Conforto da Morte da Avo da Namorada
Dói mais sorrir na frente dos outros do que chorar sozinha, mas não devo levar a vida tão a sério porque ninguém sai dela vivo.
"No outono de 1953, parecia que eu tinha apenas alguns meses de vida. Em dezembro, os médicos - companheiros no exílio - confirmaram que eu tinha no máximo três semanas de vida.
Tudo o que eu havia memorizado nos campos corria o risco de extinção junto com a cabeça que a mantinha.
Este foi um momento terrível em minha vida: morrer no limiar da liberdade, ver tudo o que tinha escrito, tudo o que deu sentido à minha vida até agora, prestes a perecer comigo...
Eu não morri, no entanto. (Com um tumor desesperadamente negligenciado e agudamente maligno, este foi um milagre divino; não pude ver outra explicação. Desde então, toda a vida que me foi devolvida não foi minha no sentido pleno: ela é construída em torno de um propósito)."
É preciso durante toda a vida aprender a viver e, o que talvez cause maior admiração, é preciso durante toda a vida aprender a morrer.
Me sinto um pouco mal de aproximar a perda de um amigo à perda de um amor, de uma companheira de vida, que parece pior. Mas aí eu penso que quando falamos de morte, falamos de vida, e das belezas da vida. Então escrever sobre o fim é também tratar do que se viveu. E quando contamos o que vivemos há a oportunidade da memória ficar ainda mais bonita.
Pais que agridem seus filhos, acreditando que os estão educando, mal sabem que muito mais que macular seus corpos, estão matando suas almas...
Palavras são como brisa suave que acalanta a alma, sentimento fugaz, incapaz de mudar o mundo. O que transforma vidas e constrói legados são as atitudes. A iniciativa certa num momento crítico salva vidas. Já as palavras criam apenas um conforto espiritual preparando a matéria para o seu estado primitivo e mórbido.
Talvez hoje seja a última vez que escrevo. Talvez sejam essas minhas últimas palavras. Talvez minha última refeição seja hoje. Talvez o sorriso que viu partindo de mim seja o último que lhe darei. Talvez eu não esteja aqui no próximo alvorecer. Pode ser que o que não me disse hoje não possa dizer amanhã. Talvez até diga, mas não ouvirei. Pode ser que o "eu te amo" dito por mim a você seja o último que ouvirá com o som da minha voz.
Só percebemos a intensidade da vida quando entendemos que ela e a morte caminham de mãos dadas por um vasto campo onde uma semeia e a outra colhe.
“O que comete homicídio será vingado de qualquer maneira, por Deus, ou, pelas homens; mas o arrependimento livra da morte."
Ela não é o tipo de garota por quem você escolhe lutar. É do tipo de garota por quem você luta até a morte.
A vida é muito breve!
E nessa brevidade, a gente começa a refletir sobre o que teria feito diferente se soubesse que aquele seria seu último dia com uma pessoa que a gente tanto amava/gostava ver partir.
Fica o vazio: a dor de não ter falado o que o coração pedia, o perdão necessário, porque simplesmente deixou para amanhã aquilo que poderia ter feito hoje. O remorso, a garganta fechada de tristeza nos faz refletir e nos faz ver que “de repente”, aquela pessoa que a gente tanto ama deixou essa terra e que nunca mais conseguiremos expressar o que tanto queríamos.
Não deixe para amanhã, a atenção que você poderia dar a uma pessoa que tanto necessitava.
Não deixe para amanhã, o sorriso junto com uma palavra aconchegante.
Não deixe para amanhã, o encontro que tanto queria que acontecesse com aquela pessoa que você tanto gosta.
Não deixe para amanhã, o almoço com as pessoas que te fazem bem e te tornam uma pessoa melhor.
Não deixe para amanhã, o abraço de despedida com desejos sinceros de sucesso.
Não deixe para amanhã, as flores que poderia ter enviado em um dia tão lindo e especial.
Não deixe para amanhã, o café da tarde tão desejado, tão esperado.
Não deixe para amanhã, o perdão que tanto você sabia que precisaria liberar.
Não deixe para amanhã!
Não deixe para amanhã!
Não deixe para amanhã!
A vida é breve...
Jarleide Souza
Nós podemos conviver por longo tempo com alguém e não ter emoções fortes para recordar.
Também podemos esbarrar em alguém e em pouco tempo, criar lembranças que vão locar espaços na nossa memória.
Existem pessoas que nos lembram lágrimas, que gostaríamos de esquecer, enquanto outras, nos recordam sorrisos e estas deveriam permanecer vivas dentro de nós.
E eu me pergunto; quem vai observar aquelas folhas ásperas e secas caírem e ver o seu esforço em serem belas mesmo em seu leito de morte?
Verso teimoso
Eu não preciso escrever.
Quem se importaria com meus escritos?
Penso então, que talvez seria até bom não escrever.
Mas o verso é teimoso.
O verso é insistente.
Invade feito tisunami as páginas em branco
Trazendo consigo avassaladoras palavras salgadas.
Penso então, que talvez até seria bom não escrever.
Quem sabe não haveria aflição e devaneios ?
Eu não seria incauta ao fantasiar
Meus versos viajando no tempo e no espaço
Cruzando fronteiras
Quem sabe se não escrevesse, a inquietude não existiria ?
Eu olharia da varanda o entardecer de domingo,
Veria tão-somente o entardecer de domingo...
E não um pedaço de tempo passando
Um pedaço a menos de vida.
De nostalgia e solidão não vestiria o momento bucólico da varanda
Esperando, com nostalgia e solidão, a visita da noite
Viver com pesar a morte de mais um dia
Teimosa, mais que o verso,
Então eu escrevo.
Tita Lyra
O que mais me assusta é morrer. Não morrer, mas morrer e deixar alguém. Deixá-la com toda a porcaria que vem junto quando se perde alguém que se ama.
O tempo é o nosso pior inimigo, o confronto ocorre quando nos mantemos conscientes do momento presente... por mais contraditório que pareça então a morte dá sentido a vida.
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