Desejo Carlos Drumond
O CÃO QUE CANTAVA ÓPERA
Eu já tive um cão
Baixinho como eu que o sou
No destino e na pernada,
Que cantava ópera farsada
Sempre que eu dizia ao serão
Versos de dor a uma fada.
A ópera do meu cão, uivava
Numa voz tão pura de fina
Como alguma jamais encontrada
Em cantares de gente canina.
Tinha um não sei quê de magia
Saída pelos foles da garganta,
Sim, porque um cão triste canta
E encanta
No silêncio da noite vazia.
Um dia de sábado pela manhã fria
O meu cão de ópera já não operou...
Estava rígido, teso, na alcofa
Que ele tinha, meu Deus, tão fofa!...
Nem se despediu de mim
O companheiro amado...
Ele acabou o seu fado
E eu, sozinho assim
Não voltarei a dizer poemas
Porque dão azar e penas!
(Carlos De Castro, in Igreja de Argoncilhe, 22-06-2022)
Quase sempre os olhos são o melhor espelho da alma, sobretudo após a ressaca de uma noite de vaporizações e euforias etílicas.
Ninguém muda o mundo, nem mudando a si mesmo, porque se uma andorinha não faz verão, como um só pessoa vai mudar esse mundo cheio de vacilões?
Ser Sapiens é encarar a difícil missão de criar os nossos próprios paradigmas, questionando aqueles que nos formataram.
O que ocorre em sociedades mais verticais é uma baixa taxa de inovação que, no longo prazo, gera crises, pois os novos problemas passam a não ter soluções criativas.
Muito da desmotivação que sentimos na vida é fruto da sensação de que somos uma máquina que todo dia faz a mesma coisa.
ÁRVORE SECA
Ao vê-la, estarreci.
Ainda ontem
Do antes de ontem
De há três dias,
Eu vi-a;
Parecia-me salva
À luz da alva,
Daquele passado dia.
Hoje, mesmo agora,
Olhei lá fora:
Estava já mirrada,
Seca, num esturricado
Como torresmo queimado.
Quis regá-la,
Refrescá-la,
No pé do tronco a morrer.
Só então me lembrei
E pelo que sei,
Não adianta em desnorte,
Querer vencer
Sem poder,
Aquilo que já é morte!
(Carlos De Castro, in Há Um Livro Por Escrever, em 02-04-2023)
“SOBRE O ENSINO
Somente poderemos
ENSINAR
Se tivermos a
convicção comprobatória
que estamos em conformidade com a Razão e Pleno Conhecimento sobre o
Tema.”
Quando você traduz palavras em desenhos, e os desenhos em gestos, e ainda assim não é compreendido, nasce a dúvida: é sábio insistir onde não há ouvidos, ou seguir adiante, deixando que o tempo fale o que sua voz não pôde alcançar?
Explicar para quem não quer entender é como acender uma vela ao vento — o esforço é belo, mas em vão. Há almas que só escutam quando o silêncio ecoa mais alto do que qualquer discurso. E há momentos em que partir não é desistência, mas o mais puro ato de sabedoria.
A mentira perde força quando chega aos ouvidos dos mais racionais, bem informados e conhecedores da verdade, que demonstram inteligência. Esses, avessos aos canalhas e às canalhices, não compactuam com eles nem com ela.
Se você permite que o ódio ou a raiva por algo ou alguém domine seus sentimentos, então já perdeu para essa força, seja ela qual for. A vida é única para cada um. Viva a sua e seja feliz da melhor maneira possível. Não é preciso dar satisfações — basta se afastar e seguir em frente. Sem problemas.
O pior inimigo é aquele que você abriga e com quem precisa conviver o tempo inteiro: são os seus demônios interiores. Se você vencer essas batalhas e a guerra contra eles, então poderá vencer o mundo porque ele é feito pelos que são e todos aqueles que ainda não se venceram.
Quem vence a si mesmo não perde para mais ninguém. Isso é o que chamamos de um verdadeiro campeão.
Não existe amor sem respeito, pois sem respeito o amor não subsiste, não há existência, não tem sustentação. Para ser amor de verdade, ele precisa ser perene e onibenevolente.
O amor verdadeiro é mais do que uma emoção passageira — ele exige alicerces sólidos, sendo o respeito um dos mais fundamentais. Sem respeito, o amor se deforma, perde sua essência e se torna apenas apego, carência ou desejo de posse. A ideia de que o amor deve ser perene (duradouro) e onibenevolente (totalmente bondoso) eleva sua definição ao nível mais alto: um amor que não fere, não humilha, não controla. Amar, portanto, é também saber reconhecer a humanidade do outro, seus limites e sua liberdade.
Eu preciso te ver, porquê, partes de mim ficaram em você.
Você precisa me ver, porquê, partes de você ficaram em mim.
Nós, precisamos nos ver...
E por fim a está saudade que a insanidade de um momento criou.
O gosto do teu beijo, que mora nos meus lábios, é único por ter sido único e nunca houve outro igual.
✨ Às vezes, tudo que precisamos é de uma frase certa, no momento certo.
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