Declaração de Amor a uma Amiga

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E como não me embriagar de ti? Como evitar que teu amor me consuma e me enlouqueça? Estou lhe implorando pelas respostas. As procuro em cada esquina, em cada beco esquecido. Já as procurei em garrafas, já as encontrei no fundo de um copo. Busco pelo conforto, pela calmaria e até pelo esquecimento. Corro ao encontro do meu amor próprio. Desvio das promessas, das juras de amor, dos planos e até dos sentimentos. Esbarro no seu olhar que volta a me invadir trazendo sua devastação. Aperto os olhos e lhe empurro para longe rezando para que tu não voltes. Permita-me a felicidade. Largue-me. Reviva-me se for possível e saia de perto para que o efeito dure.

Amor e Ódio

Tema antigo. Ainda e sempre, ódio e amor, andam juntos através da facilidade através da qual o amor que não encontra resposta apodrece e vira veneno. O que salva e o que eleva é constituído da mesma matéria que fermenta, apodrece e mata.

Qual será a química explicativa da transformação súbita do que era busca, procura, sentimento de proteção e dedicação em imediata deterioração e ódio?

A química da transformação do afeto em raiva e da raiva em ação destrutiva, ainda não foi medida por nenhum laboratório da ciência. Apenas pela literatura e pela dramaturgia. Ou pelo jornalismo diariamente a espelhar os casos de amor terminados com a destruição de uma das partes.

A psicanálise também examina a questão. E com profundidade. Para ela, o mecanismo de auto destruição ou de destruição do próximo, já estava presente quando as pessoas resolveram se gostar. O mecanismo destrutivo está, já presente, quando as pessoas fazem o que supõem ser uma escolha livre. Não é escolha, diz a psicanálise: é o atendimento de uma pulsão inconsciente que faz adivinhar no parceiro as condições para o exercício dos impulsos mais fundos de destruição: ou a própria ou a do outro. Assim diz a psicanálise. Mas a questão continua de pé.

Se era amor, se era tanto, por que, diante da frustração ou da recusa de reciprocidade ele tem que virar ódio?

Se é amor não pode nunca ser ódio, proclamarão em coro os humanistas e os cristãos. Não era amor!

Quem ama e é rejeitado tem o impulso de ódio e de destruição. É esse impulso (que às vezes pode durar apenas um segundo) que essas histórias populares percebem e ampliam, traduzindo-o numa ação demorada, complexa, planejada, urdida. O público adere porque aí encontra a forma mais simples de ver-se ainda que através do outro; como na dramaturgia e na literatura.

Quem for capaz de conhecer o próprio impulso de ódio poderá talvez aplacá-lo, ou diminuir o seu efeito destrutivo.

Quem for capaz de controlar o próprio impulso de ódio talvez até aproveite a energia que está dentro dele (como nas forças da natureza) canalizando-a para obras e ações criadoras e positivas.

Quem for capaz de dirigir o próprio impulso de ódio, talvez despeje a força dele numa atividade artística ou empresarial, desviando-a do objeto amado passível de ser destruído.

Tudo bem. Magnífico que assim se faça, conforme o caso e conforme a pessoa! Terapêuticas e religiões (no fundo parecidas) aí estão a mostrar o sentido ético da vida e a importância de transformar a falibilidade e fraqueza humanas em objeto de meditação e de aprimoramento.

O amor é certo, o ódio é errado e o resto é uma montanha de outros sentimentos, uma solidão gigantesca, muita confusão, desassossego, saudades cortantes, necessidade de afeto e urgências sexuais que não se adaptam as regras do bom comportamento.

Martha Medeiros
MEDEIROS, M. Coisas da Vida. Porto Alegre: L&PM, 2009.

Nota: Trecho da crônica "Todo o resto"

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Remeta-me os dedos
em vez de cartas de amor

Inclusive mais amor inclui uma alerteza maior para achar bonito o que nem mesmo bonito é.

Clarice Lispector
A descoberta do mundo. Rio de Janeiro: Rocco, 1999.

Nota: Trecho da crônica O “verdadeiro” romance.

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Eles não tinham nada incomum, exceto os dois olhos, o nariz, a boca e o amor que sentiam um pelo outro.

Acordei cheia de alegria, amor, esperança e cinismo.

. Se Deus existe mesmo e o amor é seu agente, então ele só pode fazer bem pra gente."

Parece-me que podemos, com maior razão, distinguir o amor em função da estima que temos pelo que amamos, em comparação com nós mesmos. Pois quando estimamos o objecto do nosso amor menos que a nós mesmos, temos por ele apenas uma simples afeição; quando o estimamos tanto quanto a nós mesmos, a isso se chama amizade; e quando o estimamos mais, a paixão que temos pode ser denominada como devoção.
A diferença que há entre esses três tipos de amor manifesta-se principalmente pelos seus efeitos; pois, como em todos nos consideramos juntos e unidos à coisa amada, estamos sempre dispostos a abandonar a menor parte do todo que compomos com ela, para conservar a outra.
Isto leva-nos, na simples afeição, a sempre nos preferirmos ao que amamos; e, na devoção, ao contrário, a preferirmos a coisa amada e não a nós mesmos, de tal forma que não hesitamos em morrer para a conservar.

É horrivelmente insípido, meu amor.

Clarice Lispector
A paixão segundo G. H. Rio de Janeiro: Rocco, 1998.

Não consigo aceitar nenhum tipo de amor porque nenhum tipo de amor me parece do tamanho do buraco que eu me tornei.
Se alguém me abraçar ou me der as mãos, vai cair solitário do outro lado de mim.

"Você está só. Viveu um grande amor, que durou alguns meses ou vários anos, não importa, e agora está naquele período conhecido como entressafra: nada nesta mão, nada na outra."

Que imensa miséria o grande amor - depois do não, depois do fim - reduzir-se a duas ou três frases frias ou sarcásticas. Num bar qualquer, numa esquina da vida.

As feridas do amor só podem ser curadas por aquele que as fez.

Quem nunca escreveu o nome de quem gostava no papel de bala e fez ‘Amor, ódio, paixão’, não sabe o que é ter esperança.

Quem ama não esquece quem ama, o amor é assim
Eu tenho esquecido de mim, mas dela eu nunca me esqueço...

Aquele que usa da força física é um fraco.
O homem forte, de verdade, faz uso do amor e da razão.

A sabedoria não reside na razão mas no amor.

Porque amor é justamente isso, é ficar inseguro, é ter aquele medo de perder a pessoa todo dia, é ter medo de se perder todo dia. É você se ver mergulhado, enredado, em algo que você não tem mais controle.

Amor que Morre

O nosso amor morreu... Quem o diria!
Quem o pensara mesmo ao ver-me tonta.
Ceguinha de te ver, sem ver a conta
Do tempo que passava, que fugia!

Bem estava a sentir que ele morria...
E outro clarão, ao longe, já desponta!
Um engano que morre... e logo aponta
A luz doutra miragem fugidia...

Eu bem sei, meu Amor, que pra viver
São precisos amores, pra morrer
E são precisos sonhos pra partir.

Eu bem sei, meu Amor, que era preciso
Fazer do amor que parte o claro riso
Doutro amor impossível que há de vir!

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