Cuidando do meu Jardim
Se apegar a conceitos e precedentes pode ser uma forma traiçoeira de ficar para trás, visto que conceitos mudam e precendentes caem com o avanço da nossa própria compreensão
Canto de um Mundo Silenciado
Nas ruas, ecoa um canto, suave e profundo,
Por praças e becos, voa ao vento seu som.
Nos bares, na torre do mundo, um hino imundo,
Ninguém para, ninguém ouve, enquanto o caos toma a razão.
Sua voz, um fio de ouro, se perde no ar,
Melodia de sonhos que se desfaz em guerra.
Nos acordes, a dor de um tempo a desmoronar,
A beleza se desintegra, como um lamento que se enterra.
Os muros, cúmplices silenciosos, não lhe prestam ouvidos,
Seus versos são vapores, dissolvidos na bruma da noite.
No mundo se espalha a discórdia, os gritos, os ruídos,
Enquanto sua canção é um sussurro que se esconde da luz.
No palco dos bares, o eco é um triste refrain,
No silêncio das praças, um lamento esquecido.
O canto se mistura à grita, um trágico desdém,
E o mundo em sua dança de caos, ignora o gemido.
No cume da torre, um eco sem destino,
Enquanto o mundo se parte, ela canta e se desfaz.
Mas sua voz, como um farol, brilha em desatino,
Esperando, talvez um dia, um coração que a abrace em paz.
O Dilema da Sabedoria Perdida
Tentando ensinar ao que não quer aprender,
É como dar pérolas a porcos, um esforço vão,
Pois na mente fechada, a sabedoria não há de penetrar,
E o risco é sempre duplo, um jogo sem chão.
Quando dizemos "sim" ao que não entende,
O simples assentimento pode até agradar,
Mas se a incompreensão é o que se defende,
A agressão, o acusar, não tardará a se manifestar.
É um esforço inglório, o confronto com o insensato,
Pois cedo ou tarde, a razão se esgota, se esmorece.
Seja pela força brutal ou pelo cansaço, um fato:
O desgaste é inevitável, e o desgaste, a vitória concede.
Tentativas de convivência se tornam um fardo pesado,
E a razão, em sua luta, pode se perder.
O estúpido, com sua ignorância e peito inflado,
É uma tempestade em que a sabedoria se vê a desaparecer.
O dilema é claro: a sabedoria não se impõe,
Mas a resistência e a negação têm seu preço.
Em cada tentativa, o risco se reescreve, e então,
O caminho do entendimento se torna um triste excesso.
Ensinar ao surdo é como soprar no vento,
Palavras se perdem em um espaço vazio.
Na mente que não escuta, não há entendimento,
E o esforço se desintegra em um silêncio frio.
"Sim" ao insensato é um eco sem retorno,
Onde a ignorância se ergue, altiva e sem paz.
O saber se perde no cansaço eterno,
E o fardo se torna um peso que o tempo não desfaz.
O diálogo se torna um grito no abismo,
A paciência se esgota onde não há um sim.
A luz se apaga no obstinado desatino,
E o saber se dissolve na luta sem fim.
Depois das palavras que ouvi,
Teu rosto mudou, se afastou de mim,
O amor que era fogo e abrigo,
Agora é silêncio, vazio e frio.
Vivo ao teu lado, mas me sinto só,
Cada palavra tua já não entendo,
O abismo entre nós é um golpe,
um soco no estômago.
Quem és tu, que já não reconheço?
Será que mudaste, ou fui eu que mudei?
Ou sempre foste assim, só eu que não via?
Esse estranhamento é uma ferida
que arde em meu peito.
E me pergunto se um dia ainda te acharei.
Mulher Sem Coração
Mulher sem coração, quanta ilusão,
Me enganaste, que pena, teu sorriso era de esfinge,
Tua boca sinuosa de alguém que mente,
Ser o que não é, ah, mulher sem coração.
Roubaste meu sossego, agora vivo só,
Em profundo sofrer, queria a verdade,
Queria a utopia, que tolo não sabia
Que era você, a própria enganação.
Às vezes sinto-me tal qual
Esse papel em branco
Sobre o qual
Me arrisco, sem sucesso, a pintar
Um bem-te-vi.
Quando isso me ocorre
Imagino-me passarinho
E tudo fica muito belo.
Minha vida é um constante reinventar, onde cada amanhecer traz a urgência de fugir da mesmice e do anseio latente por seus lábios. Meus sonhos, aqueles que me abraçam à noite, são meu norte, meu desejo de caminhar por estradas desconhecidas, na busca incessante de um futuro que ainda não tomei em minhas mãos.
Mas, quando o sol se despede e a noite se instala, a realidade se desenrola em matizes que não desenhei. E mesmo assim, insisto em querer mais — mais dos seus olhos, mais das suas palavras, mais de você. Porque meu coração, inquieto e insaciável, sempre espera que o amor se revele em sua forma mais plena, mais intensa, mais você.
E enquanto eu espero, meu coração bate mais forte, sonhando com o dia em que a realidade finalmente será tão doce quanto as promessas feitas em silêncio. Eu quero sempre mais, pois o pouco que vem de ti nunca será suficiente para um coração que aprendeu a querer o infinito.
Entre o fim e o recomeço, entre fechar o livro ou continuar a escrever?
O ponto final está ali, mas também a vírgula, a reticência…
O que é mais corajoso? Fechar o livro, aceitar o adeus, ou virar a página, enfrentando o desconhecido?
É assim que acaba? Ou é assim que voltamos de onde paramos?
Bom! Somente as escolhas moldarão o enredo que continua por vir.
Sombras da existência
Trabalha sem amor, na vida escassa,
Caminha sem um norte, em sombras frias.
O tempo se desfaz em agonia,
E o olhar se perde, onde nada passa.
O sangue, já sem cor, sem fé, sem brasa,
Flui lento, em gestos vãos, sem fantasia.
Nos corpos que se movem, a apatia,
Na rotina apagada, nada abraça.
Sonhos desfeitos, vida sem encanto,
O grito preso, a voz que já não clama,
Na noite que se alonga, só o pranto.
E o fim se aproxima, fria trama,
A escuridão avança com seu manto,
E o que restará? Só a voz que chama.
A todo o momento, longe das páginas de jornal ou das telas de TV, milhares de acontecimentos batem à porta de milhares de pessoas, afetando-as direta ou indiretamente e, muitas vezes, de maneira decisiva.
saudade é aquele perfume antigo,
é aquela música com sabor de amor primeiro,
é aquela fotografia que o tempo amarelou
Aqui estou, perdido em meio à multidão, mas completamente sozinho. A mesa que me acolhe, com um copo de whisky como única companhia, parece ser o único refúgio onde posso esconder as lágrimas que não ouso derramar. As pessoas ao meu redor conversam, riem, mas tudo o que vejo são rostos indistintos, como sombras que não podem preencher o vazio que você deixou.
Lembro-me de cada promessa sussurrada, cada sonho que desenhamos juntos no horizonte do nosso futuro. O calendário ainda marca aquele dia, o dia em que você entrou na minha vida, trazendo consigo uma avalanche de emoções que, hoje, se transformaram em destroços.
O que aconteceu com os planos que fizemos? O que restou daquele amor que juramos ser eterno? Agora, sou apenas um homem que tenta se esquecer nas profundezas de um copo, que busca anestesiar a dor que não cessa. Cada dose é uma tentativa vã de apagar a lembrança de um amor que se foi, de um coração que já não bate com a mesma força.
Mas, mesmo assim, a esperança insiste em habitar nas ruínas desse sentimento. O amor, embora machucado, resiste, esperando o impossível. Porque, mesmo que eu finja que já não me importo, que a vida de um coração solitário e frio é o que escolhi, no fundo, ainda espero pelo dia em que você volte.
Até lá, sigo, vivendo essa vida bandida, onde o amor parece um sonho distante, mas onde a memória de nós dois é a única coisa que me mantém de pé.
Entre as sombras do desconhecido,
Onde a ausência desenha o seu traço,
Eu me perco em sonhos, tateando,
O que seria ser pai, o que seria o abraço.
Nas horas em que o silêncio é profundo,
E a dúvida murmura em seu canto sereno,
Imagino o futuro, o toque do mundo,
O calor de um vínculo, suave e pleno.
Não conheço o rosto, nem o riso,
Mas sinto a presença, um eco distante,
E em cada pensamento, um delicado aviso,
Que em algum lugar, um filho é um instante.
O que seria eu, pai, em sua história?
Um guia, um porto, um alento, um farol,
Em cada gesto, a promessa de memória,
De um amor que transcende e consola o sol.
✨ Às vezes, tudo que precisamos é de uma frase certa, no momento certo.
Receba no seu WhatsApp mensagens diárias para nutrir sua mente e fortalecer sua jornada de transformação.
Entrar no canal do Whatsapp