Desculpas Amor Nao Correspondido

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QUASE REVELAÇÃO

Deixa que o rimar da poesia enfim devasse
A tua emoção tão íntima e tão sem enredo
Que terias posto de lado, se, mais cedo,
Toda covardia que sentes se revelasse...

Chega de ilusão! Pronuncie-as sem medo
As tais prosas, já tão visíveis em tua face
Deixadas em teus passos por onde passe
Marcadas, e tão apontadas com o dedo.

Então: não posso mais! Chega de rodeio
Estou cheio, em devaneio, e tenho fome
No coração, aprisionado, e tão imerso...

Escuto o dito nome, o amor, leio e releio
E já fatigado, que no peito me consome.
Que quase confesso neste patético verso!

© Luciano Spagnol
poeta do cerrado
2018, setembro
Cerrado goiano
Olavobilaquiando

DESEJO

O silêncio que brada, desnorteado
No cerrado, que a chorar me vejo,
O peito na dor que sofre, separado
Do outrora, na saudade me protejo.

Não me basta saber do passado,
Se, se amei ou fui amado; desejo
Mais que afeto simples e sagrado,
Quero olhar, laço e um doce beijo.

Ao coração que tolera, só ousadia
Não me acanha: pois maior baixeza
Não há que paixão sem ter o calor;

É a justa ambição que eleva a poesia
Ser poeta sempre e, na sua pureza,
Deixar seus versos cheios de amor.

© Luciano Spagnol
poeta do cerrado
20 de setembro, 2018
Cerrado goiano
Olavobilaquiando

REMORSO

Hoje, eu sei, a contrição com a dor
Te beijei na saudade, e assim ando
Forjando e padecendo, até quando
O teu cheiro será o meu condutor?

Às vezes, eu me vejo te chamando
Nas lágrimas versadas sem expor
Da alma, me calo, e torno sofredor
Cansado, neste tal sentir nefando...

Sinto o que no tempo desperdicei
Choro, no início da minha velhice
Cada seu, que eu não aproveitei…

E nesta ilha de suspiros e de tolice
No teu breve adeus, tarde cheguei
Sem que desta falta remorso visse!

© Luciano Spagnol
poeta do cerrado
2018, fim de setembro
Cerrado goiano
Olavobilaquiando

VERSOS DE AMAR (soneto)

O poetar que sofre, desgarrado
Da emoção, no exílio sem pejo
Da inspiração, ali tão separado
Calado, e sem nenhum desejo

Não basta apenas ser criado
Moldado na doçura dum beijo
Nem tão pouco ser delicado
Se o cobiçar, assim me vejo

O poetar que tolera, e passa
Sem se compor com pureza
Não há quem possa ele criar

E mais eleva e ao poeta graça
É trazer na poesia a grandeza
E a leveza dos versos de amar.

© Luciano Spagnol
poeta do cerrado
2018, outubro
Cerrado goiano
Olavobilaquiando

Nostalgia

Como quisesse amado ser, deixando
O coração sonhador, espaço em fora
A paixão, sem olhares e sem demora
Vestir tua quimera e partir em bando

Excêntrico senso, tonto, malversando
O tempo e a hora, sem valia: e, agora
Que passou, sente a solidão, e chora
E implora, a aura antiga recordando...

E, o agrado rebelando compungido
Atrás, volta carente de convivência
Do abraço com calor e de amante

E assim, nos versos andei perdido
- Já! pranteio a dor em reverência
Murmurando o amor daqui distante

© Luciano Spagnol
poeta do cerrado
Novembro de 2018
Cerrado goiano
Olavobilaquiando

PAIXÕES

Amores, latejo em ti, nas saudades, por onde
Estive! e sou estórias, e rasto, e madrugadas
E, em recordações, o meu coração responde
Num clamor tal ao vendaval e folhas levadas

Daqui do cerrado, e teus cipós, e tua fronde
Gorjeiam as melodias, e desenham estradas
Na memória, onde, além, o passado esconde
Da pressa, e as doces perfumadas alvoradas

Recordo, choro em pranto, eram dias felizes
No prazer, tal uma flor, de ti, pimpo e exulto
E eu, suspirando, poeto loas com cicatrizes

Tu golpeada e finda, - e eu fremirei sepulto:
E o meu silêncio cravado, em vão, tal raízes
Se estorcerão em dor, penando sem indulto.

© Luciano Spagnol
poeta do cerrado
Novembro de 2018
Cerrado goiano
Olavobilaquiando

TUDO LONGE (fado)

Tudo longe, tudo vazio, tudo sem encanto
do teu canto, teu olhar, no peito no entanto
que se põe a suspirar... as tuas lembranças!
Que são lágrimas em rodopios e em danças
na minha saudade. Você está ausente!
Só o cheiro dos teus beijos nos lábios presente
Insistente: - num poema, num verso, num canto
uivando o acalanto, tanto, me jogando num canto
Nem o teu calor, o teu amor, aqui posso tocar
Você está longe... como nostálgico não ficar?
Ai está dor, este pranto, este manto, ai...ai... ai...
não me deixes tão distante, solidão... vai... vai...
A dor do amor sozinho, é tristura grande
que invade a alma, de quem é amante
Tudo tão longe, tão grande, tão emudecido
aqui neste gemido em sofrido alarido...
Me ponho ao vento por ti clamar:
- como é bom poder te amar!

© Luciano Spagnol
poeta do cerrado
23 de agosto de 2019
cerrado goiano

Seu cheiro ficou comigo

Após este breve adeus
E ter-te nos braços meus
Ficou a inocência de seu odor
Misturados com seu calor
Nos labirintos do lençol
Enlaçados com a turbação
Do pensamento sem noção
Gravados no sentimento
Inebriando o contentamento
Com resíduos de nossa paixão
Que naufragaram na minha emoção
É pura essência de hortelã
Que bem cedo, ainda pela manhã
Exala por todos os meus poros
Em eternos cânticos sonoros
Dissolvendo minh'alma em ti
Acordando o meu coração
Marejado de saudosa comoção
Da necessidade de você ter partido
Mas, seu cheiro ficou comigo

© Luciano Spagnol
poeta do cerrado
28/02/2019
Rio de Janeiro, RJ

eleitos
no silêncio, predestinação, na solidão
desígnios dos sentimentos estreitos
o mistério do coração
feitos, leitos, imperfeitos...

eu não te aguardava mais
estava sentado no barranco do cerrado
calado, as entranhas prostradas no cais
do fado, e cá nossos olhares acordado
suspirando os mesmos sensos reias
que já a muito sepultado...
e agora fatais.

© Luciano Spagnol
poeta do cerrado
14 de outubro de 2019
Cerrado goiano

PAI (soneto)

Trago no coração sinais de abrigo
são sentimentos de protetor laço
num nó em lembranças e abraço
daquele que levo sempre comigo

É quem apoiou o passo no passo
no compasso fora do ter perigo
É o valente amigo até no castigo
que no cansaço expõe o regaço

Eis o lar, pai, que assim eu digo:
o provedor que nunca é escasso
num rude amor, sem ser oligo

O braço em um dilatado espaço
de colunas eretas que bendigo:
- numa saudade que não afaço.

© Luciano Spagnol
poeta do cerrado
agosto de 2016
Cerrado goiano

termo

meus poemas são meus olhos
falam com o juízo do coração
na alma destrancam ferrolhos
enferrujados pela corrosão
dos desprezos e embrulhos
dos enganos da emoção
e mesmo assim,
entre rimas de dor
que escrevo sem fim
teimo nas estórias de amor

© Luciano Spagnol – poeta do cerrado
Abril, 2016 – Rio de Janeiro, RJ

CARTÃO DE NATAL

Busque um galho de sua existência
Nas forquilhas enfeite com determinação e coragem
Não se esqueça das bolas de diligência
Dos cartões amigos de boa mensagem
Aqueles envelopados no amor, carinho, reverência
Ilumine com lâmpadas de esperança
Pisca... Pisca... na malícia, advertência
Colorindo cada canto com detalhes de alegria e confiança
E no topo do galho a estrela guia da fé
Afinal é a razão da comemoração da lembrança
O nascimento do Deus Menino filho de Maria e José
O que veio para a aliança...

Feliz Natal e Próspero Ano Novo.

© Luciano Spagnol - poeta do cerrado
Dezembro, Natal 2015/2016
Cerrado goiano

Um texto sobre carros...

Acho que todo homem que se preze ja teve uma paixão por algum carro, mesmo não tendo um, sempre há um modelo que nos chama atenção.
Comigo não foi diferente, eu ja tive o prazer de desfrutar o conforto de alguns, uns mais marcantes do que outros, porém todos únicos.
Poucos tem o privilégio de começar por um padrão alto,um carro caro de muita elegância e desejado por todos, no meu caso eu comecei por baixo, contarei sobre os mais marcantes.
O meu primeiro carro, era engraçado, compacto e pouco notável, para mim era especial pois nele eu dei minhas primeiras voltas e realizei as primeiras loucuras, certo tempo eu fiquei, era apegado, pois ele era meu primeiro carro.
Sobre o segundo carro, eu ja era apaixonado, nunca tinha visto tanto brilho na vida, a elegância e a segurança eram impecáveis, o mais potente e o maior laço que eu faria na vida, eu era louco por ele. Com meu segundo carro eu pude viajar, pude planejar coisas, comprei acessórios, moldei ele a minha maneira, nossa que carro fantastico eu pensava.
Certo dia, resolvi sair, peguei minha paixão, e fomos passear, 5 longos anos se passaram e eu com o mesmo carro, ainda havia encanto e admiração,mas eu, sendo homem tolo, com instinto insaciável, passei à admirar outros carros.
Aquele carro que era tão especial, quebrou-se, por mais que eu tentasse consertar, ele ja não aparentava aguentar ir tão longe, então eu o troquei.
A solução encontrada me parecia ser eficaz, afinal, seria um livramento, ele trazia tantos problemas, eu vivia a ter dores de cabeça.
Resolvi que não teria mais um carro, passei a viver transitando entre um veículo e outro, quantos onibus eu peguei, a quantidade de uber eu ja nem sei, só sei que nenhum outro veículo jamais me interessou.
Até que em um dia de trabalho, através de um amigo eu conheci um novo modelo, lindo,espetacular, impecável na verdade, enlouqueci e resolvi que deveria ficar com ele.
Acabava de conquistar minha nova paixão , todos os lugares eu ia com ele, por onde andava todos olhavam, a quem eu mostrava, sorria e me parabeniza, nossa que carro legal.
Eu estava feliz, estava preenchendo um espaço vazio em mim, mas pra falar a verdade, eu nunca esqueci aquele segundo carro.
Eu nunca mais o vi, soube apenas que esta lindo, mais potente do que nunca, o novo dono cuida muito bem dele.
Eu não deveria ter vendido, não deveria ter desistido de ajeitar ele, que saudade daquele carro.
Que saudade do sotaque, do sorriso, das brincadeiras e do cheiro do cabelo.
Se eu pudesse, eu voltaria no tempo e faria diferente, estaria com ela até hoje, não importa o quanto quebrasse, eu consertaria, que saudade dela.

Eu sou do interior, amo sentir a alma a flor da pele.

Sobre desamor tenho graduação e certificado de doutorado. Porém, minha teoria é, e sempre será o amor. Não gosto do pretérito e o pretérito imperfeito eu julgo como covarde. Sou imediatista! Cada batimento cardíaco é um tempo sentimental. Gosto de conjugar tudo no presente.

Que saibamos respeitar o aprender de cada um, porque todos nós somos feitos de escolhas e muitos escolhem o caminho mais fácil, o caminho do ego. O ego leva com os seus, a ignorância terrena, a soberba, o orgulho, o ressentimento, as dores e a escuridão. O amor liberta.

Deixei de buscar entender as atitudes das pessoas quando percebi o quanto preciso melhorar as minhas. Entendi que o amor é o que todos tentam construir, mas que poucos conseguem edificar.

A gente complica a vida por abrir os olhos com veus da ilusao, abrir os ouvidos com ruidos no coração, abrir uma mão escondendo a outra. Queremos muito e pouco estamos dispostos a doar. O caminho do amor é um só. Abdicar mais do que receber. Porque o amor não dói o que dói é porque não sabemos amar.

É preciso contemplar os jardins frutados e floridos que brotam em nossos olhares quando sentimos a ternura das flores e a vulnerabilidade de seus espinhos. É preciso enraizar em nossos corações cada sentimento germinado no amor que aflora e colore o sentir. É preciso regar toda semente que floresce para em cada estação, seja onde for, desabrochar os botões da vida que queremos sentir e ser flor.

Devemos nos preocupar com o bem que fazemos e jamais com o mal que se propaga por falta de conhecimento e evolução. Não importa o tempo, sentimento ou lugar que nos conduz porque o processo de evolução começa quando o amor nos toca. Quando nos distanciamos do amor, nos distanciamos de nós mesmos.

É preciso se permitir. Buscar dentro de si a libertação dos sentimentos que aprisionam. Tudo é energia e toda vibração é do tamanho do que se sente. Quem erra ou acerta ajuda ambos a evoluir. Faz parte do aprendizado errar e acertar. Não cabe julgamento porque não sabemos a necessidade, limitação ou conhecimento de cada um.

Deus não é justiceiro. Construa o você quer sentir e aceite o lugar que você se coloca. Quando criamos barreiras ao nosso redor o universo tende a nos derrubar. É preciso renovar o velho para o novo chegar. É preciso se libertar da escravidão da mente.

Somos instrumentos divinos transmutando o passado e neutralizando a falta de luz. Somos resultados de nossas emoções e tudo depende de nossa consciência. É impossível manter o equilíbrio sem reforma íntima. Porque a gente recebe o que atrai. Não apague a luz da esperança porque é a luz da positividade que aquece o amor, maior fonte de luz divina. Quer mudar o que recebe? Comece mudando o que emite. Permita-se!