Conto Amor de Clarice Lispector
Velha embalagem
Embalagens luxuosas fazem do insensato um soberano intocável. Uma cobertura deliciosa e delicada, com data de validade. Consumidor final iludido, disposto a pagar caro pela embalagem desprezando o produto essencial interno. O ritmo do jogo faz parte de uma nova partida entre os bons e os melhores. É na ilusão da embalagem que se perde a essência e o valor da razoável dignidade.
Seu desejo atendido foi mera coincidência passageira da moda , do gosto , da ilusão que agora não passa de uma velha embalagem...
Autor: Gilson de Paula Pires
Toda vez que você ousa abrir a porta,
o velho vai sussurrar mil desculpas
pra ficar.
Vai prometer conforto,
vai dizer que mudar é perigoso,
vai tentar vestir saudade
de casa segura.
Mas não se engane:
quem parte por dentro
já não cabe mais no mesmo lugar.
Então segue.
Não aceita convite pra voltar atrás —
porque o que é novo já te chama
com a coragem de quem nasceu pra recomeçar.
— Edna de Andrade
Reiniciando
Nunca foi de verdade, nunca foi pra sempre,
depois de analisar a tua versão do passado e reprovar as tuas atitudes no presente, percebi que é indigna é imoral a minha admiração por você no futuro,
a promessa de amar nos dias bons e cuidar nos dias ruins foi quebrada diversas vezes,
ao observar a chuva cair pela janela descobri que eu estava me quebrando em pedaços,
entre o se decepcionar e o cobrar eu escolhi o conceito do mudar , do se afastar,
o que nunca foi meu não pode ser considerado como uma perda, ou um luxo,
o tempo em evidência, o coração intacto, as apostas foram feitas, a moeda foi jogada para o alto,
é hora de reiniciar.
Confrontar
O existir é um mistério incompreendido, se encontrar e entender os motivos pelos quais se manter vivo são maiores ainda,
Temer o futuro é um pensamento mecânico, o medo trava nossos sonhos presentes e futuros, carregamos sofrimentos e riscos que vivem primeiramente no mundo imaginário, então se não deixarmos o que nem existiu no mundo real crescer poderemos alcançar movimentos e vitórias grandiosas,
quanto mais sabemos, mais percebemos que não sabemos de nada, a cura pelos traumas e os excessos são encarados de frente quando entendemos que as repetições involuntárias dos mesmos erros nos causam limitações até nas nossas próprias sombras,
muito do nosso mundo real foi produzido propositalmente pelas opiniões alheias ao nosso querer, quanto mais ouvimos os outros reproduzimos as perspectivas deles e deixamos as nossas interpretações de como viver de lado,
temos que nos confrontar com a nossa maior luta que é absorver o maior e melhor do mundo, subtrair o que nos diminui e multiplicar o que nos eleve, o que nos faz evoluir.
Se a minha namorada estiver a conversar contigo, responda-lhe, se ela pedir o seu número de telefone, não hesite, e se ela pedir para lhe ligares no whatsapp, se endireita e fala com ela na boa até ela se sentir bem, faz isso ser divertido, lhe da motivos para ela sorrir e se ela quiser namorar contigo e você gostar dela, tudo bem! Vá em frente e experimente.
Apenas seja o namorado que eu não pude ser, se ela falar mal de mim, corrige meus erros fazendo as coisas que eu não pude fazer.
E sobre mim? Não te preocupes comigo eu não estou pronto para ficar com quem não quer ficar comigo ou que finge estar comigo, se ela me valorizasse, ela não estaria na paquera com outra pessoa. Eu já cresci na guerra dos meus pais, e agora que eu estou a ficar velho eu só estou querendo paz.
Hoje eu não tenho mesmo nada como se nada fosse meu, até o azar que eu tenho chega a ter mais sorte do que eu! Estou na casa dos 20 anos falta-me pouco para os 30 anos, não festejo os meus aniversários não me vejo a festejar menos um ano da minha vida, não tenho casa própria nem um carro, não tenho um meio de transporte nem um trabalho.
E hoje eu sou um homem falido vivendo uma crise existencial na casa dos 20 anos, sabes de algo? Está tudo bem!
Casa comigo?
Desviar de você é fugir dos meus sentidos,
os teus sentimentos se cruzam com os meus a todo tempo de maneira massiva,
te vejo quando estou de olhos fechados, te sinto nas músicas, te desejo no mais alto grau a cada gole de vinho,
na distração vi teus belos sorrisos,
no vazio, uma pausa para o tédio foi interrompida rapidamente com o alívio da tua presença,
a tua companhia tem sido o motivo real para eu me encontrar com a felicidade,
no teu mínimo vistes o meu máximo, no teu exagero apresentei a minha confusão esperando de joelhos o teu sim segurando nas tuas mãos.
O Menino e o Espelho
Ele olha o reflexo.
O reflexo o olha.
Ele deseja coragem.
Ensaia o discurso.
Decora as palavras.
O espelho o encoraja.
O espelho aprova.
O espelho silencia.
Ele ganha coragem.
Dorme.
Acorda.
Espera.
A oportunidade surge.
Ele vai.
Ele diz que a quer.
Ele a tem.
Ele questiona.
Consome.
Faz feliz.
Machuca.
Descarta.
E volta ao espelho.
Mas o reflexo, agora, o evita.
Porque o espelho sempre soube.
Só que dessa vez,
ele não precisa mais da coragem do espelho.
Descobriu que, para ferir,
não é preciso coragem.
É só não olhar.
É só não voltar.
O espelho ficou vazio.
E o menino, cheio demais para caber nele.
Parte de um todo
A dor cresce com a solidão, ela reascende a cada suspiro do silêncio em meio as lembranças, mas também a uma chama vibrante em cada um de nós que não se apaga, pois ela é protegida por uma complexa rede de pensamentos e sentimentos positivos,
sentir o vento sem poder tocar, viver o tempo sem poder controlar a sua velocidade, imaginar sem saber a direção certa para realizar, algumas coisas não palpáveis são sutilmente prontas para nos devorar,
a paralisia emocional pode ser combatida sem remédios convencionais, pedras pesadas não precisam ser carregadas por lonjuras de dias, a aceitação e ao mesmo tempo o abandono do fardo pode concertar as linhas que momentaneamente estão tortas,
somos um para cada pessoa, somos varias versões a cada cruzamento de lugares, mentes e ideias, nós somos uma história diferente para cada alma,
è curioso olhar para as próprias cicatrizes e sorrir, pois em cada marca foi deixado um aprendizado, um conto, um canta, um encontro, um encanto,
no refúgio do meu eu, fui apresentado a paz, a realidades concretas sem o mínimo da tal superficialidade,
a uma ponte que nos leva ao passado e pode nos trazer ao presente e ao futuro e vice versa quando quisermos sem nos ferir, dominar essa passagem que varia entre o dormir e o acordar é um portal para acharmos o adulto, a criança, o ferimento, a cura, os risos, os choros, os desafios e as vitórias, é o atalho para encontrarmos o nosso verdadeiro eu,
por alguma razão as coisas acontecem, por algum motivo somos movidos por nossas conexões, o saber e as dúvidas ecoam em versos,
somos parte de um todo, então talvez amanhã o nosso pó continue a se transformar seguindo uma nova trajetória em sua viagem infinita.
Incessante
O inferno é duro e difícil, sair dele são e salvo foi um ato de compaixão divina,
depois que voltei resolvi seguir em frente sem apresentar a revolta ou traços da maldade vistos por lá, ao contrário disso fui moldado naquilo que já era a minha essência, ou seja, trouxe comigo a arte de praticar o bem, trouxe comigo a habilidade de espalhar a paz, a alegria e o amor,
em cima da montanha vi as minhas próprias pegadas, desviei dos caminhos espinhosos, atravessei o rio com o pescoço fora da água, espantei as feras com os gritos da verdade e iluminei as noites frias com a chama das decisões ouvidas pela aquela voz do meu interior que me guiaram no vale das sombras até aqui,
do começo ao fim , erros e lições além de algumas reviravoltas me fizeram ter vontade de reescrever a minha história, estou na busca incessante de encontrar os verdadeiros significados deu está aqui..
Poema do ciclo
Me sinto uma bonequinha de vidro,
Que não pode se quebrar,
Ela muitas vezes é usada e quando acaba a pilha ela é descartada.
Será que ela é algo ou
Será apenas enganada?
Seus cacos estão no chão e ninguém os colheu pois não faz falta.
Sera que a bonequinha de vidro estará melhor ?
Não sei...
Essa é uma resposta que eu não sei
Aquela velha frase limitante: “quem se descreve, se limita” ou, você não sabe muito sobre você ou, porque não permitiu se conhecer?
Se uma bateria sabe sua potência máxima e avisa quando está prestes acabar!
Por que não você!
Talvez sua vida deve estar viciada, precisando de trocas ou, calibragem.
Porque as pessoas às vezes não se acreditam?
Às vezes a pessoa não é confiável aos olhos dela, ela pode optar em acreditar somente nela! Até mesmo não ter o hábito de confiar nela mesma. Uma mente viciada não consegue desencadear esses embaraços onde que precisa ser trabalhado o lado psíquico, material, espiritual, mas a lembrando! A humanidade fornece muito para esse embrolho.
Quantas vezes ela perdeu o sono para te dar uma ótima noite? Mesmo ela sem estudo batalhou para você conseguir se formar. Quantas vezes no trabalho humilharam , e nem por esse motivo ela abandonou porque sabia que tinha você para cuidar? Quantas vezes orou por você, quando sai sem dizer para aonde vai e nem a hora que chega , e da graças a Deus que você chegou bem? Por muitas vezes tirou penas se suas asas para você voar? Por vezes ela colocou o próprio coração no prato para te dar o que comer? Quanta crianças sem mãe queriam ter uma igual à sua! Reflita.
Mãe é um instrumento sagrado enviado diretamente de Deus!
Todos nós somos seres únicos e insubstituíveis
e jamais haverá uma única pessoa igual a nós mesmo em qualquer lugar do mundo em qualquer época.
Pois ninguém jamais vai ter vivido nossas vitórias ou sofrido nossas derrotas.
Pois é isso que molda nossa personalidade.
E nos torna e cria seres únicos.
A justiça algum dia já foi justa?
Sempre me pergunto.
Nas mãos de pessoas justas talvez sim.
Mas elas estão cada vez mais raras.
Já nas mãos de pessoas, ruins, ela se torna a cada dia mais injusta.
Mais corrompida, militante, política e cada vez mais desigual.
Os países mais corrompidos de qualquer lugar de um planeta.
Sempre vão ser onde se tem uma justiça política, corrompida e corrupta.
Quem não estuda história, assim como a mentalidade vil de quem é um totalitarista ou autoritarista, sempre vai seu um escravo intelectual dos seus mandos e desmandos sobre si mesmo e seu próprio povo.
Aqui faço referência a frase de Joseph Stalin:
As ideias são muito mais poderosas do que as armas. Nós não permitimos que nossos inimigos tenham armas, por que deveríamos permitir que tenham ideias?
Uma civilização que tem apenas um deus não deveria ter a pretençao de catequizar gerações que têm vários deuses.
Isso ocorre porque o individualismo é sempre traiçoeiro e mal intencionado.
Já a coletividade é sempre acolhedora, inclusive ao ponto de acolher o individualismo como mais uma manifestação do próprio coletivo.
Seja nas questões humanas, nos seus costumes ou crenças, seja nos seus sagrados, individualismo e coletividade são características que afetam diretamente o desempenho e a sustentabilidade da humanidade.
REZO ELEMENTAR
Que ser é esse, escorrendo-se em vida, o presente
Derramando-se como relva, regando-nos ao deleite
Como se lírios fôssemos, no paraíso do onipotente
Mesmo que vivamos no dúbio inferno de estimação.
Banha-nos a torre de nosso ego, a insensibilidade
Batiza-nos nos refúgios e sagrados altares pagãos
Em mantras noturnos da santíssima ancestralidade
Pelos tambores cardíacos dos corações irmãos.
Lava-me em acolhimento e amor, ao recém nascido
Antes que o cordão se rompa da raiz, da querência
A mãe germe do broto divino, sagrado, adormecido
Aurora de minh'alma, desabrochando-se, à sequência.
Que ser é esse que me banha de fluidos universais
Que transborda-me em pensamentos, e vontades
Que transcende-me de meus desertos sentimentais
Que irriga os amores eternos das minhas mocidades.
Que ser é este, que me põe a ser, ser elementar
Que me põe a olhar meu espelho vivo e trágico
Que me pare no leito de morte de minha ancestral
Ao mesmo tempo em que me mostra, mágico.
Batiza-me, oh santa medula mãe, de mãos serenas
Pondo-me no espelho interno de minh'alma
Na quietude de seus lírios, artemísias e sucenas
Na edificação da verticalidade de minha calma.
Prontifica-me em verbo à luz, em ética, à direção
Põe-me em silêncio, poetizando-me de memórias
Ao procurar as notas do amor, da paz, da emoção
Esperando minhas verdades ou crenças irrisórias.
Pedro Alexandre.
A "POSSE" DOS LIVROS
De nada vale a inteligência adquirida pelos livros?
Quando eu desmereço a leitura aos "deslivrados",
Quando os impeço ou os escondo da História escrita,
Quando lhes impeço do protagonismo da escura cor.
Não aprender a compartilhar as fontes da construção
É não abstrair da evolução o intelecto, a real lição.
É ilusão pensar-se como sábio, intelectual ou mestre,
Comprimido pela avareza e a condição da ignorância.
Sabedoria é abstratismo, depósito, mas não é refúgio!
É verbo, mergulho, navegação, não culto a si mesmo.
Por vezes, inversa, desobedecendo as normas de ser,
Voa livre das folhas, para além, nem sempre escritas.
Ah se os meus livros saíssem todos voando por aí!
Ah se viesse um tempestuoso vento forte, a tempo.
Um vento desses que com descaso causam o caos!
Que açoita o ego, ou as folhas do limoeiro ácido.
Ah se visse um vento intruso, rabugento e mal criado,
Capaz de "livrar" os "meus livros" do pueril cativeiro!
Prisões, "minhas posses", insanidades, "meu apego",
Levando-os aos lugarejos "desmerecidos e opacos".
Ah se esse vento me deixasse, sem "ter meus livros"!
Jogando-os todos sobre as minhas carrancas tristes!
Dando-me lições abstratas, inversas, desconhecidas,
Mostrando-me as faces atrofiadas pelo meu egoísmo.
Ah se esse vento viesse sem avisar-me de seu tempo!
"Livrando-me" ante as crenças, os apegos e os muros.
Entulhos que aprisionaram-me ao abismo da ilusão,
Impedindo-me a refrigeração dos mundos externos.
Ah se esse tempo chegar e causar o caos nos livros!
Isso seria literalmente um atentado, um "livramento"!
Seria como uma recomposição, uma composição!
Talvez eu saberia lutar, mas não faria o contra-tempo.
Talvez eu sentiria prazer, por uma estranha liberdade...
A "minha liberdade"; por não ver "meus livros presos".
Talvez a liberdade dos livros me causaria inveja, dor!
Libertando-se, libertam outros seres, outros livros.
Alguns contos ou poesias não existiriam à revelia,
Sem que o vento causasse um caos nos incipientes.
Os livros vêm com o caos, a sabedoria vem depois!
Os livros sopram o vento, o tempo cristaliza os livros.
(Pedro Alexandre).
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