Colhendo os Frutos Poema
Celebro silenciosa
aquilo que creio
total e amorosa,
porque te quero
do teu íntegro jeito.
O mundo crê
ser impossível:
viver de amor
nesta época
pouco possível.
Na trilha da Lua
por ti em busca
de todas as cores,
Vejo-me entregue
aos teus amores.
O mundo crê
no pouco possível:
viver deste desafio
nesta época
é o combustível.
Orgulho profundo
de provar que
invalidar o amor
é total perda
de vida e tempo.
Na dança do astros
em busca do nosso
roçar em plena Lua,
para sobre ti ser
para sempre tua.
Nos passos
do meu soldado
cansado voltando
da guerra disposto
a cantar o amor
para o mundo,
não duvide nem
por um minuto.
Os meus olhos
hão de cantar
a canção silente
de felicidade
no aconchego
destes braços
sem regresso.
Na tranquilidade
da luz da lua
iluminando
os poros trigais
desta tua pele,
oferto-te a paz
que só os meus
quadris podem
te conceder,
e nenhum mais.
Os meus beijos
irão se expressar
em desejos totais
e sensualidade
na corporificação
desta paixão
onde nem o céu
há de ser o limite.
Dizem que
a Lua Negra
é um prelúdio
de guerra
anunciado
pela Natureza:
A Humanidade
e as suas
desculpas
pelas fraquezas.
A Lua Negra
não tem
culpa quando
os Homens
decidem pela
via da guerra:
A Humanidade
e as suas
ocultações
da realidade.
A Lua Negra
é o poema
total que fala
deste olhar
sensual capaz
de arrebatar
o meu coração
mais do que
tropas inteiras.
Encontrei a felicidade
Tenho certeza que virão dias difíceis novamente
E com obstáculos maiores
Mas essa tempestade que passou me fortaleceu
Esse é o importante
Sempre que cair
Levante mais forte
E tenha certeza que o sol volta a brilhar
E bem mais forte que antes
Bom esse poema vai ser uma ponte
Entre a felicidade e a tristeza
Depois que cheguei no mundo da felicidade
Percebi que valeu o choro e também a coragem
E aí? Tá pronto pra vim comigo curtir esse mundinho?
Venha porque é lindo e tá faltando apenas o seu brilho
Navegar pelo curso
das cheias das marés
na rota poética
que alcance oceanos
por onde Nações
em tempos de guerra
e de paz navegaram,
resolvi me entregar
buscando trazer
o seu olhar
e as tuas emoções
que hei de conquistar.
Em plenilúnio de amor
sem medir quaisquer
consequências,
cânticos de sereia
para quem sabe
virar mulher do pescador
na próxima Lua Cheia.
Prevejo com grande
entusiasmo o quê
por nós há de ser
porque creio
na força do destino
que está escrito
nas estrelas
e nelas sempre confio.
Conexões da vida
Nas enormes estações rodoviárias
tem um grande número
de linhas, horários e destinos,
com muita gente chegando
e, outras, estão de partida.
A vida também é assim,
hoje estou aqui,
amanhã o que será de mim?
Esperança
A minoria destruindo, odiando, desmatando e assassinando.
A maioria construindo, curando, ensinando, orando,
abraçando, aprendendo e escrevendo.
O coração desfibrilando.
Juntos no mesmo barco
Estou cansado de olho no olho,
o que eu quero é olho no coração.
E, também, chega de discursos bonitos,
o que eu quero é ação.
A falta que faz
Quando quero peixe no almoço,
eu não preciso acordar cedo,
não preciso remar a canoa
e nem puxar a rede
como faziam os meus avós,
eu vou ao mercado e os compro.
Quando preparo suco de frutas,
eu não preciso semear a semente,
não preciso cuidar da planta
e nem preciso fazer a colheita
igual aos meus parentes,
eu vou à quitanda e as compro.
Quando minha alma sente falta de Deus,
que sentava à mesa de minha família,
que dividia conosco tristezas e alegrias,
que orava com a gente na capela diante do mar,
onde o posso reencontrar?
Sinais no céu, sinais na Terra
Quando o Anjo do Senhor,
que deixou a Terra para a gente cuidar,
voltar para fazer o inventário do mundo,
vai querer saber dos rios, florestas,
bichos da terra, do céu e do mar;
dos berçários da vida nas matas,
manguezais e areais.
Depois ele vai procurar, em dias de devoção,
nas capelas diante das praias,
os filhos e netos de pescadores
e poucos estarão lá.
E o que nós vamos falar?
Os pássaros não morrem
Exceto por maldades como bodocadas e arapucas,
os pássaros não morrem.
Pesquisei no mato,
espiei sob as fruteiras,
questionei o bem-te-vi
e cheguei à conclusão,
após percorrer esse mundéu,
que os pássaros não morrem:
sobem em corpo e alma ao céu.
Sobrevoam
as borboletas
monarcas
nos campos
da América
profunda,
És o ilustre
habitante
do meu peito,
Nascemos feitos
um para o outro:
para viver unidos
o amor perfeito.
Na minh'alma
estão os sinais
do amor, paixão
e liberdade:
que dão força
para resistir
a tempestade,
Dizer não
ao totalitarismo
e espalhar
a paz pelo mundo.
Os ciclos da Lua
que o agricultor
é o doutor
em excelência
a reverenciar
e cultivar
a sobrevivência,
É nele que
busco a mais
alta referência;
Afinal, a vida
em geral
pede de nós
muita paciência:
E no campo
do amor
especialmente
para que não
desocupe o meu
coração e a mente.
Caixa de Pandora
Há apenas um grande caminho vazio,
Em minha frente vislumbro apenas a lacuna,
Imagens retorcidas, de uma vida sem sentido
Ecoam em minha mente refletidas no cintilar de luz da lua
Tantas são as desventuras e tão pouco os avanços
Face a uma geração em que a decência perdeu o encanto,
A terra treme pelos brados de egoísmo nela infusos,
E o próprio Sol resplandece turvo obscurecido pelo vazio no coração dos reclusos
Esta pilha de problemas não parece ter solução
Mas ela sempre se fez presente, encoberta pelas marés da corrupção
São escassas as boas pessoas e em abundante número as egocêntricas
Bondade tem se tornado uma qualidade deveras excêntrica
Tenha estupidez de nossos atos pútridos
E aja com extrema cautela
Pois em neste mundo de ilusões, em nosso agora
Está aberta a nossa Caixa de Pandora
Na Lua Cheia que
ultrapassa a noite
e vai alcançando
o alvorecer do dia,
com as borboletas
noturnas no trajeto
rumo ao trabalho
a encantar sublime
operários e artistas.
Para quem deseja
vencer a guerra
é preciso ter entrega
e amor na Terra;
trazendo na pele
os poemas dos povos
sob a luz da Lua
em busca da profunda
e eterna Primavera.
Na Lua Cheia que
alinhada a poesia
que romântica veio
me pegar pela mão,
devoto a amável
e renovável devoção;
mesmo que em mim
você não creia,
assumo que te quero
aqui colado comigo
e sem devolução.
O luar e a brisa
da noite inspiram
a conquistar
a tua companhia.
Pude ver a beleza
da gradação das cores
do amanhecer mesmo
ainda sem ter você.
Quero fazer parte
de você de um jeito
que você não sabe:
ser a tua galáxia.
Em mim carrego
os signos da imigração,
dos indígenas
e dos povos nômades.
Borboletas coloridas
voaram no caminho,
quem tem amor
nunca estará sozinho.
Quando leio, escuto
e falo o nome teu,
tem me deixado flutuante:
algo diz que já és meu.
A Lua me conhece
como a perpétua
fugitiva de qualquer
amor clandestino
rumo além do infinito,
escrevendo sobre
os amores dos outros
e em preparação
para o amor que virá.
É muito mais que
um sonho de uma
noite de verão
que vivencio
para fazer a gente
se encontrar
muito além da paixão.
O vento dançarino
da noite abriu
neste momento
as cortinas de nuvens
para a Lua beijar
a gentil lagoa
e de amor
para o campo
ela se embelezar.
O tempo adiado
Vêm aí dias piores.
O tempo adiado até nova ordem
surge no horizonte.
Em breve deves amarrar os sapatos
e espantar os cães para os charcos.
Pois as vísceras dos peixes
esfriaram no vento.
A luz da anileira arde pobremente.
Teu olhar pressente a penumbra:
o tempo adiado até nova ordem
desponta no horizonte.
Do outro lado afunda tua amada na areia,
ele sobe-lhe pelo cabelo esvoaçante,
ele corta-lhe a palavra,
ele ordena-lhe silêncio,
ele encontra-a mortal
e pronta para a despedida
depois de cada abraço.
Não olha para trás.
Amarra teus sapatos.
Espanta os cães.
Joga os peixes ao mar.
Anula a anileira!
Vêm aí dias piores.
Enigma
Nada mais vai chegar.
Mas também o verão – e tudo o que tem nomes tão bons
quanto “veraneio”–
nada mais vai chegar.
E não hás de chorar por isso,
diz a música.
Nada
mais
foi
dito.
No Mapa
Pelo litoral
ficou
de norte a sul
nagô.
Ficou no Recife:
xangô.
Na Bahia ficou:
candomblé.
No Rio grande é o que?
– Batuque, tchê.
Filho de santo
de bombacha,
Ogum
comendo churrasco:
jeito
gaúcho
do negro
batuque.
Sou
Sou a palavra cacimba
pra sede de todo mundo
e tenho assim minha alma:
água limpa e céu no fundo.
Já fui remo, fui enxada
e pedra de construção;
trilho de estrada-de-ferro,
lavoura, semente, grão.
Já fui a palavra canga,
sou hoje a palavra basta.
E vou refugando a manga
num atropelo de aspa.
Meu canto é faca de charque
voltada contra o feitor,
dizendo que minha carne
não é de nenhum senhor.
Sou o samba das escolas
em todos os carnavais.
Sou o samba da cidade
e lá dos confins rurais.
Sou quicumbi e Moçambique
no compasso do tambor.
Sou um toque de batuque
em casa gege-nagô.
Sou a bombacha de santo,
sou o churrasco de Ogum.
Entre os filhos desta terra
naturalmente sou um.
Sou o trabalho e a luta,
suor e sangue de quem
nas entranhas desta terra
nutre raízes também.
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