Dedicatoria para uma Filha na Bencao das Fitas
Um dia,
em uma noite como esta,
no silêncio eu te desejei com uma forte emoção.
Lágrimas caíram de um sentimento chamado saudade.
Eu poderia sorrir de verdade,
Mas como?
Não escondo verdades,
nem disfarço mentiras.
Uma chuva agora muito me agradaria.
Eu quero sentir o cheiro de terra molhada!
Eu quero uma tarde fria!
Assim vai terminando mas uma história de amor repleta de mentiras e falsidade as juras de amor ficaram pra trás mas assim serão recuperaradas nas lembranças de um amor que foi sempre seu...
Julia Santini Ramos...
Ser deficiente não é ter uma limitação, é poder enxergar o mundo de uma maneira que os ditos normais não enxergam.
Um dia um senhor, me disse que a família é como uma árvore, sendo os pais o tronco, com suas raízes profundas e resistentes; e os filhos, os galhos, sempre subindo e crescendo; me disse também, que os galhos de uma árvore, acompanham o crescimento das raízes, não indo além do necessário. Diante da explicação deste senhor, discordei dele.
Ao meu ver, os pais são a árvore como um todo, raízes fortes, tronco firme e galhos se expandindo a todo momento. Os filhos entao são os frutos. Uma árvore sempre dá o seu melhor para que seus frutos sejam também os melhores, e se esforçam ao máximo desviando pedras, procurando sustento, fixando-se da melhor forma possível ao solo, superando tempestades de todos os lados para que seus frutos sejam lançados de uma forma tal, que formem outras árvores.
Criamos os filhos, não simplesmente para lança-los ao vento, antes disso, os enchemos dos "nutrientes" necessários, para termos a certeza de que irão gerar ótimas arvores também!
Tenho me perguntado uma coisa já há algum tempo; o problema é que nunca paro para ouvir minha resposta...
Algumas coisas na vida são como uma pintura a óleo: Tudo parece confuso visto de perto, mas quando nos afastamos na distância exata podemos perceber melhor o quadro todo.
Depois que tivermos esta noção não importa quão perto ou longe estivermos , saberemos como as coisas são...
Este aqui é um desabafo. Mais um entre tantos outros. Um desabafo de uma jovem que luta contra a depressão, que luta pra não perder as esperanças nesse mundo ensandecido.
Faço parte de uma geração cada vez mais doente e perdida (ou que está encontrando o verdadeiro caminho, e, por isso mesmo, sofre), frustrada com o padrão de ensino desumanizador das universidades e a massiva produção científica ilógica, massacrada pelas exigências de enquadramento nos moldes capitalistas de um planeta enfermo. Encontro nas palavras e nas páginas em branco minha válvula de escape. Então, vamos lá.
Infelizmente estou inserida em um sistema que não me contempla e que não deveria contemplar ninguém, pelo simples fato de ser destruidor. Uma organização burocrática, hierárquica, opressora, exploradora, indiferente. Nessa lógica, seres vivos sem cifrão não são seres vivos, são lixo, pobres almas que só dão despesa.
É muito difícil colocar em palavras o tamanho da minha dor. A tragédia anunciada em Minas Gerais acabou de triturar meu coração. 62 bilhões de litros de lama contaminada, eu disse 62 BILHÕES, esmagando o rio, a vegetação, casas, animais, destruindo a principal bacia hidrográfica do Sudeste. E agora o estrago está chegando na mais antiga reserva natural dos mares brasileiros, o Parque Nacional Marinho dos Abrolhos, no sul do litoral da Bahia. Tudo pela ganância de uma mineradora que ganhou o prêmio de pior empresa do mundo em 2012 pelo Public Eye People´s”, premiação realizada pelo Greenpeace da Suíça e pela ONG Declaração de Berna, que escolhe as empresas com pior atuação em relação aos direitos humanos e ao meio ambiente. Em 2013 a barragem já havia sido condenada em um laudo solicitado pelo ministério público, e nada, NADA foi feito a respeito. A terceira barragem que não se rompeu está com um trinco de 3 metros. Dizem que providências já foram tomadas (agora).
A multa dirigida à Samarco (VALE) pelo Ibama foi de 250 milhões (e pode cair praticamente pela metade caso paguem até a data proposta), isso é preço de bala pra eles. Essa assassina deveria ser FECHADA, o mínimo esperado.
Depois de tudo isso veio o terrorismo em Paris e com ele a polêmica nas redes sociais sobre as tragédias. Vidas são vidas, em qualquer lugar do planeta. Porém, tenho que concordar que o direcionamento da mídia foi discrepante, e foi triste ver brasileiros trocando a foto de perfil pela bandeira francesa. Vamos abrir um pouco a mente e enxergar além do que os grandes meios de comunicação nos propõe. A Europa tem um histórico vasto de destruição do Oriente Médio junto aos EUA. Milhares de pessoas inocentes, crianças de colo, morrem todos os dias nas zonas de conflito. Alguém vai troar a foto de perfil pela bandeira da Síria após as bombas lançadas pela França? Claro que não. Não estou falando que isso justifica. Guerra nenhuma se justifica, massacre nenhum se justifica. Só quero dizer que devemos, sim, nos indignar pelas vidas perdidas (independente do número e da nacionalidade), pela origem das tragédias, mas não sejam solidários ao Estado que, historicamente, principiou esse ciclo violento.
Enfim, meu peito está apertado há muito tempo. E ficou ainda mais depois de todos esses acontecimentos. Pelo menos a minha doença significa que não compactuo com tudo isso, que me revolto, que tenho empatia, que reconheço a dor da minha Mãe Terra, que não sou mais uma pessoa preocupadíssima em trocar o modelo do Iphone porque já está fora de moda, obsoleto.
Eu sangro junto com as florestas e tribos dizimadas, com os rios mortos e pálidos, com as vidas perdidas nas mineradoras, com a lama tóxica que invade os pulmões, brânquias e raízes, eu sangro pelos bombardeios, tiroteios, pelas crianças dizimadas em massa, pela miséria africana e suas guerras civis, sangro pelas mulheres violentadas, estupradas, sangro por toda a exploração repugnante da América Latina. Sangro pelo asco de pertencer a uma espécie que é a peste negra do planeta.
Por enquanto eu estou aqui, buscando o mínimo de esperança pra seguir em frente, procurando ressuscitar meu espírito subversivo. Sei que ele está lá, num sono profundo e conformista, exausto, mas resiste. Resiste por amor. E canta, com as forças que sobraram:
“Tudo bem...até pode ser
que os dragões sejam moinhos de vento
Tudo bem...seja o que for...
Seja por amor às causas perdidas
Por amor às causas perdidas...”
(Dom Quixote, Engenheiros do Hawaii)
Uma das melhores coisas que a maturidade me presenteou foi saber relevar, deixar para lá, não revidar. A opinião dos outros não muda o que eu sou.
Ter amado você, foi como amar uma rosa, certas vezes fui espetado por espinhos de ciúme, mais em outras oportunidades, fui agraciado com o melhor perfume”.
O que escondo dentro de mim.
Guardo a esperança presa em uma caixa de sapatos. Às vezes a espio com cuidado, não abro muito para que não fuja. Guardo minha esperança com zelo, desejando que as coisas mudem, e que minha simples esperança se transforme em algo tangível.
Guardo aquele sentimento que me deixaste, aquele sentimento que produziste ao partir. O mundo não o vê porque o guardo com zelo. Ninguém o ouve. Me calo e escondo o que levo. Ainda que guardado dentro de mim persista uma terrível tempestade, é minha essa tempestade e não a deixo partir. Na verdade, conservo essa dor que levo porque é o único que resta de ti.
Guardo dentro aquele desejo de ser o que jamais serei. O guardo escondido onde só eu possa amá-lo, onde ninguém possa julgá-lo. Não! Não insista porque não o deixarei ir. Ele é o único que me conecta com o que jamais terei coragem de ser. Porque o que sou é um sorriso apagado, é vontade contida, é um nada em um mundo que exige que sejamos tanto.
Guardo, escondo e mantenho aquilo que já foi e não é mais. Às vezes me pergunto se não seria mais fácil deixá-lo partir. Porém o medo do vazio me faz retroceder, e fecho as portas uma vez mais, e não o deixo ir.