte
A vida e um fio de linha muito frágil, hoje estamos aqui,com nossos sonhos, metas e objetivos, amanha podemos ser só lembranças
Uma vida humana dura em média oitenta anos terráqueos ou cerca de trinta mil dias terráqueos. O que significa que eles nascem, fazem alguns amigos, comem muitas refeições, casam-se, ou não se casam, têm um filho ou dois, ou não, bebem muitas taças de vinho, têm certo número de relações sexuais, descobrem um caroço em algum lugar, sentem um pouco de arrependimento, imaginando para onde foi aquele tempo todo, sabendo que deveriam ter feito tudo diferente, percebendo que teriam feito tudo do mesmo jeito, e então morrem. Caem na grande escuridão do nada.
Em um campo havia uma flor
Ela era esbelta e transbordava amor
Um louco à matou sem pudor
Nesse campo agora, havia dor.
Eu engoli as palavras
Na minha barriga fez um nó
Se eu não nasci para isso, não sei quem foi
Olha, eu vejo bem esses olhos
Sei que estão chegando ao fim
Olha eu não sou daqui, também não sei de onde vim
Consegui uma casa, um trabalho, um amor
E posso me orgulhar
Mas minha alma, mesmo grata, as noites quer voar
Eu amo você, não teria para onde de ir
Além de onde a mente pode me levar
E a loucura que é viver a vida
Como um do sonho
Por um sonho
Eu vi em cada poro a gota de suor
Eu senti nas curvas do seu rosto cada milagre
Mas não há nada que se possa provar
Como eu não vou enlouquecer?
Como eu não vou enlouquecer?
Me dê forças ao menos para parecer normal
Pois já demoli os muros do que pode ser real
Não tenho mais nada que se possa provar
Eu não sou nada que se possa provar
Nem mesmo minha fé, nem mesmo eu
Eu nem sei o que sou
Ou se existo
Nem sei o gosto do meu lábio
Eu só sei que vou seguir em frente
Custe o que custar
E camuflar minha loucura
Que me consome
Que me mata e me dá vida
Enquanto eu respirar.
Ninguém conhece a ninguem, acesso ao coração do outro quem tem?
A vida é uma ilusão, quem mais se ilude é que vive bem. A realidade é terrível e cruel, uns mandam outros para o inferno e dizem que vão para o céu.
Ninguem tem certeza de nada, podes crêr, porque a única certeza que temos, vamos morrer.
Eu penso na finitude, porque está perto. Tenho menos tempo adiante do que aquele que já passou. E isso não é uma festa. Na hora de ir, eu vou ter pena. Eu gosto muito da vida, o que eu vou fazer?
Para morrer, primeiro é preciso estar vivo. E a Fera podia finalmente dizer que, ao encontrar o amor, tinha vivido.
Precisam de coragem pra poder morrer na guerra
E eu preciso de coragem pra viver fazendo as pazes
Ou quase
Se me der guerra, eu quero mais
Era o primeiro dia do fim da minha vida. Claro que eu não sabia disso quando abri os olhos pela manhã e vi que estava atrasada.
Quando nada mais parece fazer sentido
Quando já não importa mais
se o dia já é noite ou se a noite já é dia
Tanto faz se tem Sol ou estrelas
Quando a necessidade básica de sobrevivência
não parece mais ter sentido algum
Tudo parece tão sombrio
Tudo parece ter mudado
O barulho, sem mais nem menos
Se fez silêncio
E a alegria se fez tristeza
Tudo parece ter mudado
O riso calado
Simplesmente observa esta cena
Na qual tudo se faz nada
É só vontade de chorar
É um vazio no peito
É a dor que não quer calar
Um vazio que não se preenche
Uma solidão companheira
É o querer fazer
Sem nada poder
É o grito abafado
Uma pergunta sem resposta
Por quê?
Se um dia já foi perfeito
Já deveria ter imaginado
Algum preço eu teria que pagar
Por que tão caro?
É só tristeza
Não vai passar?
Será que me acostumo?
Tudo o que eu não preciso é chorar
Mas a minha maior qualidade neste momento é exatamente esta
Sinto saudades do tempo em que conhecia meus sentimentos.
Do tempo em que sabia o motivo pelo qual eu chorava ou sorria.
Dos momentos em que eu vivia plenamente minha vida.
Sinto saudades de tudo o que vi e vivi, porque sei que minha alma estava tranquila nesses momentos.
Hoje quando tento me encontrar
Só vejo a mesma dor, promessas vazias
Hoje sinto um vazio que ainda não sei o que é, e que talvez um dia o tempo me permita entender.
Sinto falta de mim
Mas não me lembro quem eu fui
Quem já considera normal sua depressão
E que já se acostumou com a tristeza
Alguém que carrega dentro de si
Um imenso vazio
Alguém que mora num mundinho escuro
Para não enlouquecer
Este seria um pedido de socorro?
De alguém que está com a alma ferida
Alguém que teve as asas cortadas
E que não sabe mais onde se segurar
Para não mais afundar num buraco
De onde só se ouve gritos de dor
Alguém que mal começou a viver
E já se cansou da vida
Seria um abraço a salvação?
Do ombro de uma alma amiga pra compartilhar as aflições...
Ou daquela senhora com roupa negra e um final na mão...
– Então, vovô, como vai o negócio de seguros?
– As pessoas morrem, nós pagamos. As pessoas batem o carro, nós pagamos. As pessoas perdem um pé, nós pagamos.
– Pelo menos você tem um novo slogan.
Cada vez que alguém a quem amamos se vai, uma parte de nós vai junto, mas a parte que fica, fica para lembrar que a saudade não é maior que o amor. Nada é maior que o Amor!
Enquanto isso esperamos o reencontro, em uma grande festa, onde celebraremos a vida e o amor.
Se quiserdes saber por que isto acontece, digo-vos que o motivo é que tudo me desagrada, detesto o vulgo, a multidão não me contenta. Somente uma coisa me fascina: aquela em virtude da qual me sinto livre na sujeição, contente no sofrimento, rico na indigência e vivo na morte. Aquela em virtude da qual não invejo os que são servos na liberdade, sofrem no prazer, são pobres nas riquezas e mortos em vida, porque trazem no próprio corpo os grilhões que os prendem, no espírito o inferno que os oprime, na alma o erro que os debilita, na mente o letargo que os mata. Não há, por isso, magnanimidade que os liberte nem longanimidade que os eleve, nem esplendor que os abrilhante, nem ciência que os avive.
AUSÊNCIA DE MÃE
Perder a mãe é ter uma lápide no coração que germina ramificações que pulsam vida que o cordão umbilical ainda prende a alma dela em você, aí quando a lembrança vem em sua memória, o líquido amniótico inunda seu mundo em lágrimas...por mais paradoxal que seja esse sentimento de morte o vazio se torna vácuo e a saudade implode, paralisa e chega assim de repente trazendo a doçura do seu semblante nessa hora, exatamente como agora, nessa ausência que silencia e chora.
O sol nasce,
e com ele, a esperança.
O sol se pôe,
a lua toma seu espaço,
rouba sua luminosidade
e inicia-se a aflição.
Desde sempre.
