Deixa me Ir
O impossível pode até te ferir, mas é ele quem abre as portas para você ir além de todos os seus limites conhecidos.
Deixar ir não é amnésia emocional, é a cirurgia de sobrevivência que a alma exige para preservar seu futuro.
Houve um tempo em que pensei que a dificuldade era o fim, que o peso da separação era uma prova irrefutável de que havíamos falhado irremediavelmente. Porém, a resiliência me ensinou que o que parecia ser uma pena é apenas uma pausa dramática. Com a humildade de quem reconhece o erro, eu me permito o recomeço, um retorno corajoso ao primeiro passo.
O chamado para a vida é um convite para navegar em águas profundas, para ir além da margem segura do conhecido e experimentar a confiança extrema que nos leva a caminhar sobre os oceanos da incerteza, sem temer o naufrágio. O medo da profundidade se dissolve quando o nosso olhar se fixa em Jesus, a âncora que impede a alma de afundar nas tribulações, pois a fé é maior que a imensidão do mar e o barulho das ondas. Em Sua presença, a tempestade é apenas um cenário para o milagre que Ele está prestes a operar, mostrando que a verdadeira segurança não está na ausência de problemas, mas na autoridade de quem acalma o vento.
Entre o medo e o ir — a hora da despedida
É na dor vivenciada ao longo da vida que aprendemos a nos reconstruir.
Na existência, muitas vezes somos atravessados por fases tão desafiadoras que chegamos a pensar que não resistiremos. Isso acontece porque, por vezes, esquecemos que o verdadeiro intuito do existir é justamente viver, e vivenciar a travessia e seus processos.
Nos últimos dias, experimentei uma das fases mais desafiadoras deste tempo: a despedida da minha matriarca, sobretudo pela incumbência que me foi atribuída, a de instruí-la no caminho de volta para casa, ensinando-a a livrar-se da bagagem do medo de seguir.
Foram dias tão complexos que confesso: até me esqueci de que outrora o fiz com maestria, quando o desígnio era menor e não requeria tanto sentimento envolvido. No entanto, estar vestida da própria pele — sendo eu agora a filha, e ela, a mãe — quase me fez trepidar. Quero dizer: cheguei a desejar sair da roda e transferir tanto o papel quanto a responsabilidade a outrem.
Porém, aquele momento que parecia interminável fundiu-se de mãos dadas ao crepúsculo, hora tão reverenciada por aquela mulher aguerrida durante os cultos realizados diariamente, desde que encontrou seu maior refúgio: a consciência do existir.
Finalizada a travessia dela, sentei-me na pedra posicionada aqui dentro de mim, à esquerda do peito, e chorei. Não pela sensação de dever cumprido, mas pela saudade imensa das lembranças de tudo o que vivemos — impressas em mim desde que este meu mundo é mundo.
Não é só jejuar na quarta, ler a Palavra na quinta e ir à igreja aos domingos; é também tratar bem a esposa. Mas, irmão, minha esposa é difícil. Coloque o rosto no pó e ore.
Aprende com o silêncio que tudo tem um ciclo, como as marés que insistem em ir e voltar, os pássaros que migram e voltam ao mesmo lugar, como a Terra que faz a volta completa sobre o seu próprio eixo, completa a tua tarefa. Aprende com o silêncio a respeitar a tua vida.
Eu queria muito viajar, ir à praia e ficar em paz.
Viajei com meu pai, por muitos anos fora algo que sempre sonhei.
Porque não sinto nada? Me tornei vazia?
Minhas mágoas podem ter enrijecido meu coração e a minha alma.
Quero um dia poder libertar-me desse imenso vazio, me sinto um buraco negro.
Não quero me engolir mais.
Quero poder me permitir a sonhar.
Me permitir viver, a cada dia, mais e mais.
O que é o céu para mim? É um lugar repleto de amizades sólidas. A confiança e a segurança total e irrestrita nos proporciona uma entrega integral e incondicional do nosso ser a um oceano imenso de paz.(Walter Sasso)
“O maior medo que eu tenho de uma discussão é que a primeira coisa a ir embora é a razão.”
— Dionísio Oliveira
Quem perde tempo discutindo o pé de apoio esquece a regra básica do movimento: para ir longe, a vida exige os dois.
Recordando: Só a expectativa de ir ao baile já era uma emoção - e maior ainda quando, no baile, um belo rosto correspondia ao olhar. Imperava a emoção. Requisitava a coragem, ao encontro partia, as mãos se tocavam, perfume suave, dois corpos em um, no compasso da musica romântica, até o ápice com um beijo apaixonado disparando o coração. Bons tempos que dificilmente voltarão.
Quanto mais chances damos... para o inimigo mudar e se arrepender e ir embora, mais chances também damos... dele continuar a nos fazer mal.
A verdadeira arte é o exercício criativo de ir além, ultrapassando respeitosamente todos os limites.
De nada adianta caminhar sozinho, para onde ir se não temos com quem partilhar a beleza do horizonte?
Se preciso for, retorne alguns passos para resgatar aqueles que ficaram para trás, você pode precisar de alguém para lhe mostrar o que mais importa em sua grande jornada.
