Defendo meus Amigos
Estes são os meus princípios. Se não lhes agrada, tenho outros.
Se soubesses da solidão desses meus primeiros passos. Não se parecia com a solidão de uma pessoa. Era como se eu já tivesse morrido e desse sozinha os primeiros passos em outra vida. E era como se a essa solidão chamassem de glória, e também eu sabia que era uma glória e tremia toda nessa glória divina primária que, não só eu não compreendia, como profundamente não a queria.
DIZERES ÍNTIMOS
É tão triste morrer na minha idade!
E vou ver os meus olhos, penitentes
Vestidinhos de roxo, como crentes
Do soturno convento da Saudade!
E logo vou olhar (com que ansiedade! ... )
As minhas mãos esguias, languescentes,
De brancos dedos, uns bebés doentes
Que hão-de morrer em plena mocidade!
E ser-se novo é ter-se o Paraíso,
É ter-se a estrada larga, ao sol, florida,
Aonde tudo é luz e graça e riso!
E os meus vinte e três anos... (Sou tão nova! )
Dizem baixinho a rir: “Que linda a vida! ... ”
Responde a minha Dor: “Que linda a cova! ... ”
Tenho medo de não conseguir manter minhas ideias, meus pontos de vista, minhas escolhas. A minha cabeça é como um guarda que não permite que eu estacione em local algum. Eu fico dando voltas e voltas no meu cérebro e quando encontro uma vaga para ocupar, o guarda diz: circulando, circulando . Você está me entendendo? Eu não tenho área de repouso. Raramente desligo, e quando isso acontece, não dá nem tempo para o motor esfriar.
Dos meus momentos mais felizes, não me lembro de algum em que esteja sozinha. Quando os dias se mostravam tristes demais para meu coração, tinha alguém ao meu lado pra segurar minha mão, quando a felicidade era imensa, estava lá pra sorrir comigo e registrar os momentos. Quantas vezes as gargalhadas ecoaram pelos cômodos da casa e quantas outras ninguém nos ouviu chorar baixinho no colo de um amigo? Realmente fui feita de metades, poucos e pedaços de cada, que se completam com essas pessoas especiais que estão a meu redor.
Antes de me dizerem: você tem que mudar, feche meus olhos e me enterre, assim não serei obrigado a ver essa dolorosa mudança.
Cada pessoa tem sua essência e singularidade, por isso defendo que são insubstituíveis. Podemos encontrar pessoas melhores ou piores, idênticas, nunca!
Eu defendo que uma personalidade fortemente marcada pode influenciar os seus descendentes por gerações.
Mas eu não tenho princípios. Hoje defendo uma coisa, amanhã outra. Mas não creio no que defendo hoje, nem amanhã terei fé no que defenderei.
A opinião alheia sobre minha pessoa nada mais é que uma argumentação sem fundamento. Eu defendo mesmo a opinião daqueles que me conhecem.
MEUS OITO ANOS
Oh! que saudades que tenho
Da aurora da minha vida,
Da minha infância querida
Que os anos não trazem mais!
Que amor, que sonhos, que flores,
Naquelas tardes fagueiras
À sombra das bananeiras,
Debaixo dos laranjais!
Como são belos os dias
Do despontar da existência!
— Respira a alma inocência
Como perfumes a flor;
O mar é — lago sereno,
O céu — um manto azulado,
O mundo — um sonho dourado,
A vida — um hino d'amor!
Que aurora, que sol, que vida,
Que noites de melodia
Naquela doce alegria,
Naquele ingênuo folgar!
O céu bordado d'estrelas,
A terra de aromas cheia
As ondas beijando a areia
E a lua beijando o mar!
Oh! dias da minha infância!
Oh! meu céu de primavera!
Que doce a vida não era
Nessa risonha manhã!
Em vez das mágoas de agora,
Eu tinha nessas delícias
De minha mãe as carícias
E beijos de minhã irmã!
Livre filho das montanhas,
Eu ia bem satisfeito,
Da camisa aberta o peito,
— Pés descalços, braços nus
— Correndo pelas campinas
A roda das cachoeiras,
Atrás das asas ligeiras
Das borboletas azuis!
Naqueles tempos ditosos
Ia colher as pitangas,
Trepava a tirar as mangas,
Brincava à beira do mar;
Rezava às Ave-Marias,
Achava o céu sempre lindo.
Adormecia sorrindo
E despertava a cantar!
................................
Oh! que saudades que tenho
Da aurora da minha vida,
Da minha infância querida
Que os anos não trazem mais!
— Que amor, que sonhos, que flores,
Naquelas tardes fagueiras
A sombra das bananeiras
Debaixo dos laranjais!
Olhe em meus olhos e
encontrará as respostas que procura,
pois minhas palavras dizem o que penso
e meus olhos são simplesmente o espelho do que sinto.
Ao ser criticado, não se preocupe, pois os pontos que os outros criticam podem ser os trunfos que fazem você se destacar na multidão.
Algumas pessoas vivem nas profundezas de sua superficialidade e quando encontram alguém com valores e princípios genuínos fogem de maneira covarde e egoísta... isso me dá mais pena do que raiva...
Quanta ansiedade... Hoje em dia quanta demanda de nós mesmos... são informações demais, apelos de consumo demais, escolhas demais... e tempo de menos.
Pensando aqui baixinho
naquilo que desejo
aos meus amigos neste Natal:
Uma guirlanda de União
na varanda do coração.
Uma árvore repleta de Amigos
todos juntos em comunhão.
Um pisca pisca de Luz
Uma estrela de Esperança
Uma mesa decorada de Fé
Uma porção de Coragem
Uma ceia de Paz de espírito
Muitas flores de gratidão.
Muitos laços de humildade
Muitos sinos de simplicidade
Muitos presentes de felicidade.
Ahhh!
E no profundo da alma...
Um Presépio do Amor de Deus.
Que é para nunca esquecer:
Que Ele jamais nos abandona
e sempre abençoa os Seus.