Desejo Carlos Drumond
Minha alma lembra de você, antes mesmo que eu soubesse.
Hoje entendi algo que sempre esteve aqui, mas que meu coração só agora teve coragem de aceitar: aquela frase que escrevi anos atrás — “Saudade, palavra linda, inventada pra dizer: eu te quis, te quero ainda e sempre te hei de querer” — não veio do nada. Ela era memória. Ela era eco.
Foi como se, por um instante, minha alma tivesse atravessado o tempo e me entregado um pedaço da nossa história que ficou presa em outra vida.
Eu não sabia, mas agora sei. Nós já nos amamos antes. Já fomos um só. Já caminhamos lado a lado por estradas que hoje nem existem mais. E por alguma razão — talvez destino, talvez lição — fomos separados. Arrancados um do outro por forças maiores que a vontade. Mas o amor não se perde. Ele espera.
Talvez por isso, desde que te reencontrei nesta vida, tudo tenha feito tanto sentido. O jeito como você me olha, como me acalma sem dizer nada. O conforto inexplicável da sua presença. A paz que você traz — como se estivesse voltando para casa.
Há coisas que nem o tempo apaga. E a saudade é uma delas. A saudade que senti antes de saber quem você era. A saudade que me acompanhou silenciosamente, como se esperasse o momento de dizer: “ele voltou”. Você voltou.
E agora, tudo que escrevo, tudo que sinto, tudo que sou… carrega essa certeza. A de que o amor não começa agora — ele apenas continua. E por mais que o destino tenha nos separado antes, talvez agora ele esteja nos dando outra chance.
Seja como for, saiba que te quis. Te quero ainda. E sempre… sempre hei de te querer.
Com amor que transcende o tempo,
A razão está além do tempo, ela grita dentro de você o tempo todo, não há dúvidas que você ouve, mas quanto ao agir, é você quem decide.
A cultura elaborada é um elemento que obriga a uma ruptura com a situação cultural anterior do indivíduo, possibilitando-lhe 'ser outro'.
As eleições brasileiras, sob o pretexto de escolher representantes, garantem ao povo o direito sagrado de cometer erros, de se arrepender e de gastar a esmo. Somente isso!
A PISCINA
Tão pequenina,
Redondinha,
Até acima cheiinha.
Eu parei a olhar
Muito tempo ainda
Para tal coisa linda,
Com o sol nela a espelhar.
Nisto, vem um passarito
Expedito,
Bonito,
E mergulha na piscina
Pequenina,
Redondinha,
E cheiinha.
Bate as asas
E as patinhas,
Levanta ondas
Brancas de espuma.
Um dia, quero uma piscina assim,
Pequenina, só para mim.
Ou então, não quero coisa nenhuma.
(Carlos De Castro, in Há Um Livro Por Escrever, em 02-11-2022)
Não houve e nunca existirá nenhum político que tenha em seu bojo a essência da democracia - afinal a sociedade é a base da pirâmide produtiva representada pelos Três Poderes que juntos formam o Estado usurpador de sonhos, transformando-o em pesadelo um adjetivo de miséria e desigualdade social!
A gestão pública brasileira é composta por pelegos comissionados com salários e vantagens vultosos e outros através da meritocracia, porém massacrados e classificados como uma praga, no entanto, os verdadeiros parasitas não passam por concursos públicos, provas e títulos - investiduras legais , mas imorais!#toninhocarlos
Percuciente, eu reflito, sobre meu silêncio e grito: vivemosum esdrúxulo sentimento que não faz nenhum sentido. Por este motivo, quando a vejo rixosa, desdenho meu olhar do dela, pois, sei, que ela não passa de um devaneio em minha vida!
POEMA DE FATO
Um dia, vesti o meu poema
De fraque e gravata
E lantejoulas,
Como num dia de ir à missa.
Depois, tive pena
Desta cena
E até me deu um baque
Numa bravata
De ceroulas,
Em noite de derriça.
E os deuses da poesia
Me apareceram a talho
E aconselharam:
Um poema, mesmo de elegia,
Não precisa de fato de companhia,
Basta-lhe a roupa de trabalho.
(Carlos De Castro, in Há Um Livro Por Escrever, em 03-11-2022)
C O N V I T E
Apareça, quem de mim gostar
Só hoje, sem choros, à beira do rio,
Porque amanhã cedo, o navio
Parte comigo para outro lugar.
E eu não sei se lá vou chegar.
Pode até o navio ao longe, naufragar.
Ou dar-me vontade de defecar
De pé, em cima das ondas do mar.
Aqui vos deixo o convite.
Depois, não me venham dizer
Por palpite,
Que era melhor eu ser
Sem parecer
O Eu,
Que não o Outro,
Que vos enviou o convite.
(Carlos De Castro, in Há um Livro Por Escrever, em 04-11-2022)
R E C E I T A
Uso uma panela velhinha
Já com furo,
De ir ao fogo, coitadinha.
Nela faço e costuro
Os estrugidos
Frigidos
Com amor e certa mestria,
Na construção da receita
Mais que imperfeita
Mas sempre sadia
Que em cada dia
Eu ponho na mesa
Com certeza,
Para degustarem
Amarem,
Ou repudiarem,
A minha insípida
E tantas vezes ríspida,
Poesia.
(Carlos De Castro, in Há um Livro Por Escrever, em 07-11-2022)
CRUEL DESTINO
Pedem-me amor
E eu não sei o que isso é;
Porque nunca o tive ao pé
De mim.
Assim,
Não sei se ele é dor
Ou prazer do início ao fim.
Pedem-me poemas
E eu não sei o que isso é;
Porque, malditas as minhas penas:
Poemas, será gente de fé?
Não quero nada,
Porque nada sei dar
Desde menino,
A não ser meu cruel destino
De querer amar
No já,
A quem nada me dá.
(Carlos De Castro, in Há Um Livro Por Escrever, em 08-11-2022)
O PIANO
Há um piano
Que toca para mim
Sem parar,
Todo o ano,
De noite ou de dia
Como companhia,
Lá toca o piano.
Ele sabe que escrevo
A solo,
Como um tolo
Que se desvela
E canta à capela
Sem procurar relevo.
Bendito piano,
Quando me acompanhas
Nas poesias estranhas.
Maldito piano,
Quando tão solitário tocas
No silêncio das bocas
Com sono,
E me fazes chorar
Sempre que quero poetar
Nos dias tristes de outono.
(Carlos De Castro, in Há Um Livro Por Escrever, em 09-11-2022)
A G O I R O
Tudo o que tu pensas
E repensas
De mim
Para ti,
Assim,
Para mim:
São espetros
E dejetos
Do teu ser doentio.
Com esse semblante bravio
Coitada, que já não pensa
A não ser em manobrar,
Enredar,
A minha vida num fio,
Na prisão da tua doença.
Pensa,
Triste ser vadio e frio,
Antes que o cutelo desça
Sobre a tua cabeça,
Numa sentença
De que me rio,
Pela tua malquerença.
(Carlos De Castro, in Há um Livro Por Escrever, em 10-11-2022)
Quase sempre, o primeiro foco de infeção pela inveja e ciumeira de quem faz melhor do que eles, tem início no tecido da própria família dita de extensa, compreenda-se.
(Carlos De Castro, in Há Um Livro Por Escrever, em 11-11-2022)
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