Coleção pessoal de Valnia

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⁠Em cada mulher que habita meu ser,
reflete-se-se o desejo de discursar,
debulha-se a certeza do semear,
registra-se a força do querer...

Transsss formar
a vida em flor,
em liberdade
e amor.

Valnia Véras

⁠Ser mulher num corpo, ainda diz pouco sobre a alma feminina.

Ser mulher é pensamento em
construção,
desabrochar em existência,
embrenhar-se em poesia,
perfumar o coração.


Quando o vento me soprar para longe,
procure-me no canto dos passarinhos,
nas poças de lama pelo caminho,
em cada sorriso roubado
nos parapeitos das janelas...


Diante do espelho, ouço os gritos de socorro da menina,
que ainda acredita num punhado de esperança,
soprado ao luar.

Diante do espelho, vejo a súplica no olhar da moça,
que ainda semeia verdades numa cova de aparências,
sem cor, desbotada, falseada...

Diante do espelho, sinto a angústia da mulher,
que ainda ousa pensar diferente em meio as caixas e padrões da existência.
Ponto a ponto, lado a lado, sem frestas de liberdade...

Diante do espelho, uma vida passae algumas lagartas viram borboletas...

⁠Nas ruas da cidade nua

Sob o frio orvalho da noite,
sombreiam-se os meus cabelos brancos,
cansados da vida severina,
pingada nas ruas da cidade nua...

Vagueiam infinitos fantasmas,
repousam castelos assombrados,
escondem-se os gritos de medo por entre
as ruínas dos sonhos que não brotaram...

Quando o sol chega no horizonte.
É hora de levantar...
Recolher o papelão,
esconder o lençol da miséria
e Zumbitear pela vida.

⁠Escapulindo
para arengar nas vielas da existência,
sem prumo,
sem rumo...
Satisfazendo a língua afiada
se amofina na estrada,
sem saber assobiar...

Deixa de besteira,
assunta na soleira
e espera florescer...
A vida é agulha e linha,
cosendo o vestido de chita
enfeitando o anoitecer...

⁠Pinga
em
meu
coração
as
lágrimas
da
fome;

Desata repentinamente por e n t r e os meus d e d o s
as súplicas de moradia;

E
s
c
o
r
r
e
g
a
m
pelos meus olhos cansados as imagens da indiferença e do preconceito .

Anoitece.
Mas não posso parar.

Sigo rumo à aurora, recebendo os sorrisos plantados na terra árida...

⁠As curvas do caminho mostram ângulos e peculiaridades que a linha reta não consegue desenhar.

Valnia Véras

⁠A essência repousa no ser. O ter é um acessório usado para preencher o vazio da alma.

Valnia Véras

⁠Nos retalhos que compõem a existência, borda-se a voz do tempo, sussurrando-nos erros e acertos da caminhada...
Valnia Véras

⁠Num suspiro de amor,
registra-se o filme de uma vida...

Valnia Véras

⁠Para uma moça com batom cor de carmim

Que desafio, Nossa Senhora,
descrever essa moça com batom cor de carmim.

Mulher de figura nobre
vinda das bandas do Maranhão.
Moça de personalidade forte
de dengos e de atitude,
de olhar enigmático e de sorriso amiúde.

Essa menina de aparência altiva
tem um coração sensível e chora por entre as contas da cortina.
Suplica por esperança,
semeia muita emoção...

A moça elegante volatiza-se diante da moleca brejeira, com suas roupas coloridas e o batom cor de carmim.

Ela canta
Ela dança
e nos encanta
numa roda maranhense, de cultura, de alegria, de muito rouge nos lábios e energia sem fim.

Valnia Véras

⁠Uma cadeira, duas almas, duas histórias se encontrando...
Um registro tatuado na lembrança.

Amigas são irmãs sem barrigas compartilhadas,
unidas pelos sonhos, pelas recordações e pelas brincadeiras no caminho...

Sem Ti, meu coração seria vazio, oco, sem histórias ou risadas.
Sem Ti, o meu Eu seria distante, tão distante que nem saberia quem sou...

Obrigada pela companhia, pela caminhada, pelas felicitações de aniversário.
Grata pelas mãos trazidas pelo tempo, pelas preces, por se fazer presente em meu coração.

⁠Quando os véus do sono caem sobre os olhos,
chegam as companhias que voam livres no plano espiritual.
Afrouxam-se as amarras.
Alargam-se os sorrisos.

Quando os olhos fecham.
Os abraços se abrem.
Os laços se estreitam.
E os encontros acontecem...

⁠Recado para o tempo

Era uma vez uma bela menina, que andava pelas campinas cantando hinos de amor. O tempo parava ao seu lado só para lhe admirar, bailando junto com ela deixava o vento passar.

Mas um dia a menina sentiu um aperto no coração, descobriu outros horizontes e partiu feito um tufão, deixando paralisado o tempo, mergulhado na escuridão.

Quando o tempo não passa, a mesmice mancha tudo, escurece o mundo. Não mais desabrocha a flor, não brilham os raios do sol, não cai o orvalho na planta, não existem beijos de amor.

Olhando lá do céu a intensa tristeza do tempo, a menina se comoveu, pintou um céu de estrelas, desenhou um belo arco-íris e lhe mandou um recado:

Querido tempo, não chore e nem ache que estou longe, feche os olhos, voe alto. Sinta a minha presença, cada vez que a chuva cair sobre a terra ressecada, em cada cantiga sentida durante a madrugada, em cada cheiro de café, coado pela estrada.

Em cada pedaço de pão saindo do forno quentinho, em cada beijo das borboletas sobre as flores do caminho, em cada lugar qualquer, estarei sempre contigo.

Ouça com atenção, o cantar dos passarinhos, pois lhe enviarei mensagens e beijinhos de carinho.

⁠Com as tempestades chegam os medos mais obtusos.

Galopam as incertezas,

surgem paisagens fantasmagóricas,

que se espalham nas sombras da alma.

Com as tempestades, a alma desnuda

vê a incerteza lhe espreitar

e os abismos mais profundos

lhes convidam a duvidar.

Com as tempestades tudo muda.

Sem inercia...

Debulha-se em transformação.

Tocos secos removidos,

na enxurrada de emoção.

Valnia Véras

⁠No amendoado verdejante dos teus olhos vejo o mundo passar...

Valnia Véras

⁠O amor é uma estrada enfeitada por roseiras.
Uma ponte sobre as lágrimas dos espinhos.
Uma pétala perfumando o orvalho da madrugada.

Valnia Véras

⁠A lua cheia de alegria cavalga por entre as estrelas.
Sorri para os vagalumes.
Grita pra o mundo inteiro que é preciso ESPERANÇAR.

⁠Saudade é a tatuagem que se faz no bem-querer.

Valnia Véras