Depoimento de Amizade que Niguem pode Separar

⁠ESPANTOSO

Revendo fotos dos anos setenta,
estupefato, não me reconheço,
há certa abundância de cabelo,
a barriga sarada não se salienta.
Oh! meu Deus, quanta agonia,
como eu era lindo e não sabia!

Benê

⁠PESCANDO PARA ELA

Numa tarde de sol
peguei meu boné
sem rede ou anzol
dei uma esticadela
fiz o percurso a pé
fui pescar para ela
tilápia
jau
tambicu
pacu
lá no Carrefour.

Benê

⁠O assistencialismo eleitoreiro humilha, anula, vicia e escraviza o cidadão.
Benê

⁠A fraternidade sem amor te faz hipócrita.
Benê

⁠Todo homem tem seu preço; alguns não valem um real.

Benê

⁠Quando vivos, se matam. Mortos, são reverenciados. Vai entender os racionais!!!

⁠Numa terra de cegos políticos, quem tem um olho é eleito, imagina quem tem os dois.
Benê

⁠O dependente químico mata a própria mãe para comprar a maldita droga.
Benê

⁠Nenhuma religião é inteiramente verdadeira ou falsa. Cada homem deve descobrir e ter a própria religião, sem se tornar escravo de quem quer que seja. Ninguém pode lhe dar a verdade, que tem de ser descoberta por si mesma. A verdade só existe em Deus.
Benê

⁠A Terra não é privilégio desta ou daquela nação, mas de todos seres vivos do planeta.
Benê

⁠O egoísta já nasce ignorando a própria mãe.
Benê

⁠Amar o próximo numa sociedade exclusivista e egoísta é uma utopia.
Benê

⁠O usuário de drogas é o tolo que sustenta o traficante.
Benê

⁠O ostentador tem a síndrome do pobre.
Benê

⁠O Brasil virou um cassino com mais de 3 milhões de viciados em jogos de azar.
Benê

⁠Não seja induzido ao voto, não existe o eleito antecipado, escolha seu candidato e espere a contagem das urnas. Você não é piolho e nem sofre das faculdades mentais.
Benê

O PODER PELO PODER!

Qual é o poder que o poder tem?
Tem político que assa a mãe
pelo poder que lhe convém.

Benê

⁠Não sou de direita, do centro e nem de esquerda. Sou apartidário, só discuto ideias.

⁠Pisotear a Bandeira Nacional é o mesmo que esmagar o coração de uma mãe.
Benê

E AGORA, POETA?

Meus passos desconexos
procuram nada mais que o destino,
meu olhar percorre o infinito
divagando a esmo,
sigo por ruas incompreendidas,
vou como quem soletra o coração,
descrente daquilo que já nem cria,
nas entrelinhas a seguir em solidão,
cúmplice da minha hesitação,
se sou o último ou o primeiro, nada sei,
só sei que sinto falta de mim,
porque em mim só vejo o meu eu,
desperto, disperso, e penso na vida.

Autor Benedito Morais de Carvalho (Benê)
Livro: A poesia da calçada não vende ilusão (2020)
20 de outubro- Dia do poeta.