Coleção pessoal de tiagofmz

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Confusão!
Dois corpos unidos à distância,
Duas mentes separadas pela proximidade,
Dois sentimentos “desentimentalizados” por convenção,
Duas vidas mantidas pela necessidade.
Confusão!
Olhares entrelaçados,
Rostos ruborizados,
Fantasias possíveis,
Porém, ações terrenas, sólidas, racionais.
Confusão!
A masmorra se deliciando com o que há de bonito,
O tempo saboreando o que há de mais chato,
A espera (in)terminável, o medo tremendo de medo,
O destino sendo re-traçado diariamente, aleatório, imprevisível.
Confusão!
Sim, tem hora para acabar. Talvez hoje, talvez amanhã, talvez no fim dos dias.
Mas vai!
E aí sobrarão versos inacabados, palavras engolidas a seco,
Rosas murchas, corações poupados de palpitações.
Opa está clareando...
Clareou?!

Dúvida

Na dúvida do amor, sofremos calados, arrependidos da inércia que nos corroerá tão logo.
Na dúvida do novo, abandonamos sonhos, desejos, e continuamos na entediante "zona de conforto".
Na dúvida da amizade, roubamos dos outros o direito de mostrarem como são legais.
Na dúvida da esperança, desistimos ao mínimo sinal de contracorrente, incerteza, frases negativas.
Na dúvida do sofrimento, antecipamos o mesmo para o antes, vivemos o possível durante e rimos do depois. Por que não rir por antecipação?
Na dúvida da felicidade, amarramos o sorriso espontâneo, borramos o brilho nos olhos, abafamos o grito de vitória.
Na dúvida da morte, transformamos nossos preciosos segundos em um funeral, que terminará sem o fatídico término.

Esse nó que criamos João Guimarães Rosa tentou resolver:

"O correr da vida embrulha tudo.
A vida é assim: esquenta e esfria,
aperta e daí afrouxa,
sossega e depois desinquieta.
O que ela quer da gente é coragem."

Então abaixo o pensamento covarde, o sentimento avesso, a ação remediadora.

Vamos à luta, viventes!

E se o sentimento for tristeza, seja temporal.

Deixe transparecer a escuridão que o assola,
Liberte os dragões furiosos cuspindo blasfêmias, bem reais para você,
Troveje, insulte o pôr-do-sol com raios que paralisam o olhar.
E por fim, chova, chova muito, se for preciso!
E que lágrimas corajosas derramem,
Crentes na confiança do solo acolhedor!
Solo este, cujos vários tipos te permitem escolhê-lo,
Tipo família, tipo amigos, tipo álcool,
E o melhor deles, tipo tempo,
O seu próprio tempo!