Cuidando do meu Jardim
Nos meados de fevereiro,
Por trás da persiana,
vai passando meu bloco serpentino e baderneiro.
Máscaras coloridas e não-caídas,
beijos invadidos por confetes,
E as duplas no romance mal resolvidas.
O barulho das marchinhas e das latinhas sendo jogadas ao chão, não me enganam mais.
Persisto na cena da luz apagada,
adormecemos sobre nossas sombras,
Retribuo o olhar, e a abertura da boca embriagada.
Percebo que eis o meu verdadeiro bloco.
Minha canção de Carnaval.
O mais feliz do Carnaval.
15/02/15
Poderia julgar-te agora
Mas é pura bobagem
Não irei somar nada a meu favor
Nem tampouco diminuir minha dor.
Não estou equivocada
E nem me guardo em nenhum armário
O tempo me criou, tornou-se meu rei
Aproveitei minha chance sem me apagar
Sentei a minha mesa sem sonegar
Fechei meus olhos
Abri meu coração
Abracei-me.
As cortinas se abriam
Intimando-me a entrar
Reencontrei-me !
Amei-me intensamente
Não nasci para viver sua vida!!!
Prefiro viver a minha.
Do meu jeito, sei amar
Do meu jeito sei chorar
Do meu jeito sei fazer poesias
Do meu jeito sei me fazer feliz
Loucos do seu ou do meu jeito...
Também amam!
Bendito seja meu coração
Devagarzinho e descompassado
Suscita minhas emoções
E deixa-me assim...
Sem direção.
Sabe rapaz!
Você ocupou todo o meu dia hoje
Mesmo sem querer, me atrapalhou.
Por que acordei pensando em você.
Dentro do meu querer, certa inquietude.
Conspirando contra mim o lamento da longitude
Numa suposta deslealdade medíocre
Amor que um dia foi meu
E que amei sem contratempo
O vento chegou a tempo
E me livrou dos temporais.
Como um raio estrondoso...
Meu mundo cai aos seus pés indevidamente
Iludo-me nestes sonhos que jamais serão efetivados
Fico presa a esta armadilha sem direitos reservados
Sou capaz de correr atrás de você, se estiveres disposta a caminhar do meu lado.
Só, Não te prometo tudo, mais se caminhares comigo, talvez tudo poderemos.
Meu sorriso é largo, escancarado... Me visto de realidade, lealdade e coragem, todos os dias. Nunca aceitei menos que isso. Mesmo quando as coisas não parecem belas, eu sempre dou um jeito, e tudo se ajeita. Assim é o amor. O amor só deve doer, se for de tanto, de muito... Nunca tristeza.
Rouba-me !
Surge assim do nada e rouba-me...
Rouba-me meu amor e ainda diz estar tudo bem ?
Ainda diz-se ser somente um empréstimo?
Tira de mim o meu pão...
E diz-se estar faminta?
Tira de mim minha água...
E diz-se estar sedenta?
Vem e rouba-me!
Rouba-me meu amor...
Ainda diz-se ser só por instantes?
Tira de mim meu cobertor, meu aconchego...
E diz-se estar com frio?
Um disparate, isto é abuso.
Quer simplesmente um uso.
Vai pegando, se apossando...
Sem questionar se há carimbo.
Rouba-me... Leva-me meu tesouro !
Atrevida, cangaceira...!
Vem de longe, sem eira nem beira...
Vai chutando, empurrando.
E rouba-me .
Eu não dei, não emprestei e nem vendi.
Chega-se uma pentelha...
E se apossa daquilo que construí.
Fui lá e tomei de volta.
É meu por direito !
Não empresto, não vendo e nem dou.
Aceno minhas mãos ao vento
Ele leva de volta este estrago passageiro
E lança-a onde tal merecer
Vai-te... Até nunca mais !
Cure os seus devaneios junto ao vento
E o vento rouba-te!
Selda Kalil
