Cronica o Homem Perfeito

Cerca de 9852 frases e pensamentos: Cronica o Homem Perfeito

Você não sabe que devia ser o homem?
Nem se compara, com o que você acha que eu sou, Você sempre quer conversar sobre isso, Não me importo, sempre tenho que te confortar quando estou aqui, Mas isso que eu preciso que você faça, Faça-me um cafuné, Já me esqueci das alegrias do amor juvenil, pareço uma senhora, E você é meu menino-moça, Você devia ser mais forte que eu.

O Homem e a Mulher

O homem é a mais elevada das criaturas; a mulher, o mais sublime dos ideais.
Deus fez para o homem um trono; para a mulher fez um altar.
O trono exalta e o altar santifica.
O homem é cérebro; a mulher, coração. O cérebro produz a
luz; o coração produz amor. A luz fecunda; o amor ressuscita.
O homem é o gênio, a mulher o anjo. O gênio é
imensurável; o anjo é indefinível.
A aspiração do homem é a suprema gloria; a aspiração da
mulher é a virtude extrema. A gloria promove a grandeza e a virtude, a divindade.
O homem tem a supremacia; a mulher, a preferência.
A supremacia significa forca; a preferência representa o direito.
O homem é forte pela razão; a mulher invencível pelas
lagrimas. A razão convence e as lagrimas comovem.
O homem é capaz de todos os heroísmos; a mulher, de
todos os martírios. O heroísmo enobrece e o martírio purifica.
O homem pensa e a mulher sonha. Pensar é ter uma palavra
no cérebro; sonhar é ter na fronte uma aureola.
O homem é a águia que voa; a mulher, o rouxinol que
canta. Voar é dominar o espaço e cantar é conquistar a alma.
Enfim o homem esta colocado onde termina a terra;
a mulher, onde começa o céu.

mulher

Deus fez o homem ,este por sua vez
só reclamara que estará muito só ;
Então Deus concedeu-lhe uma companheira
uma mulher ,para que ele pudesse
sentir sua solidão na totalidade de seu ser ,
pois espelhando-se em sua companheira
mulher ,notaria que nunca alcançaria
tamanha beleza ,formosura e sabedoria,
por ser homem e jamais seria uma
mulher.

A liberdade do homem
“Hoje, mais do que nunca, o homem aprisionado está buscando sua emancipação e sua liberdade. Sua tragédia é que ele busca a liberdade por meios que o levam a uma escravidão ainda maior. A liberdade é uma coisa espiritual, uma realidade sagrada e religiosa, cujas raízes estão em Deus e não no homem, pois a liberdade do homem, que faz deste mundo imagem de Deus, é uma participação na liberdade de Deus. O homem é livre na medida em que é semelhante a Deus.”

The Inner Experience, de Thomas Merton

[...] Mulher bonita a gente acha por todos os cantos, homem bonito também, toda esquina tem. Mas parceria, afinidade, segurança, confiança e lealdade, é para poucos. Tem coisas que são muito mais admiráveis do que beleza física. A verdadeira beleza fica onde os olhos não veem, mas o coração enxerga.
Ricardo F.

⁠Seja Homem
-
Seja homem, transmita segurança
Seja agradável, tenha educação
Mostre seu instinto de liderança
Caia na realidade, não viva na ilusão
-
Ser homem é cuidar da família
Ela é o bem mais precioso que você precisa
Mais importante que dinheiro, casa e mobília
Demonstre o quanto você a valoriza
-
Seja homem, tenha atitude
O tempo é curto pra perder com desculpa
Aja com a razão, tenha virtude
Encare a vida ou a dor da culpa
-
Ser homem é não ter medo do trabalho duro
Querer melhorar dia após dia
É querer ter um bom futuro
Não deixar que seus sonhos sejam apenas utopia
-
Seja homem, esteja sempre estudando
Homens de verdade adoram conhecimento
Resultados não surgem apenas sonhando
É preciso fazer o acontecimento
-
Ser homem é cuidar da companheira
Falar como é lindo seu olhar
Ter pegada, deixá-la louca a noite inteira
E ao amanhecer dizer a ela como é bom poder amar
-
Seja homem, aprenda a encarar a derrota
Aprenda com cada fracasso teu
Seja da paz, não aja como idiota
Faça de desafio os obstáculos que a vida lhe deu
-
Ser homem é proteger as pessoas amadas
Ser fiel aos amigos e ligar para os que as vezes somem
Tudo isto são dicas para trilhar a jornada
Siga e sinta o prazer de ser homem

⁠Nenhum homem presta?
Falou a frustrada que somente se relaciona com vagabundo, depois vem na internet falar que nenhum homem presta.
Mesma coisa os homens que se envolvem com mulheres que não valem nada, depois fala que mulher é tudo igual.
Ninguém tem culpa da suas péssimas escolhas.

⁠Você é, lindo, agradável, inteligente, é um homem para realmente agradar uma mulher. Mesmo que essa mulher não seja inteligente a ponto de enxergar em você todas as qualidades, ou apenas uma delas.
Mais meu coração está cansado fraco me pedindo ajuda, eu tenho obrigação de cuidar dele, vou voltar os cuidados ao meu coração ferido e machucado.
Em quanto eu fazia os curativos do meu coração ele conversava com minha alma.
Ele o coração dizia: ela ao fechar seus olhos entra no sonho de corpo e alma, ela esquece de nós, ela deixa alguém me corta e me ferir.
Então minha alma respondeu: então é por isso que me sinto tão angustiada, sem saber o caminho que devo levar-la.
Então o coração falou; alma junte-se a mim e vamos lutar para salva-lá? Só assim seremos salvo.
E à alma aceitou o desafio.

⁠...
A gratidão desbloqueou a minha abundância. Transformou meu menino em um homem, minha negação em aceitação, meu caos em ordem e minha confusão em claridade.

Transformou minha dor em saudade, meu deslumbre em humildade, minha loucura em juízo e meus medos e inseguranças em coragem.
Libertou meu espírito, desbloqueou meu amor, resgatou minha fé, salvou minha alma e escancarou minha essência.

O homem se bem souber não satura uma mulher, no momento que ela fica saturada, é o seu limite maximo de aguentar as IDIOTICES dele, dai ela passa para outro patâmar o da SUPERSATURAÇÃO, é nesse momento que ela o presenteia dando o troco com muitos Chifres , antes de larga-lo.
Então é melhor andar na linha porque já viu saturou demais ai é só um belo presentinho:
-CHIIIIIIIIIIIFREEEEEEESSS!
#Não queira experimentar a ira de uma mulher traída.

Certa vez me disseram que um homem sabe que uma mulher ta afim dele, quando ela meche no seu cabelo na presença dele e eu responde:
- Pura ilusão, mecho no meu cabelo até pra arrumar quando o vento bagunça, coitado dos que pensam que dou moral porque mecho no meu cabelo. Tantos já se iludiram...hahahaha...Não sei porque homens tem essa mania de achar que tudo gira em torno deles, que nós mulheres sempre estamos usando artifíceis para chamar los a atenção...e esquece que não vivem sem nós,mulheres, que precisam de nós para tudo.

O Homem e o Relógio

Um homem encara um relógio, vendo cada tic tac ecoar pelo cômodo.
Tanto tempo se passa, ainda sem sentir incômodo.
Ele não desiste e insiste em encará-lo, ignorando o fato de que o ponteiro ainda se movia.
Foram anos e anos: os dois não pararam de se entreolhar, até que chegou o dia em que o homem morreu de ver o tempo passar.

Foi como um recado; mesmo observando cada segundo, bem lá no fundo tudo passou-se muito, muito rápido.
Lá se foi o homem inimigo do bom e velho tempo, do qual levou no relento todos aqueles que no mesmo caminho fossem.

Dona de si:

Uma mulher resolvida intimida qualquer homem.
Mas antes de chegar nessa fase, ela já passou por maus bocados, já juntou seus cacos, mergulhou em abismos profundos, mas engoliu o choro, e seguiu.
Não tão firme quanto gostaria, mas a cada tombo, mais forte ela renascia.

Há quem diga, que ela se tornou fria, mal sabem esses, que ela apenas aprendeu a pisar nas pontas dos pés. Há lugares que são como areia movediça, é por isso que ela vê bem, onde é que pisa.

Depois de tantas dores, não é qualquer pessoa que fica na sua vida. E não é que a pessoa não queira ficar, hoje é ela, que não faz questão de nada.
Hoje ela não tem medo da vida, não tem medo de dizer o que pensa, ela sabe o que quer, e sabe bem como chegar até lá.

"Ela é dona de si, e quando ela descobriu isso, ela não foi de mais ninguém."
Porque para amar, não precisa se perder, muito menos se encontrar, é preciso estar inteira, e outro também deve estar.

ETERNA METAMORFOSE.


Eu não sou mais o mesmo homem,
tal como não sou mais o mesmo menino
e mesmo adolescente que outrora fui.
Eu não sinto mais a minha vida como
outrora sentia,
eu não sinto-me no dominio total de minhas funções e
minhas deficiências são simplismente abstratas.
Eu já não mais me importo com a minha vontade,
eu já não mais me interesso por mim mesmo,
eu nunca mais me vi e me reconheci diante do espelho
que agora é um inimigo quando sempre me mostra
um estranho.
Eu sinto que amanhã terei que encarar uma realidade
que me incomoda e me seduz, terei que encarar
o espelho todos os dias ao barbear-me e notar
que até os finos e curtos pelos não são
mais os mesmos, eles embranqueceram.
Eu sinto que para as pessoas não sou mais o mesmo,
o que é perfeitamente compreensível principalmente
quando eu mesmo não mais me encontro, nunca mais
falei comigo mesmo, e sempre chega em um ponto que
sou obrigado a me dizer: “Quem é você? A quanto tempo
está ai? De onde viestes? Porque não te apresentastes
ao entrar? E quando foi que me submetestes a ti?”
Minhas verdades, meus medos, minhas vontades,
minhas razões, minhas virtudes, meus defeitos,
minhas qualidades e principalmente minha aparência
me levam a crer que eu mesmo acabei
livrando-me de mim mesmo. Não sei porque, mas talvez
a junção de tudo isso tenha feito com que eu olhe no espelho
e não me reconheça, mas ainda lembro do outro, sinto falta dele,
vejo ele escondido atráz do que sou hoje e tenho a certeza embora
que utópica de ainda me reencontrar.
Por enquanto, hoje completo 37 anos tentando viver e vivendo,
até que bem comigo mesmo, o que mostra que a vida
é uma eterna metamorfose.

Soneto de Natal

Um homem, – era aquela noite amiga,
Noite cristã, berço do Nazareno, –
Ao relembrar os dias de pequeno,
E a viva dança, e a lépida cantiga,

Quis transportar ao verso doce e ameno
As sensações da sua idade antiga,
Naquela mesma velha noite amiga,
Noite cristã, berço do Nazareno.

Escolheu o soneto... A folha branca
Pede-lhe a inspiração; mas, frouxa e manca.
A pena não acode ao gesto seu.

E, em vão lutando contra o metro adverso,
Só lhe saiu este pequeno verso:
“Mudaria o Natal ou mudei eu?”

Machado de Assis
Ocidentais (1901).

⁠união de nós dois


Em um lugar bem distante em que uma princesa linda vivia, havia um homem que procurava encontra-la, sem saber que ela existia.

Foi quando o acaso premiou de sorte dois belos destinos.

E um lugar comum, artificialmente produzido, promoveu a chance de seus olhos se encontrarem.

Na conversa havia sintonia, e por isso em pouco tempo, pareciam íntimos.

Reações químicas revelaram afinidade já no primeiro encontro, e antes que se beijassem havia chamas nos olhos que se encaravam.

A princesa, de boca formosa e um sorriso lindo, era magerrima e esbanjava graciosidade no caminhar.

Dona de uma voz doce, suave e extremamente única, o encantava por cada palavra que dizia.

O homem, dividia sua atenção, ora contemplava a boca, ora contemplava os olhos , enquanto a ouvia.

havia uma diferença na idade dos dois, mas igualmente a altura, que em nada prejudica, a diferença etária não lhes era impeditivo.

Nesta fase, o romance dos dois durou pouco, mas a amizade adquirida permanecia.

Houve um afastamento necessário, mas mensagens de amizades voltaram a serem trocadas com o tempo.

A amizade era sincera, mas eventuais encontros, pareciam flashback do romance que existiu.

A química era recíproca e indisfarçável, coisa que aguçava o imaginário dos dois.

Aquele homem se sentia grato a princesa, por ela ter sido importante em um deserto difícil que o tal homem atravessou.

Movido de gratidão, certo dia resolve a amiga presentear.

Chocolates e guloseimas, mimos que fariam a princesa se alegrar , pois para o homem, vê-la sorrindo, o fazia bem ficar.

Certa noite, a distância de alguns anos era rompida por uma ligação que antecedia o encontro físico dos dois.

Como era linda a princesa da boca formosa, que trazia um sorriso lindo que brilhava na mesma intensidade de seus olhos.

Na noite de um domingo, depois de uma prazerosa conversa durante um lanche, um novo flashback do antigo romance, ou uma prolepse do que iria surgir, aconteceu no carro com beijos que precediam a despedida dos dois.

Novos encontros foram marcados, e presente em todos eles, uma chama que preexistia de uma química não deletavel pelo tempo.

Em um desses encontros a força da Natureza bloqueou estradas, criando caminhos para uma intimidade desejada.

Uma nova fase se iniciava, e os encontros tornaran-se mais frequentes, ao passo que a paixão dos dois só crescia.

Muitos lugares juntos conheceram, passeios, diversão e romantismo tem feito parte desta jornada.

Ela, o faz sorrir, e ele a deixa encantada, declarações, flores e chocolates são privilégios de casais apaixonados.

Sempre que um final de semana se aproxima, cresce a vontade de ter a distância diminuída.

E quando ocupam o mesmo espaço, os corações falam através de olhares, e as vozes se calam por intensos beijos.

A lei da física é desafiada, sente-se a expansão do corpo, proporcional ao fogo que se espalha.

Um novo e lindo casal é formado, a princesa, que é uma morena linda e o homem que a procurava.

Nessa história ainda há muito que se contar, os dois unidos, há muito fogo, e não falta lenha pra se queimar.

Saíram de seus mundos para um novo mundo, juntos formarem.

E a bela e linda princesa, fez do homem o seu príncipe encantado.

Nenhum homem é uma ilha," pobre John Donne.

"Todo homem é um oceano de imensidão e profundidade insondáveis. O homem só se revela quando ama e para quem ama.

Só conhecemos nós mesmo o próximo, quando estamos ligados pela força imensurável dos afetos verdadeiros, sejam estes de amor e de sublime amizade."

Às vezes me flagro imaginando um homem hipotético que descreva assim a mulher dos seus sonhos:
“Ela tem que trabalhar e estudar muito, ter uma caixa de e-mails sempre lotada. Os pés devem ter calos e bolhas porque ela anda muito com sapatos de salto, pra lá e pra cá.
Ela deve ser independente e fazer o que ela bem entende com o próprio salário: comprar uma bolsa cara, doar para um projeto social, fazer uma viagem sozinha pelo leste europeu. Precisa dirigir bem e entender de imposto de renda.
Cozinhar? Não precisa! Tem um certo charme em errar até no arroz. Não precisa ser sarada, porque não dá tempo de fazer tudo o que ela faz e malhar.
Mas acima de tudo: ela tem que ser segura de si e não querer depender de mim, nem de ninguém.”
Pois é. Ainda não ouvi esse discurso de nenhum homem. Nem mesmo parte dele. Vai ver que é por isso que estou solteira aqui, na luta.
O fato é que eu venho pensando nisso. Na incrível dissonância entre a criação que nós, meninas e jovens mulheres, recebemos e a expectativa da maioria dos meninos, jovens homens, homens e velhos homens.
O que nossos pais esperam de nós? O que nós esperamos de nós? E o que eles esperam de nós?
Somos a geração que foi criada para ganhar o mundo. Incentivadas a estudar, trabalhar, viajar e, acima de tudo, construir a nossa independência. Os poucos bolos que fiz na vida nunca fizeram os olhos da minha mãe brilhar como as provas com notas 10. Os dias em que me arrumei de forma impecável para sair nunca estamparam no rosto do meu pai um sorriso orgulhoso como o que ele deu quando entrei no mestrado. Quando resolvi fazer um breve curso de noções de gastronomia meus pais acharam bacana. Mas quando resolvi fazer um breve curso de língua e civilização francesa na Sorbonne eles inflaram o peito como pombos.
Não tivemos aula de corte e costura. Não aprendemos a rechear um lagarto. Não nos chamaram pra trocar fralda de um priminho. Não nos explicaram a diferença entre alvejante e água sanitária. Exatamente como aconteceu com os meninos da nossa geração.
Mas nos ensinaram esportes. Nos fizeram aprender inglês. Aprender a dirigir. Aprender a construir um bom currículo. A trabalhar sem medo e a investir nosso dinheiro. Exatamente como aconteceu com os meninos da nossa geração.
Mas, escuta, alguém lembrou de avisar os tais meninos que nós seríamos assim? Que nós disputaríamos as vagas de emprego com eles? Que nós iríamos querer jantar fora, ao invés de preparar o jantar? Que nós iríamos gostar de cerveja, whisky, futebol e UFC? Que a gente não ia ter saco pra ficar dando muita satisfação? Que nós seríamos criadas para encontrar a felicidade na liberdade e o pavor na submissão?
Aí, a gente, com nossa camisa social que amassou no fim do dia, nossa bolsa pesada, celular apitando os 26 novos e-mails, amigas nos esperando para jantar, carro sem lavar, 4 reuniões marcadas para amanhã, se pergunta “que raio de cara vai me querer?”.
“Talvez se eu fosse mais delicada… Não falasse palavrão. Não tivesse subordinados. Não dirigisse sozinha à noite sem medo. Talvez se eu aparentasse fragilidade. Talvez se dissesse que não me importo em lavar cuecas. Talvez…”
Mas não. Essas não somos nós. Nós queremos um companheiro, lado a lado, de igual pra igual. Muitas de nós sonham com filhos. Mas não só com eles. Nós queremos fazer um risoto. Mas vamos querer morrer se ganharmos um liquidificador de aniversário. Nós queremos contar como foi nosso dia. Mas não vamos admitir que alguém questione nossa rotina.
O fato é: quem foi educado para nos querer? Quem é seguro o bastante para amar uma mulher que voa? Quem está disposto a nos fazer querer pousar ao seu lado no fim do dia? Quem entende que deitar no seu peito é nossa forma de pedir colo? E que às vezes nós vamos precisar do seu colo e às vezes só vamos querer companhia pra um vinho? Que somos a geração da parceria e não da dependência?
E não estou aqui, num discurso inflamado, culpando os homens. Não. A culpa não é exatamente deles. É da sociedade como um todo. Da criação equivocada. Da imagem que ainda é vendida da mulher. Dos pais que criam filhas para o mundo, mas querem noras que vivam em função da família.
No fim das contas a gente não é nada do que o inconsciente coletivo espera de uma mulher. E o melhor: nem queremos ser. Que fique claro, nós não vamos andar para trás. Então vai ser essa mentalidade que vai ter que andar para frente. Nós já nos abrimos pra ganhar o mundo. Agora é o mundo tem que se virar pra ganhar a gente de volta.

O alto preço de viver longe de casa

Voar: a eterna inveja e frustração que o homem carrega no peito a cada vez que vê um pássaro no céu. Aprendemos a fazer um milhão de coisas, mas voar… Voar a vida não deixou. Talvez por saber que nós, humanos, aprendemos a pertencer demais aos lugares e às pessoas. E que, neste caso, poder voar nos causaria crises difíceis de suportar, entre a tentação de ir e a necessidade de ficar.

Muito bem. Aí o homem foi lá e criou a roda. A Kombi. O patinete. A Harley. O Boeing 737. E a gente descobriu que, mesmo sem asas, poderia voar. Mas a grande complicação foi quando a gente percebeu que poderia ir sem data para voltar.

E assim começaram a surgir os corajosos que deixaram suas cidades de fome e miséria para tentar alimentar a família nas capitais, cheias de oportunidades e monstros. Os corajosos que deixaram o aconchego do lar para estudar e sonhar com o futuro incrível e hipotético que os espera. Os corajosos que deixaram cidades amadas para viver oportunidades que não aparecem duas vezes. Os corajosos que deixaram, enfim, a vida que tinham nas mãos, para voar para vidas que decidiram encarar de peito aberto.

A vida de quem inventa de voar é paradoxal, todo dia. É o peito eternamente divido. É chorar porque queria estar lá, sem deixar de querer estar aqui. É ver o céu e o inferno na partida, o pesadelo e o sonho na permanência. É se orgulhar da escolha que te ofereceu mil tesouros e se odiar pela mesma escolha que te subtraiu outras mil pedras preciosas.

E começamos a viver um roteiro clássico: deitar na cama, pensar no antigo-eterno lar, nos quilômetros de distância, pensar nas pessoas amadas, no que eles estão fazendo sem você, nos risos que você não riu, nos perrengues que você não estava lá para ajudar. É tentar, sem sucesso, conter um chorinho de canto e suspirar sabendo que é o único responsável pela própria escolha. No dia seguinte, ao acordar, já está tudo bem, a vida escolhida volta a fazer sentido. Mas você sabe que outras noites dessa virão.

Mas será que a gente aprende? A ficar doente sem colo, a sentir o cheiro da comida com os olhos, a transformar apartamentos vazios na nossa casa, transformar colegas em amigos, dores em resistência, saudades cortantes em faltas corriqueiras?

Será que a gente aprende? A ser filho de longe, a amar via Skype, a ver crianças crescerem por vídeos, a fingir que a mesa do bar pode ser substituída pelo grupo do whatsapp, a ser amigo através de caracteres e não de abraços, a rir alto com HAHAHAHA, a engolir o choro e tocar em frente?

Será que a vida será sempre esta sina, em qualquer dos lados em que a gente esteja? Será que estaremos aqui nos perguntando se deveríamos estar lá e vice versa? Será teste, será opção, será coragem ou será carma?

Será que um dia saberemos, afinal, se estamos no lugar certo? Será que há, enfim, algum lugar certo para viver essa vida que é um turbilhão de incertezas que a gente insiste em fingir que acredita controlar?

Eu sei que não é fácil. E que admiro quem encarou e encara tudo isso, todo dia.

Quem deixou Vitória da Conquista, São José do Rio Preto, Floripa, Juiz de Fora, Recife, Sorocaba, Cuiabá ou Paris para construir uma vida em São Paulo. Quem deixou São Paulo pra ir para o Rio, para Brasília, Dublin, Nova York, Aix-en-provence, Brisbane, Lisboa. Quem deixou a Bolívia, a Colômbia ou o Haiti para tentar viver no Brasil. Quem trocou Portugal pela Itália, a Itália pela França, a França pelos Emirados. Quem deixou o Senegal ou o Marrocos para tentar ser feliz na França. Quem deixou Angola, Moçambique ou Cabo Verde para viver em Portugal. Para quem tenta, para quem peita, para quem vai.

O preço é alto. A gente se questiona, a gente se culpa, a gente se angustia. Mas o destino, a vida e o peito às vezes pedem que a gente embarque. Alguns não vão. Mas nós, que fomos, viemos e iremos, não estamos livres do medo e de tantas fraquezas. Mas estamos para sempre livres do medo de nunca termos tentado. Keep walking.

Ruth Manus
O alto preço de viver longe de casa. Estadão, 24 jun. 2015.

TENTEI ESCREVER MEUS VERSOS
Numa forma de cordel
Falava do homem valente
Do tipo do coronel
Que amedronta muita gente...

De um povo sofrido
Daquele homem disposto
A enfrentar a chuva e o sol quente
Trazendo a marca no rosto
Orgulho em se olhar de frente...

Que mesmo passando fome
Encantam seus amores
Plantando no chão as esperanças
Num emaranhado de cores
Para colher o futuro pensando nas crianças...

🔍 Está em busca de se entender melhor?

Todos os dias, compartilhamos ideias, perguntas e reflexões que ajudam a olhar para dentro — com mais clareza e menos julgamento.

Receba no WhatsApp