Desculpa se sou um pouco Cabeca Dura
Eu sou muito aleatória!
Não sou casada, não tenho namorado e nem estou envolvida com ninguém. É que acho lindo os sentimentos, tenho raiva de muita coisa e acho muita bobagem engraçada.
Não estou procurando homem!
Só quero viver o meu momento em carreira solo.
Para mim, a vida se resume a ser quem eu sou, sem máscaras. Meu corpo é minha casa e meu tempo, a minha alma; a minha carne e o meu espírito são um só. É essa integridade que me guia em tudo que faço e em como me relaciono com o mundo.
Eu não sou de me esconder. Se você tem algo a me dizer, olhe nos meus olhos e fale. Podemos debater e discordar, pois ninguém é tão pequeno que não possa ensinar, nem tão grande que não possa aprender. Minha honestidade é inegociável, e meu caráter se revela na coragem de ser quem eu sou. Não participo de "telefone sem fio"; a verdade, por mais que doa, é sempre dita frente a frente.
Essa postura me fez lutar contra julgamentos que colocaram em dúvida minha credibilidade. Nunca imaginei que eu, alguém tão cheia de vida, forte e destemida, um dia me encontraria em uma depressão avassaladora e perturbadora. Fui diagnosticada por alguns como perturbada, louca, desequilibrada... até que meu corpo cedeu, com movimentos involuntários e nervos atrofiados. Meus braços e pernas se distorciam, e meu andar se tornou completamente desestruturado. Eu via tudo e todos ao meu redor, ouvia tudo que diziam, mas me sentia como um espírito vagando, um mero pensamento preso a um corpo. A sensação era de que eu existia, mas não vivia.
No momento em que eu esperava ser condenada, o amor de alguém falou mais alto. Aquele que eu via como meu possível juiz e carrasco, por não saber demonstrar amor ou se posicionar em situações difíceis, se tornou meu salvador, protetor, defensor e advogado. Essa experiência deixou sequelas, e a depressão silenciosa ainda me ronda. É aquela que você não vê, não sente, mas que já está agindo dentro de você. Nela, meu corpo está intacto, mas eu ando sem rumo, como se ouvisse sem escutar, e enxergasse sem ver.
A minha personalidade forte, minha dicção na velocidade da luz e o dom de pensar em voz alta, mesmo com um sorriso no rosto quando o mundo desaba, nem sempre me favoreceram. Diziam que eu não aguentava a pressão ou não sabia aceitar críticas, e que minha necessidade de falar era para aparecer, já que, apesar da minha inteligência e raciocínio, não alcancei o futuro brilhante que acreditavam que eu teria.
No entanto, eu descobri que as pessoas distorcem inteligência com riqueza e poder. Fiz minhas escolhas, e se segui em frente foi por minha decisão. Não mudaria nada em minha jornada, mas aprenderia a observar mais atentamente as atitudes das pessoas, a fim de não acreditar que tudo que reluz é ouro.
O caráter e a essência não são algo que o tempo ou as circunstâncias podem alterar. Essa consistência entre quem eu fui, quem eu sou e quem serei é o que define minha autenticidade. Eu não posso mudar minha personalidade. Eu sou eu eternamente até eu morrer. A minha maior força é a lealdade que tenho comigo mesma, pois meus altos e baixos nunca vão medir o meu valor. A verdade é um caminho árduo, mas é o alicerce para uma vida genuína, e a prova de que a minha maior lealdade é para com a minha própria verdade.
DJAAP
Meu silêncio não é fraqueza, é dignidade.
Enquanto você preserva sua imagem, sou eu quem guarda verdades que poderiam destruí-la.
Não me provoque: meu calar é o favor que você nunca reconhecerá.
Prefiro a paz à razão
Sou parte dos loucos,
daqueles que escolhem a paz
em vez da razão,
que não disputam versões,
nem se perdem em provas
para convencer o mundo.
Deixo que falem,
deixo que inventem,
deixo que julguem.
O silêncio que guardo
é mais valioso que qualquer vitória.
A paz é cara,
custou noites sem sono,
custou feridas que não se mostram.
Mas, uma vez conquistada,
eu não troco por nada.
Não quero ter razão,
não preciso vencer.
Quero apenas um coração quieto,
uma mente leve,
um canto de serenidade
para descansar em mim.
Egoísta
Eu sou uma pessoa egoísta.
Egoísta por querer sua atenção só pra mim.
Egoísta por desejar que você dedique
Todos os seus dias em favor de mim.
Egoísta por não me amar mais do que amo a ti.
Egoístapara mim e para ti,
Porque o que mais amo é te fazer sorrir.
Por querer teu corpo trêmulo
Entrelaçado ao meu.
Por querer tua respiração
Ofegante ao sentir toques meus.
Sou Egoístamesmo e que se dane.
Eu te quero aqui, neste instante.
Te quero pra sempre,
Sempre ao meu lado,
Porque amo me perder em teus abraços.
Egoísta, Egoístaeu sou.
Faz mal sonhar e ter ganância
Pelo teu amor?
E assim sou feliz nessa minha maneira egoísta de amar,
pois em te me inspiro a fazer poesias que me levam a delirar.
Por - Stela Nayra
Você pode me ver como "presa fácil", mas sou sobrevivente. "Não esqueça, já sobrevivi a temporais, você é chuva fina no telhado."
(Maria Gorette O.P.P.)
Veem-me cinzento.
Mas não é por falta de cor —
é por não pintarem devagar.
Não sou o que mostro.
Sou o que seguro para não cair.
O que calei para não ferir.
O que deixei por dizer
quando me disseram que já não havia tempo.
Aprendi a vestir sombras
com a dignidade de quem sabe
que até a noite tem camadas.
Ergui castelos no ar
com mapas rasgados.
Com linhas tortas, sim,
mas desenhadas com silêncio aceso.
Procurei luz sem a pedir.
Preferi arder por dentro
a que me apontassem o fogo.
E quando me disseram que o mundo era
preto ou branco,
guardei as cores no bolso.
Não para esconder —
mas para que alguém as quisesse ver.
Sou feito de todas as coisas
que não se veem à primeira.
De silêncios que gritam.
De memórias que ainda não aconteceram.
De palavras que nasceram antes da boca.
Não preciso de ser lido.
Mas se me lerem, que não me distorçam.
Procurem a cor, não as trevas.
As que tremem.
As que resistem.
As que sou.
MONÓLOGO
“Eu Sou Tereza, Eu Sou Quilombo
Por Eli Odara Theodoro
(Para o Julho das Pretas)
:
Axé…
Axé, minhas irmãs!
Eu cheguei.
Julho chegou.
E com ele, eu me levanto.
Não sozinha — nunca sozinha.
Me levanto com Tereza.
Sim, Tereza de Benguela…
Mulher preta, mulher quilombola, mulher rainha.
Liderança. Inteligência. Força política e amor pelo povo.
No século XVIII, quando mataram seu companheiro,
ela não fugiu.
Ela ficou.
Assumiu o Quilombo do Quariterê.
Criou um governo, um parlamento, uma resistência com nome de liberdade.
Ela sabia…
Que resistir era também amar.
Que ser preta, mulher e viva
já era um ato revolucionário.
E eu…
Sou continuidade de Tereza.
Sou Eli Odara Theodoro .
Mulher preta. Quilombola.
Mãe. Viúva. Educadora.
Filha da terra e dos tambores.
Minha pele carrega o barro da luta,
minha voz carrega as palavras que tentaram calar.
Como diz Beatriz Nascimento:
“O quilombo é um lugar de liberdade possível.”
E eu sou esse lugar.
Meus passos são quilombo.
Minha fala é quilombo.
Minha sala de aula, meu terreiro, meus textos, minha lida — tudo é território de reexistência.
Sueli Carneiro grita comigo contra o apagamento.
Lélia Gonzalez me lembra que o mundo é racista e tenta nos empurrar pra margem.
Mas nós somos centro!
Centro da cura, do cuidado, da criação.
Conceição Evaristo sussurra aqui dentro:
“Escrevivência…”
E é isso que faço.
Eu escrevo com o corpo.
Escrevo com as dores e alegrias que a vida preta me deu.
IBGE diz: somos 28 milhões de mulheres negras no Brasil.
Mas isso é só número.
Nós somos mais!
Somos as que levantam antes do sol.
As que dançam pra Oxum e marcham contra o racismo.
Somos as que cuidam dos filhos dos outros enquanto sonham com futuro pros seus.
Djamila Ribeiro me lembra:
“Nosso lugar de fala não é favor.”
É luta.
É direito.
Nilma Lino Gomes grita comigo:
Educação quilombola é território de sabedoria viva!
Não tem sala de aula mais forte que o chão de nossas comunidades quilombolas.
E como diz bell hooks:
Amar também é ato político.
Eu escolho amar quem sou.
Escolho amar os meus.
Escolho amar as mulheres que vieram antes,
e aquelas que ainda virão.
Hoje…
Eu não só homenageio Tereza.
Eu a convoco.
Tereza está em mim.
Tereza está em nós.
Porque, como diz Conceição Evaristo:
“Nossos passos vêm de longe.”
E eu completo:
Vêm de longe…
E seguem firmes.
De cabeça erguida.
Pés fincados na terra.
E o coração batendo no ritmo da ancestralidade.
Axé, Tereza!
Axé, Mulheres Negras!
Axé, Julho das Pretas!
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