De Repente Nao mais que Derepente

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Trabalhai, fazei alguma coisa: é o alicerce mais seguro.

Existem algumas derrotas mais triunfantes que vitórias.

A dor enobrece as pessoas mais vulgares, porque ela tem a sua grandeza, e, para receber o seu brilho, basta ser verdadeira.

É mais fácil ser amante do que ser marido, pela simples razão de que é mais difícil ter espírito diariamente do que dizer coisas bonitas de vez em quando.

Os sábios duvidam mais que os ignorantes; daqui provém a filáucia destes e a modéstia daqueles.

Todos os seres derivam de outros seres mais antigos por transformações sucessivas.

O avarento gasta mais no dia da sua morte do que gastou em dez anos de vida, e o seu herdeiro mais em dez meses do que ele na vida inteira.

A virtude é mais perseguida pelos maus do que amada pelos bons.

Miguel de Cervantes
Dom Quixote, vol. I

Se as viagens simplesmente instruíssem os homens, os marinheiros seriam os mais instruídos.

Paciência e nada de pressas fazem mais do que a força e a ira.

O meio mais eficaz de nos vingarmos dos nossos inimigos é fazendo-nos mais justos e virtuosos do que eles.

A razão do mais forte é sempre a melhor.

Perdoamos mais vezes aos nossos inimigos por fraqueza, que por virtude.

Quando puder ser temido, ainda mais me quero fazer amar.

Um autor estraga tudo quando pretende fazer bem de mais.

É mais vulgar ver um amor absoluto do que uma amizade perfeita.

Depois do espírito de discernimento, o que há de mais raro no mundo são os diamantes e as pérolas.

Eu não sou feito essa gente que ama e de repente tchau, e se acabou.

A DOR QUE DÓI MAIS

Trancar o dedo numa porta dói. Bater com o queixo no chão dói. Torcer o tornozelo dói. Um tapa, um soco, um pontapé, doem. Dói bater a cabeça na quina da mesa, dói morder a língua, dói cólica, cárie e pedra no rim. Mas o que mais dói é saudade.
Saudade de um irmão que mora longe. Saudade de uma cachoeira da infância. Saudade do gosto de uma fruta que não se encontra mais. Saudade do pai que já morreu. Saudade de um amigo imaginário que nunca existiu. Saudade de uma cidade. Saudade da gente mesmo, quando se tinha mais audácia e menos cabelos brancos. Doem essas saudades todas.
Mas a saudade mais dolorida é a saudade de quem se ama. Saudade da pele, do cheiro, dos beijos. Saudade da presença, e até da ausência consentida. Você podia ficar na sala e ele no quarto, sem se verem, mas sabiam-se lá. Você podia ir para o aeroporto e ele para o dentista, mas sabiam-se onde. Você podia ficar o dia sem vê-lo, ele o dia sem vê-la, mas sabiam-se amanhã. Mas quando o amor de um acaba, ao outro sobra uma saudade que ninguém sabe como deter.

Saudade é não saber. Não saber mais se ele continua se gripando no inverno. Não saber mais se ela continua clareando o cabelo. Não saber se ele ainda usa a camisa que você deu. Não saber se ela foi na consulta com o dermatologista como prometeu. Não saber se ele tem comido frango de padaria, se ela tem assistido as aulas de inglês, se ele aprendeu a entrar na Internet, se ela aprendeu a estacionar entre dois carros, se ele continua fumando Carlton, se ela continua preferindo Pepsi, se ele continua sorrindo, se ela continua dançando, se ele continua pescando, se ela continua lhe amando.

Saudade é não saber. Não saber o que fazer com os dias que ficaram mais compridos, não saber como encontrar tarefas que lhe cessem o pensamento, não saber como frear as lágrimas diante de uma música, não saber como vencer a dor de um silêncio que nada preenche.

Saudade é não querer saber. Não querer saber se ele está com outra, se ela está feliz, se ele está mais magro, se ela está mais bela. Saudade é nunca mais querer saber de quem se ama, e ainda assim, doer.

Martha Medeiros
A dor que dói mais in Trem-Bala. L&PM Editores. 1999

A gente pode morar numa casa mais ou menos, numa rua mais ou menos, numa cidade mais ou menos, e até ter um governo mais ou menos.
A gente pode dormir numa cama mais ou menos, comer um feijão mais ou menos, ter um transporte mais ou menos, e até ser obrigado a acreditar mais ou menos no futuro.
A gente pode olhar em volta e sentir que tudo está mais ou menos...

Tudo bem!

O que a gente não pode mesmo, nunca, de jeito nenhum
é amar mais ou menos, sonhar mais ou menos, ser amigo mais ou menos, namorar mais ou menos, ter fé mais ou menos, e acreditar mais ou menos.
Senão a gente corre o risco de se tornar uma pessoa mais ou menos.