Da Solidao Cecilia Meirele

Jamais fui poeta, em última análise quem sabe um mero fraseador...

Meus escritos se dividem em duas partes: A primeira, não merece sequer reflexão e a segunda também não...

Inteligente nunca fui! Culto também não... Afinal de contas o que fui então...

Até o Rei Davi pediu justiça. Então, eu também espero que haja justa paga a todos os que hoje, desdenham de mim e não me poupam de suas afrontas.

Sei que não estarei aqui para ver a colheita, daqueles que por pura rebeldia, hoje sem temor se levantam contra mim...

Gratidão é somente para os nobres de espírito. O problema é achar os tais...

Sabe aquela pessoa humilde que outrora quando você chamava atenção abaixava a cabeça. Será a mesma que irá enfrentar-te com dedo em riste...

Existem pessoas que contam mentiras e outras que vivem uma mentira...

Nossa inocência, cedo ou tarde se acaba. A minha à muito se acabou...

Acho que já fui alegre, mas isso se acabou a muito tempo...

As poucas vezes que puder estar em uma praia senti sensações indizíveis. O lindo sol ardendo nos ombros, o vento no rosto, o bronzeado da pele, as ondas, o horizonte, a areia. Como me fez bem...

Creio que uma mentira, jamais será verdade por mais que possa parecer...

Seria eu vítima das circunstâncias???

Soltei a minha voz e ninguém me entendeu... Marejei os olhos e ninguém se deu conta... inflei e ninguém perguntou o porque...

É isso aí! E é isso que é. Eu não escolhi, não planejei, não busquei. Talvez tenha sido escolhido. Mas, o que é, é o que é. Quer goste, quer não...

Muito do que vi, jamais enxerguei. Eis aí um grande erro que também cometi...

O melhor paladar, será sempre o do amor...

Tanto o precipício quanto o abismo estarão sempre a menos de um palmo de distância de nós. Cabendo-nos desviar-nos ou não deles...

Não, eu não posso afirmar onde tudo começou. Mas, o que me feri mais, é saber que eu nunca poderei reparar os erros que cometi...

A noite insiste em continuar e eu a lidar com os espantos noturno...