Coleção pessoal de teretavares22

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⁠Sou o que não permanece. As coisas que digo não me dizem.
Já as que calo me contam e, as que contam de mim, não sou eu.
E se dizem e é verdade em seguida é mentira porque já terei sido antes
o que agora não sou mais. Penso ser aquilo que faço e o que deixo de fazer
é algo meu que não nasce.

⁠Escrevo por mil e um motivos, mas unicamente por amor.

⁠Assim como a ternura se oculta no fundo de todas as pétalas, a felicidade nasce para tocar os abismos e fazer com que todos os olhares amanheçam.

⁠O que é distante da bondade é a mortalha que engasga os seres.

⁠⁠As obras de arte podem abreviar toda uma história, são como um testamento de emoções que não se esgotam nos sentidos.

⁠Só a honestidade acorda a consciência.

⁠Talvez a vida seja mais método do que lei.

⁠Da verdade, do verdadeiro, temos apenas indícios.

⁠Sou uma eterna enamorada por palavras.

⁠Quanto maior a adversidade, mais necessária é a luta.

⁠Prosseguir sem olhar para trás. Só assim valerá a pena ter nascido e estar nessa Terra.

⁠A corrupção é um assassino que mata em silêncio.

⁠A arte, assim como o amor, é um desejo de eternidade.

⁠⁠Sonhar é uma preexistência fecunda.

⁠Apenas quem está em tremenda confiança tem na coragem a suficiência de não deter as lágrimas.

⁠O que fiz do que não fui? Continuo rodeada pela depuração das fontes, suas chuvas ensolaradas. Dando por mim que a divindade mesmo não sendo santa, continua a ser divina. Coberta de lua nascente, ouso onde nada há para retirar além do excesso de perfeição. Como dizer que era eu aquele grão de pó renascido no dorso das águas? No regresso dos ruídos, a rota úmida da cerâmica bebericando a forma, o dom de atemorizar o medo numa feitura apoiada no vento, dourada nas searas, no fluxo da terra remoçada pela explosão sem fim dos rios. Assinando-me de mim mesma.

⁠⁠⁠Posso ouvir o crepitar submerso das etapas recolhidas na fagulha primitiva, no nascedouro inabitado, onde nêutrons, prótons e elétrons, sequer consintam ou se deem conta se existo antes ou depois da minha anunciação, consciência ou despedida.

⁠Na depuração do toque moramos a afetividade, a exatidão incoerente, até nos pulverizarmos de sermos, um para o outro, nascidos.

⁠Vem, banha-me de papiros e lírios e desertos, de Nilo Branco e Nilo Azul. Sou longínqua e persigo o sal das águas, as estrelas das mil e uma noites perfiladas no meu colo. Vela por todas as viagens que não fiz contigo. Senta-te e descansa a tua alegria na minha. Mistura-te ao meu silêncio. Faz de mim o que te falta.

⁠Somos o leito quando um no outro adormecemos, como borboletas sem porto para pousar. Somos o brilho desses labirintos que nos sucedem. Só há leveza nesse nosso não saber das coisas.