Coleção pessoal de tham

A palavra amor anda vazia. Não tem gente dentro dela.

Quando na realidade o amor é uma coisa tão simples... Veja-o como uma flor que nasce e morre em seguida por que tem que morrer. Nada de querer guardar a flor dentro de um livro, não existe nada mais triste no mundo do que fingir que há vida onde a vida acabou.

Minha bondade tem limites: não posso proteger quem me ofende.

Nos piores momentos, lembre-se: quem é capaz de sofrer intensamente também pode ser capaz de intensa alegria.

Era malcriada demais, revoltada demais, embora depois caísse em si e pedisse desculpas.

Não pedi coisas demais para não confundir Deus que à meia-noite de Ano-Novo está tão ocupado.

Agora o fruto de tão maduro parece que se rompe, vai apodrecendo.

Como se quem quer me fazer sofrer esteja precisando danadamente que eu sofra.

É horrivelmente insípido, meu amor.

Um instante

Aqui me tenho
Como não me conheço
nem me quis
sem começo
nem fim
aqui me tenho
sem mim
nada lembro
nem sei
à luz presente
sou apenas um bicho
transparente.

Estremecerei de susto até dormir. E no entanto é tudo tão pequeno. Para o desejo do meu coração, o mar é uma gota.

Eu ponho o amor no pilão com cinza e grão de roxo e soco. Macero ele, faço dele cataplasma e ponho sobre a ferida.

Tudo manha, truque, engenho: é descuidar, o amor te pega, te come, te molha todo. Mas água o amor não é.

Quanto a mim, dou graças pelo que agora sei e, mais que perdoo, eu amo.

O amor usa o correio, o correio trapaceia, a carta não chega, o amor fica sem saber se é ou não é.

.Meu coração vai desdobrando os panos, se alargando aquecido, dando a volta ao mundo, estalando os dedos pra pessoa e bicho.

Faça-se a dura vontade do que habita meu peito: Vem, Jonathan, traz flores pra minha mãe e um par de algemas pra mim.

O amor me fere é debaixo do braço, de um vão entre as costelas, atinge o meu coração é por esta via inclinada

Aqui se passa fome, aqui se odeia, aqui se é feliz, no meio de invenções miraculosas.

Se pudesse, hoje, varria, isso mesmo, varria as pessoas todas com vassoura, como se fossem ciscos.