Contos ou Cronicas de Mario Quintana
Rousseau em seu livro "Do Contrato Social" preamburlamente arremata: "O homem nasceu livre, e em toda parte se encontra sob ferros", nos faz refletir sobre o que de fato está acontecendo com nossa sociedade; afinal, estaríamos caminhando para uma evolução da liberdade consciente e permissiva, onde todos terão o comportamento de entes humanos esclarecidos e fraternos, ou estamos indo direto à barbárie do "homo homini lupus est"?
Por todos os seus fundamentos, esta reflexão imanente do ser pensante, vem desde sempre espreitando o futuro da humanidade. A relação entre liberdade e sociedade continua paradoxal.
E foi exatamente esse esclarecimento que o Christo trouxe a esse mundo: fazer do homem um ser "vivo" e feliz, um ser fraterno, livre dos grilhões da burrice e da estupidez!...
Quando ELe nos dá o caminho a ser seguido, só nos cabe segui-lo, pouco importando o que estará acontecendo...
Segundo disse o novo Papa "...todo despertar exige cruz!"...
Eu sei que todo fardo pesa, e por vezes o caminho parecerá mais fácil sem ele. Já quis por várias vezes só seguir sem peso; porque muitos não me compreendem nem respeitam; mas ao refletir certa vez, tempos atrás, descobri que não dá pra fazer o caminho sem o fardo porque o caminho e o fardo são "um"... Daí...
Não consigo dormir.
Rolo pra todos os lados, e enfim, perdi.
Levantei-me no meio da madrugada.
Não sabia o que me encomodava.
Nenhum pensamento durava muito.
Cada assunto que meu cérebro buscava pensar findava já na introdução. Não tinham desenvolvimento, muito menos conclusão. Era como seu eu pescasse e fisgasse peixes que não me serviam e então eu os lançava de volta no rio.
Peguei um livro e extraí os trechos filosóficos para passar o tempo. Cada trecho com seu autor indicado logo abaixo.
Quando percebi, já estava amanhecendo.
E acompanhado a mutação lenta das trevas em luz, me dei conta.
Não estava amanhecendo.
A terra é que estava girando.
Pra mim foi a maior descoberta, mesmo sabendo que isso já acontecia.
O ponto onde eu me encontrava, não era mais diante do Sol e sim de uma estrela mais próxima que as outras tantas do universo.
Me senti totalmente alienado, mas de maneira iluminada.
A manhã está mesmo chegando?
Incrível! Não pode ser!
O que está acontecendo?
Foi nesse instante que tive o maior insight
da minha vida, até aquele momento.
O dia nunca mais raiará.
A noite nunca mais cairá.
O tempo como eu conhecia se desfez bem ali e se mostrou como algo jamais imaginado por mim.
Não há dia, não há noite.
Dia e noite são apenas um.
Não há verão e inverno também não há,
Outono já não existe e primavera jaz.
O mundo mudou?
Acho que nada no mundo mudou.
Apenas giramos num carrocel sem cavalos.
Sempre foi assim.
O dia nunca existiu e a noite não é o que eu pensava.
A madrugada, a manhã, a tardinha e a noite Só existem dentro de mim, nas minhas percepções, assim como as estações do ano, que também não existe.
*- FILHOS DE QUEM???*
Sabe porque os filhos de Satanás, quando acreditam que são deuses, acabam sempre sendo expostos?... Bem, não é porque Satanás é fraco ou estúpido... Primeiro é porque ele se importa sempre, e apenas, com ele mesmo, jamais com os outros. Segundo porque é astuto.
Diferente dos filhos de Deus que sempre são protegidos e amados, os filhos de Satanás são, por Ele, desprezados. Tudo porque Ele se lhes conhece os íntimos, e sabe tudo de cada qual; pois que qualquer deles seria capaz de subtraí-lo, tormar-lhe o poder. Assim, ele os mantem reféns de si mesmos, e dele, no universo da iniquidade fornecida; a cada dia, a cada um. É por isso que os facínoras do poder respondem a ele: anseiam o poder mas comem de suas migalhas. E toda vez que começam a ficar grandes e poderosos, o pai deles os reduz; para que jamais ousem concorrê-lo.
O pai do mal nunca dá nada; silente e esperto, ele apenas vicia seus filhos; os droga, como incautos no imperio dos sentidos; e de tudo faz para que sejam venais; mesquinhos, egoístas, vaidosos, gananciosos e cruéis; sempre muito bem cooptados; seus eternos seguidores; cegos claudicantes que arremedam poder, mas que vivem das migalhas; migalhas de um tempo curto de uma vida; um tempo permitido que não veio dele, mas que ele usurpou do tolo que anseia nas facilidades e nas traições; um tolo que viverá só um tempo, uma vida vã, para ser esquecido por toda a eternidade.
(Victor Antunes)
A terra, o barro
a mão divina molda o homem.
o homem moldado
cria com imaginação:
faz o tijolo,
o artefato,
o vidro,
a edificação.
a casa que acolhe,
o muro que cerca,
a ponte que atravessa,
a plataforma que eleva.
do pó que vira forma,
do gesto que vira chão —
Deus sopra essência,
o homem faz invenção.
e assim,
a terra respira arquitetura:
matéria que sonha
em cada construção.
Deus existe? A alma é imortal? Há uma vida após a morte? Qual a origem do Universo? Ninguém pode chegar a um conhecimento absoluto sobre essas questões, pois o Saber humano não tem capacidade de alcançar alguma verdade absoluta, se é que elas existem, por isso acredito que o Não Saber, ou seja, a aceitação da incerteza e o reconhecimento da nossa própria ignorância é o melhor caminho
- Agnosis
Há coisas frequentemente associadas a meninos, a meninas e a todos os gêneros.
No entanto, esses elementos não deveriam ser usados como padrões rígidos para definir ou limitar o que cada pessoa pode ou deve fazer.
A crítica está em transformar essas referências sociais em regras inflexíveis, que acabam por restringir a liberdade individual e alimentar estereótipos.
No passo que vai e vem,
carrega-se a vontade — viva, inquieta.
Que passos são esses,
que a areia reteve como lembrança?
São vestígios de quem busca o sentido,
de quem caminha sem saber,
mas deixa, mesmo assim,
marcas fundas no tempo.
Pegadas que narram silêncios,
segredos que o vento não levou.
São mapas ocultos no chão,
histórias que sussurram nas entrelinhas.
Memórias ancoradas num instante,
revivem quando o tempo nos alcança.
O tempo — esse não apaga tudo.
Há passos que nos guiam de volta,
e neles, talvez,
o nosso destino esteja escrito.
Mesmo com vozes de diferentes minorias, existe um pensamento dominante, e quem foge dele é frequentemente silenciado — o que contradiz a própria ideia de diversidade como liberdade de divergir.
Diversidade não é só incluir corpos ou identidades; é sobretudo garantir essa liberdade, a pluralidade de pensamentos.
De fato, há uma convergência do capitalismo contemporâneo com pautas identitárias — especialmente quando essas pautas podem ser convertidas em imagem, marketing, consumo ou pertencimento a nichos.
Essa aderência, por vezes, não se dá por convicção ética, mas por oportunidade de mercado.
Ao mesmo tempo, observa-se uma divergência crescente do mesmo sistema em relação a ideias tradicionalmente associadas à ordem, à autoridade ou a papéis fixos — como os antigos ideais de masculinidade: o homem provedor, alfa, patriarcal, racional, contido.
Essas figuras, antes exaltadas pela publicidade e pela cultura de massa, passaram a ser vistas como símbolos de atraso ou opressão, sendo descartadas ou ridicularizadas nos novos discursos dominantes.
Trocam-se extremos sem espaço para síntese. Sai a rigidez do passado, entra a fluidez do presente — mas o radicalismo persiste, apenas com outra roupagem.
Em vez de integrar valores, seguimos substituindo um polo por outro, como se a sensatez fosse sempre sacrificada em nome da agenda do momento.
Ecos do Atraso
A estrada não tem piedade de quem tenta recuperar, em minutos, o tempo que se perdeu no espelho da vaidade.
A pressa nasce do tempo mal planejado, o perigo cresce no pé acelerado.
Quem vive correndo contra os ponteiros, faz do tempo seu oponente,
do volante, arma potente, e da pressa, tragédia iminente.
Mas o imprevisto — esse que todos culpam — só vira rotina onde falta disciplina.
Porque sair com tempo é sabedoria,
e estar vivo é sempre mais urgente
do que chegar na hora.
Não é no volante que se compensa o relógio. A velocidade no asfalto é convite ao velório.
Quando a Revolta Vira Produto
Há uma incoerência gritante — e, muitas vezes, conveniente — nos discursos anticapitalistas que florescem dentro do próprio capitalismo. Militantes e ativistas que dizem combater o sistema usam plataformas como YouTube, Instagram e TikTok para monetizar suas críticas. Vestem-se de resistência, mas atuam dentro da lógica capitalista, lucrando com curtidas, visualizações e parcerias.
O que deveria ser luta virou negócio. O ativismo virou produto. E muitos militantes se tornaram marcas pessoais, embalando a indignação em discursos vendáveis, com engajamento calculado e lucros constantes — exatamente como o mercado gosta.
A pergunta que permanece é direta e incômoda:
Se são genuinamente contra o capitalismo, por que aceitam os frutos do sistema?
A autenticidade exigiria renúncia — abrir mão dos ganhos gerados por aquilo que se critica. Mas coerência ética é artigo raro.
Todas as estruturas sociais, econômicas e culturais são frutos históricos de relações humanas dinâmicas, moldadas por interesses, necessidades e contextos coletivos. Envolvem a participação — ativa ou passiva — de indivíduos e grupos diversos, de diferentes gêneros, classes e origens, que influenciam e são influenciados.
Patriarcado, capitalismo e neoliberalismo surgiram e se desenvolveram a partir dessas complexas interações sociais.
Compreender essa complexidade evita reducionismos e discursos simplistas — como culpar apenas o patriarcado — e abre espaço para uma visão integrativa que reconhece a responsabilidade coletiva.
Em vez de jogos políticos que buscam inimigos estratégicos, promover diálogos profundos e produtivos é o caminho para questionar e reformular as lógicas que sustentam essas estruturas.
Hoje completa exatos 150 dias, meu amor!
150 dias que você chegou pra completar a nossa família.
150 dias de um amor incondicional!
150 dias em que abdico de mim para cuidar de você — e se você quer saber, não me arrependo nem um pouco disso.
Um dia, eu pedi pra Deus alguém que eu amasse com todo o meu coração…
E Ele, com toda bondade, me enviou você.
Se eu tivesse mais 10 vidas, pediria somente para ser sua mãe em todas elas.
Eu amo você.
Amo ser sua mãe, amo cuidar de você, amo até as noites sem dormir, as madrugadas acordadas e os chorinhos que só uma mãe sabe decifrar…
Eu te amo, meu filho, minha dádiva.
Reconhecer quem se é não é chegar a um destino: é percorrer um labirinto de nuances. Somos feitos de claros e escuros, mas, sobretudo, de tons de cinza: essa cor que carrega a sabedoria dos opostos. O cinza não é ausência de cor: é o encontro delas. Ele é o lugar onde o preto e o branco deixam de brigar e começam a coexistir.
Assim é o processo de se reconhecer: um equilíbrio frágil entre extremos. Há dias em que somos luz intensa, outros em que nos sentimos pura sombra. Mas é no meio-termo, no espaço do cinza, que o eu verdadeiro repousa: não o eu que o mundo espera, nem o que criamos para agradar, mas aquele que respira quando cessamos a necessidade de ser algo definitivo.
E então percebemos que cada gesto, por menor que pareça, ecoa além de nós. Como no efeito borboleta: um simples bater de asas, uma escolha íntima, um pensamento cultivado, uma palavra dita ou calada, pode alterar a corrente do tempo. Nada é tão pequeno a ponto de não transformar.
Reconhecer-se é aceitar esse poder sutil: entender que cada fragmento de nós, cada tom que carregamos, influencia o mundo ao redor. Somos cinza, mas somos também vento que move. Um suspiro interno pode gerar uma tempestade de mudança lá fora.
Por isso, quando finalmente nos olhamos com honestidade, vemos que não somos apenas indivíduos isolados, mas parte de um grande tecido que vibra com cada batida do nosso ser. E ao aceitar o cinza em nós, ao acolher a complexidade de quem somos, libertamos o bater de asas que pode mudar tudo.
Porque autoconhecimento não é apenas sobre encontrar respostas: é sobre perceber que somos, nós mesmos, uma pergunta.
O coro e o desaforo do moço fazem parte da idade, mas não podem ser soltos ao gosto.
Exigem um esboço — de limites, de rumo, de estrada —, pois sem norte, a juventude se perde na própria pisada.
Cabe ao adulto, com firmeza, tato e sabedoria, ser guia, para que o impulso não vire ruína; sem freio, a juventude se atropela na própria sina.
O público invade o privado, e o privado transborda no público — a fronteira se apaga, a vaidade se propaga.
Perde-se o abrigo, dilui-se o limite: a autonomia cede à patrulha social, a família se dobra ao discurso oficial.
A mercantilização do eu faz da autenticidade uma raridade, transforma a intimidade em produto e reduz a privacidade a luxo esquecido.
Oferecimento à Encruzilhada
Ao Senhor das Encruzilhadas,
Exú, Mensageiro, Guardião das Estradas,
Que abre os caminhos com seu falo e tridente
Receba nosso humilde coração.
Sua chama vermelha, viva a brilhar,
Traz o movimento, faz desatar
Os nós da vida, o que está parado,
Por seu axé somos libertados.
À sua esquerda, todo o Povo da Rua,
Sábios Guardiões da noite e da lua:
Pombagiras de força e beleza,
com sua certeza,
Exus-Malês de firme proteção,
Que trabalham na luz da intenção.
Aos que zelam nas calçadas e esquinas,
Nas sombras, nas festas, nas cantinas,
Obrigado pela mão estendida,
Pela justiça na virada da vida,
Pelo conselho no ouvido atento,
Pelo trabalho santo e constante.
Aos que são ponte entre os dois mundos,
Justos, leais, jamais rotundos,
Que desfazem demanda e feitiço,
Com firmeza, humor e carinho.
Povo de rua, de chão e pedreira,
De garrafa, charuto e cerveja,
Sua presença é farol e abrigo,
Sua força, um brado antigo.
Por toda ajuda, por todo amparo,
Por todo trabalho claro e raro,
Nossa gratidão, forte e sincera,
Que ecoe na noite inteira!
Laroyê, Exú! Salve o Povo da Rua!
Que sua luz nunca se apague ou fuja.
Ase, oh Guardiões da verdadeira lei,
Que seu axé brilhe sempre! Laroyê!
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Segunda-feira pra você, Lindona..
Lindona, que o sol te abrace apesar da chuva ...
Nesta segunda que se inicia...
O mundo em nova graça,
Renovada a alegria.
A semana que começa
Traz no vento, sutil,
A certeza que não cessa:
O amor será infinito.
Como onda que vem e volta,
Sem jamais se desfazer,
Essa esperança solta
Se renova em você.
E assim, passo a passo,
O sentimento caminha,
Infinito no seu abraço,
Uma promessa... que nunca finda.
Espero que goste! É um pequeno verso para celebrar a nova semana e a força de um amor que se renova sempre. 💖
O Cincar Noturno
Não era o fumo que eu buscava,
era a noite.
A noite que dormia nas ruas vazias,
no asfalto úmido refletindo néon,
no silêncio que respira entre os prédios.
O maço? Apenas o pretexto,
a moeda de troca com o escuro.
A porta rangendo não foi interrupção, foi passagem.
O corpo, pesado de horas paradas,
desdobrou-se em passos,
e cada passo foi uma pergunta
ao chão das sombras.
Na bodega iluminada a ferro,
o balcão era um altar de luz fria.
O caixa, um sacerdote do trivial,
entregou-me o pacote retangular
— cápsula de folhas mortas —
sem saber que me dava
a chave de um reino.
Mas o milagre não estava no objeto,
e sim no regresso:
o ar noturno lavando a face,
a lua (sempre cúmplice)
desfiando fios de prata nos fios elétricos,
o próprio peso do maço no bolso
pequeno âncora do presente.
Ah, a magia!
Morava no intervalo:
na ponte entre o quarto estagnado
e a rua que pulsa devagar,
no instante em que o peito se expande volta a pulsar
para colher o vento noturno,
na solidão que de repente
sabe-se parte de um todo silencioso.
Cada passo, encruzilhados ultrapassadas, de volta
era um renascimento mínimo.
O maço, intacto, esperava,
mas eu já vinha transformado, aquilo talvez, um sonho,
trouxera na palma da mente
a quietude dos postes acesos,
a geometria sagrada das janelas escuras,
o cheiro da terra molhada
e o rumor distante de um mundo
que respira quando ninguém o vê.
Acendi o cigarro algum?
A brasa necessária
já ardia no peito:
era o fogo do encontro
com a noite descalça,
com o tempo que se curva
sobre pequenas peregrinações.
O maço repousa sobre a mesa,
ícone de um êxtase cotidiano.
Pois a verdadeira chama
— sabes agora —
nunca esteve no papel e no tabaco,
mas no caminho que o corpo fez
entre a necessidade inventada
e o abraço involuntário num beijo necessário,
com o mundo noturno,
puro,
indiferente,
e profundamente teu.
O Amor Simples
Não é templo de mármore,
Nem soneto entalhado em ouro.
É a água clara no copo,
Quando a sede te corta o coração.
É a semente que não discute a terra,
Apenas abre mão de ser semente.
É a raiz que se faz escura e forte,
Para que o galho alcance o sol.
Não te pede versos, nem suspiros,
Nem joias de palavras raras.
Pedir-te-á as mãos vazias,
E o silêncio que sabe escutar o vento.
Será às vezes macio como a lã
Que envolve o frio dos teus ossos.
Outras vezes, áspero como a raiz
Que desfaz a pedra no caminho.
Não se mede em promessas altas,
Mas no pão repartido ao meio,
Na lenha recolhida no outono
Para o lume do inverno teu.
Quando vier, não trará coroas,
Nem vestes bordadas de desejo.
Virá descalço, como a chuva no chão seco,
E dirá apenas: "Eis-me aqui.
Sou a sombra que te segue,
E o vento que te chama para além."
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