Cuidando do meu Jardim
Pode levar-te de mim, mas por favor, não leva tudo, meu amor. Deixe ao menos o suficiente pra que eu não sinta saudades de mim.
Ode ao amor
Na seara fértil do meu corpo
Você espalhará a tua essência
E nove luas se passarão
Nove meses soberanos
E da tua vida em minha vida
Se fará outra vida em mim
Em avalanches de ternura
O nosso amor o beijará
Inocente nem perceberá
Que é a benção da renovação
Crescendo dentro de mim
Perpetuando o mistério da vida, os teus traços e o sobrenome
Ao ouvires o primeiro choro, como os sinos da ribalta anunciando a sua chegada, entenderás
O que ter um coração batendo dentro e outro fora do teu corpo
E seguiremos pela vida a fora, com a missão que Deus nos concedeu, de amar, proteger e perpetuar o sagrado milagre da criação.
Meu amor desde que te conheci sinto que estou em queda livre e sem paraquedas, não tenho asas mas com você estou sempre nas nuvens.
"Minha frieza não é meu lado sombrio, e sim apenas mais um soco de uma amizade que a vida me deu no passado"
O meu mundo se acabou por alguns milésimos de segundo. Cheguei ao ponto de jogar tudo para o alto e dizer chega. A minha sorte é que continuei, e olha onde cheguei!
Florilégio
Sou uma pessoa
muito simples.
Meu único luxo
é ler Cruz e Sousa
e Murilo Mendes
no original.
Cantiga de caminho
Sou filho de mãe mineira
meu pai é de Minas Gerais
sei rezar latim pro nobis
sou primo do preto Brás
Sou filho de pai mineiro
mamãe é de Minas Gerais
vou vivendo como vivo
faço o que ninguém mais faz
Desde menino eu misturo
o antes, o agora e o depois
sei somar zero com zero
e ainda divido por dois
Desde menino eu misturo
o antes, o agora e o depois
sempre que posso eu passo
o carro à frente dos bois
Sou filho de pai mineiro
mamãe é de Minas Gerais
sou rosa e pedra no caminho
sou capaz de guerra e paz
Sou filho de mãe mineira
meu pai é de Minas Gerais
dou volta e meia no mundo
e o mundo não acaba mais
Álbum de família
Meu pai viu Casablanca três vezes (duas
no cinema e uma na TV). Meu avô
trabalhou na boca da mina. Meu bisavô
foi, no mínimo, escravo de confiança.
No dia do meu Enterro -
No dia do meu enterro
quero que os sinos se calem
minha vida é um erro
não quero que a dobrem.
No dia do meu enterro
quero silêncio na rua
na verdade que encerro
minh'Alma irá nua.
No dia do meu enterro
não quero luto nem pranto,
quero a morte, primeiro,
só depois algum canto.
No dia do meu enterro
irá meu corpo a passar
e nesse instante certeiro
minh'Alma a voar.
Abismo Profundo -
Em meu corpo que dia a dia se levanta
levo o negro de uma roupa que vesti
levo o peso da mágoa de quem canta
na loucura destes versos que escrevi...
Tanto que meu corpo em silêncio te falou
mil versos meu punho em tantas folhas te escreveu
fui aquele que um dia pela vida mais te amou
perdido nos abismos desse amor que era só meu!
Tinha no meu peito o teu amor! Quem mo roubou?
Quem pisou a dor destes versos desfolhados?
Meu lamento, minha taça, meu sangue envenenado ...
Afinal o que tenho e o que sou?!
Sem ti que faço?! Nem sei aonde vou...
Vou sem vida, pela vida, mal amado.
Espectros -
Desde a hora em que em meu peito entraram versos
que nunca mais a paz em mim pairou
e na loucura de poemas controversos
meu destino desde então se consagrou!
Mas foi loucura ter aberto o coração,
o mundo não me entende, sou cravo num canteiro
que procura água na secura, solidão,
num jardim de rosas em Janeiro!
Assim é a vida destes seres sonhadores,
diferente, num mundo imenso e abissal,
onde nada nem ninguém acolhe as suas dores ...
Homens livres, na verdade, sem sorte,
vencidos na vida, afinal,
destinados a triunfar depois da morte!
Louco sem chão -
Meu corpo de esperar-te envelhecido
sente a mágoa de um destino solitário
do meu peito, o teu olhar, em vão perdido,
como um crente rezando diante d'um sacrário.
Não vejo nada, só a tua ausência,
e vou no mundo, passo a passo, no vazio,
no mistério, na esperança e na clemência
da morte me afogar na dor de um rio.
E tudo passa, tudo acaba, que loucura,
que destino, amar e ser esquecido,
por alguém que parte sem ternura.
Por ti, de ti, em ti - saudade!
Em mim, de mim, por mim - perdido!
Um louco, sem chão, pelas ruas da cidade ...
REVÉS
Minha existência é a maior opressão de minha vida
Vem de mim o caos que rodeia meu ser
Cobro do espírito uma dívida que eu jamais pagaria
Compreendo que não sei entender
A prefação da carne é o proêmio do declínio pessoal
Além de todo holocausto do provérbio não dito
O sôfrego do sentir reflete a resolução do mal
Fazendo o ábdito contradizer o mito
Pêsames são cânticos para a minha cognição
Tenho como castigo suportar o peso do tino
Jamais senti o gosto da retidão
Muito menos li as linhas do meu maldito destino
Diante de tantos infortúnios, meu coração é lânguido
Manifestando o feitio da desventura
Vejo que tal descrença não merece as risadas do espanto
Então fiz uma rebelião contra minhas próprias torturas
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