Coleção pessoal de Valnia

101 - 120 do total de 153 pensamentos na coleção de Valnia


⁠Ouço a melodia do vento
Vejo os lampejos no ar
Canto com os passarinhos
Espalho os véus ao luar

Com o vento vêm os amores
Em lampejos de luz cintilar
Nos ninhos, ausentes pudores
Uníssonos …
Em flor rutilar.

⁠As horas passam vagarosamente,
fazendo do silêncio o meu fiel companheiro.
Diante do relógio mudo,
ouço apenas o ressonar do tempo ao meu ouvido...

No filme, escondido na fita cassete,
registros das lamúrias e dos sorrisos
perdidos no tempo timoneiro,
que já cansado voa em direção ao infinito.

⁠O sorriso gigante esconde um grito calado pela força das circunstâncias. Embora as palavras não possam ser pronunciadas, o amor e a esperança estrelados no peito anunciam dias melhores.
Valnia Véras

⁠Por entre as cortinas da existência, surgem os sorrisos, os afagos, os amigos…
Em qualquer canto,
uma canção,
um alento,
um sussurro em oração.

⁠Uma paleta de cores.
Sem amores.
Uma paleta de aparência.
Sem essência.
Engessada!
Cansada!
Esgotada!
Gravada.
No fundo de uma caixinha compartimentada.
Rascunhada ...
Num leque sem flores.

Valnia Véras

⁠A arte é o oxigênio do povo.

A lágrima repousa diante do pequenino espelho

ensaiando, espreitando-se...

Face a surpresa da menina.

No cristalino cintila a notícia televisiva

APRISIONANTE, indigna de um relance,

QUIÇÁ de um breve olhar.

⁠Os vagalumes chegam tímidos diante da escuridão,
mas pouco a pouco, corpo a corpo traçam um caminho de estrelas,
enfeitando a amplidão.

Tal qual os vagalumes, transmuta-se meu coração,
que sentindo tua presença, os teus passos na estrada...
Alumia de alegria, registrando poesia
e soprando pra bem longe minha imensa solidão

⁠⁠Os sonhos do poeta se escondem entre as pálidas linhas do caderno,
em cada palavra registrada repousa soberano o sentimento do mundo.

Valnia Véras

⁠Libertar
Germinar
Brilhar
Transformar
Querer
Inspirar
Amar
Pacificar
+

E o verbo se faz gente...

⁠Os gritos do vento assolam a alma em acordes inquietantes, cintilantes, desnudando o instante num piscar de olhos.
Os cenários parecem descrever o futuro de incertezas que chega ululante, insistente, desafiador.
Os sonhos uivantes anunciam liberdade, transformação, um novo mundo descortinando-se.
Premonição? Ou apenas os lamentos do vento?
Osssss....

⁠O olhar perdido na imensidão...
Sem esperança.
Sem brincadeira.
Apenas labuta.
EXPLORAÇÃO.

No brotar de um novo dia,
vem também a ilusão.
Na mente infantil, o jargão repete-se frenético:
“O trabalho dignifica o homem”
e se transforma em pão.

Mas para a criança franzina,
que apenas sobrevive
nesse mundo
de violência e exclusão,
DIGNIDADE, TRANSFORMAÇÃO, são palavras vazias
Que reforçam a exploração.

As horas perdidas com o trabalho precoce
criam fantasmas assustadores
diante da escola e da diversão.

O jovem sofrido, faminto...
Culpa-se por sonhar
nos raros instantes de descanso...

Com uma partida de futebol
Com um pedaço de bolo
Com uma roupa de segunda-mão.
Vestindo diariamente
a mortalha na vida e no coração.

⁠No meu eu, há um encontro de almas, de sorrisos e de amores.

No meu eu, repousa um grito de alegria embrulhado num restinho de amor.

No meu eu de muitas moradas, ensaio o desvendar das faces dispostas no espelho.

No meu eu, as vezes trago interrogações, exclamações e reticências, jamais um ponto final.

No meu eu, jazem todas as dúvidas e algumas poucas descobertas.

No meu eu, repousam os sonhos quase impossíveis.

⁠Ao mirar-se no espelho se contorce livre e bela,
com passos elegantes, sempre a rodopiar.
Saltos livre e imprecisos.
Num cenário a ensaiar.

Com a vida, chegam os anos e também o despertar
para mistérios instigantes e desafios a superar.
Mas para quem não entende nada, o remédio é só calar.

O espelho cintilante mostra a figura altiva,
que outrora lhe sorria, mas agora é só chorar.
A história contada é triste,
com gritos roucos, abafados, que não cansam de chegar.

O espelho amigo, entretanto, que não desiste jamais,
desperta
descortina e
mostra
uma existência fugaz.

Passos, valsas, cantigas de ninar.
Ao vento poemas e músicas.

Em frente ao pequenino espelho…
Toda a vida se reflete na palavra transformar.

⁠No sorriso da menina
toda a alegria reluz.
Convidando-nos para a vida.
Inundando-nos o peito de luz.

Marina, assim como o mar,
ensina-nos sem cessar, que a intensidade da vida desabrocha
e caminha livre
a partir de um breve olhar.

⁠Felicidade é viver sem bagagem,
é viver como o balanço do mar.

⁠O colorido da bandeira
ressalta a coragem gravada no peito
e no centro do coração.

A identidade pioneira,
nesse mundo de exclusão.

Mostra, borboleta altaneira,
que a perfeição da vida
renasce em comunhão.

Grita, aos quatro cantos da Terra,
que tu és mais que um corpo inerte trancafiado numa prisão.

Registra em teu rosto a dignidade, o direito ao amor e à união.

Voa, passarinho de mil cores,
que te encontrarei no caminho rumo a transformação.

⁠Os olhos inquietos em direção às estrelas se esquecem que o restante do corpo precisa descansar.

⁠Sentimento não se quantifica, traduz-se em poesia.

⁠Minhas retinas cansadas buscam a beleza da vida através do coração.