Dança
O canto das cordas
No silêncio além da matéria,
onde o espaço é dobra e dança,
vibra uma corda invisível,
tecendo o mundo em esperança.
Ela canta sem voz, sem tempo,
no palco de onze dimensões,
como harpa em vácuo absoluto
ressonando antigas canções.
Seus fios não são de aço ou vento,
mas de pura equação,
laços que sonham ser tudo:
luz, gravidade e criação.
Numa dobra de Calabi-Yau,
o universo se esconde em flor,
cada pétala uma partícula,
cada simetria, um rumor.
E nós — poeira que pensa —
tentamos decifrar seu segredo,
mas talvez só escutemos o eco
do mistério que teme o enredo.
Pois a corda, em sua elegância,
não jura ser real ou verdade,
é talvez só uma hipótese bela,
nascida da nossa saudade.
Saudade de unir o que é tudo,
de fazer da física um poema,
onde cada partícula é verso
e o universo, um dilema.
Então seguimos — sonhadores —
entre buracos e brilhos quânticos,
escrevendo, com lápis de fóton,
as partituras dos campos românticos.
E se um dia ela se quebrar,
não será fim, será abertura:
a física, como a poesia,
vive da sua mais bela ruptura.
Balançadas pelo vento
as bandeirinhas
já estão dançando,
vai ter Festa Junina
na Coxilha Rica.
Com Pinhão cozido
ou na chapa,
com Chimarrão na mão
e com o quê é próprio
do Sul se celebra
a tradição por toda
a bela Santa Catarina.
Com tudo o quê
se pede, se pode,
na serra, no mar,
e se faz arraial,
o importante é ter
o seu sorriso sem igual.
Ecologias de Mim
Sou feito de círculos concêntricos,
onde o eu se forma na dança do outro,
na casa, na rua, na pele dos dias,
na palavra que me disseram
e naquela que nunca ouvi.
No primeiro círculo, tocam-me os olhos,
as mãos que me embalam e moldam;
no segundo, cruzam-se caminhos,
ecos de vozes e silêncios de quem passa.
Mais longe, decisões sem rosto
alteram o chão onde caminho —
leis, rotinas, ausências e horários,
tudo aquilo que não vejo,
mas que me constrói por dentro.
No mais vasto dos mundos,
vive o tempo, o espírito, a cultura,
as ideias que nos formatam o sentir,
as crenças que pesam sobre o corpo
como uma herança invisível.
E entre cada camada de mim,
há um fio que me costura: a história.
O tempo a escorrer-me nos ossos,
a infância que volta,
a mudança que nunca cessa.
Fluxia Ignis, fluxo e fogo - luz em travessia sagrada
È o nome que arde nas entrelinhas. Dança entre véus e verdades, faísca que escreve com a alma exposta. Não fala para agradar, escreve para despertar. Onde outros veem ruínas, ela vê renascimentos. E onde há silêncio, ela ouve o fogo.
Nasceu do fogo da própria transmutação, de um ser preso à matéria para uma alma em expansão. Fluxia é transformação, fluidez e impermanência criativa. Ignis é paixão, impulso, destruição fértil e renascimento, o fogo que consome para dar lugar ao novo.
O maniqueísmo que
permitem entrar,
sempre será prelúdio,
para o Deus da Guerra
dançar numa terra
para inteira devastar.
Valorizo religiosamente
a menor trégua que seja
sempre que for preciso,
em nome da necessidade
da sagrada hora de parar.
Em mim e na minha
sacratíssima terra
não desejo e não permito
que o Deus da Guerra
chegue, entre e faça lar,
por isso escolho pacificar.
O Deus da Guerra
sozinho não consegue
nunca parar de dançar;
Por estar ciente disso,
cultivo a sagrada hora de parar.
Na feira vejo tua mão dançar
Escolhendo sonhos pra nos alimentar
Teu sorriso é o sol da manhã
Ilumina meu peito
Me faz viver amanhã
No fogão a chama aquece o chão
Tuas histórias são minha oração
Cada tempero carrega um porquê
Em cada prato
Teu amor se vê
Cuscuz e prosa
Vida que brota
Teu abraço é o que me conforta
Flor do sertão
Raiz da paixão
Tua alma é minha canção
A chuva cai e tu me ensinas
Que o amor floresce nas entrelinhas
Teu olhar é a calma do rio
Nas tuas águas
Eu crio meu fio
Nordestina de alma tão bonita
Tuas palavras são poesia bendita
Com cada verso
Me mostras o chão
Onde plantamos juntos nosso coração
🌾 Bahia em Mim
Na Bahia, onde o tempo dançava devagar,
Eu corria descalça no terreiro, sem pressa de voltar.
O cheiro do mato era doce e forte,
E eu me achava dona do mundo, sem saber da sorte.
Minha avó me ninava com canto e café,
Meu avô contava causos sentado no pé do jatobá.
E lá vinha bisavó com seu riso cansado,
E bisavô Caxias, firme e encantado.
A saudade bate forte, feito vento em tarde quente,
De quando a gente brincava de pique atrás da gente.
Os primos riam alto, correndo entre os animais,
Um subia na árvore, o outro caía demais!
Tinha guerra de mamão, banho de bacia no quintal,
Galinha fugindo da gente — era sempre carnaval!
Eu tropeçava no terreiro, ria até do tombo,
Com a cara suja de barro, era feliz do meu modo.
E quando a festa chegava — ô trem bão de lembrar!
A cidade virava dança, na Terra das Vaquejadas a vibrar.
Tinha cavalo, forró, bandeirola no céu,
Cheiro de carne assada e alegria a granel.
À noite, o céu virava palco de estrela,
E eu deitada na rede, sentindo a vida tão bela.
Com riso nos olhos e o coração que se expande,
Levo comigo a Bahia, mesmo estando distante.
Porque crescer é isso: guardar no peito a raiz,
Ser livre, mas lembrar do que um dia me fez feliz.
E quando a saudade me visita, sem avisar,
Fecho os olhos... e volto pra lá.
Quando a vertigem dança em um plano cartesiano, buscando traçar uma geometria reta e límpida, torna a lucidez uma metáfora hiperbólica.
A Dança da Reciprocidade
E nessa dança, a reciprocidade é a melodia que embala a relação. Não é só dar, nem só receber, mas um fluxo constante de troca.
É a atenção, o carinho, o respeito e a dedicação que se manifestam de ambos os lados, criando um equilíbrio perfeito.
Quando a reciprocidade floresce, cada gesto ganha um significado especial, e o amor se fortalece na certeza de que ambos estão igualmente investidos nessa jornada.
Schottische
Decifrarmos silêncios
mergulhando no olhar
deixando a música tocar.
Dançar Schottische
e nos permitir flutuar
sem muito pensar.
Permitirmos por um
segundo nos divertir
e o ritmo nos conduzir.
Girar como fôssemos
o centro do mundo,
e admitir o quão é profundo.
(O quê é importante mora aqui).
Minha intenção
é rara e clara,
É de coração,
cara a cara.
Que da renda
seja a dança,
Nela se prenda
com festança.
Girem os fios,
estalem os bilros
e o peito se renda.
Que assim seja
na Dança da Renda:
a gente se renda.
Ela dança na terra
com os pés fortificados,
junta tudo o que já possui
e não deseja bens preciosos.
Sentir-se viva é diferente de viver.
Viver é seguir o compasso dos dias;
sentir-se viva é dançar fora do ritmo,
é se arrepiar com o inesperado, é conectar a alma em cada detalhe, é deixar que a brisa te abrace, que a chuva molhe seu rosto sem pressa, é sentir o toque leve da despedida do sol ao entardecer, é sentir o coração vibrar a cada amanhecer e encontrar a plenitude, mesmo correndo contra o tic-tac do tempo."
Noite Polar.
Noites tão frias como os ventos que dançam ao redor.
Noites frias que lentamente contam os toques do tempo.
Quando anoitece,algo único cobre os sentidos noturnos.
Nas estrelas e as suas constelações.
Fazendo com que permaneçam intocáveis mesmo no seguir do tempo.
Noites frias e longas.
Em lugares distantes no Planeta Terra.
Que na sua contínua trajetória se movimenta de duas formas distintas,sendo guiado por uma força estelar incomum.
Noites frias e especiais.
Grandes paisagens feitas de neve e sussurros dos ventos frios que atravessam as longas ternuras em névoa.
Noites duradouras e frias.
Com o querido brilho da Lua e a sua beleza visível.
Brilhante sobre essas paisagens frias,
abraçadas pelo seu sexto sentido lunar.
Essas noites dos muitos ventos,precisam que o tempo se perca nos mistérios enluarados.
Para que continuem em uma contemplação da própria vida.
Ou por causa das milhares de estrelas.
Noites frias vistas por tantas vezes pelas coloridas Auroras.
Em cada cor um significado é percebido.
E refletido nas muitas marcas deixadas na neve.
Ou nessas noites frias que demoram para se reencontrarem com as manhãs.
É simplesmente algo deslumbrante.
Como essas noites frias predominam no horizonte por mais tempo.
No decorrer dos movimentos terrestres,atraídos por uma bondosa estrela amarela.
E o tempo mesmo com a sua exatidão,vê essas noites se tornarem mais demoradas e congeladas nos seus ponteiros.
É mais do que um charme ao luar.
Grandes noites frias,trazem lembranças de um inverno sonhado.
Com Auroras e a Lua.
Seguindo as fases de sua beleza,enquanto se aconchega em algum lugar nessas noites congelantes de um certo inverno.
Noites demoradas de um inverno,que de um lado tem uma quietude,e do outro tem mistérios.
Com um frio forte e determinado.
Que indica ventos sobre as margens brancas e sensíveis dessas paisagens.
Nessas noites alinhadas com o tempo.
Que gentilmente se retrai só um pouco,para que essas noites frias sejam mais do que um período seu.
Em paisagens congelantes,certos invernos se transformam em inspirações de noites como nenhuma outra.
Sussurros da Tarde
Na luz suave da tarde que se despede,
Cores dançam nas folhas, um doce enredo.
O vento traz memórias, risos e canções,
E o coração se enche de suaves emoções.
As sombras se alongam, como abraços perdidos,
Em cada canto do mundo, sonhos esquecidos.
A vida é um poema que se escreve ao luar,
Com versos de amor que nunca vão cessar.
Queremos impor, moldar os outros,
como se todos fôssemos cópias.
Mas como dançarinos em ritmos soltos, cada qual é único em suas próprias tropas.
Livro: O respiro da inspiração
Seis meses se passaram, meu amor floresceu,
Na dança dos dias, encontrei você.
Teus olhos são estrelas que brilham sem fim,
E em cada sorriso, eu vejo a luz do nosso jardim.
Teu toque é suave como a brisa da manhã,
E em teus braços, encontrei minha paz e afã.
Juntos construímos um laço tão forte e profundo,
Um amor que transcende os limites do mundo.
Vamos celebrar essa história que começou,
Com cada risada e sonho que já se realizou.
Strimani, minha musa, meu eterno querer,
Ao seu lado quero sempre aprender a viver.
✨ Às vezes, tudo que precisamos é de uma frase certa, no momento certo.
Receba no seu WhatsApp mensagens diárias para nutrir sua mente e fortalecer sua jornada de transformação.
Entrar no canal do Whatsapp
