Coleção pessoal de teretavares22

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⁠A verdadeira beleza é inocente e não sabe confundir-se.

⁠Há quem de si tenha saudade, aquela de ter sido.
Seguindo-se nos entretantos.

A solidão como lenda na soma natural que vem a ser o existir. São tantos os nasceres. Em todos os sentidos e nos sentidos todos há profundidade ou filosofia além de uma insanidade não diagnosticável.⁠

⁠Só para os insanos,
Para os singulares
Que não temem o escuro,
O salto é sempre sereno e seguro

⁠Se te dissesse que posso nascer entre as pedras. Não. Se imaginasses que depois de aprofundar as raízes entre as pedras eu floresço. Sim. Moro no inabitável.

⁠Dos vinhos eu só almejo a embriagante madurez.

⁠A arte é a única fuga que não afugenta.

⁠Laços imaginário se alinham na trama das asas. Os hábitos rompidos. Migrações.

⁠O amor é mais atitude do que retórica. Tentar medir ou nomear o amor é ameaçá-lo.

⁠Alvorecer. Nessa luz suspensa que desponta há algo
que somente outra luz pode ocultar: uma nova luz que
os habitantes dessa casa não perceberam. Uma luz
grandiosa que aprecia somente existir e não ser vista.

⁠A arte precisa ser exercida de forma livre e sem ilusões.

⁠Intuir é algo que nos eleva, não para um estado superior, mas para uma antecipação do que virá - seja felicidade ou dor.

⁠Pobres seres humanos que pouco entendem do espaço entre amar e ser próximo do amor, que são ambos a mesma e nobre vida a nascer indefinidamente.

⁠⁠Uma pétala sozinha não seria nada. Entende o conjunto e chegarás aonde precisas chegar com o secreto benefício de desfrutar do tempo que te borda as bordas e te colore de verde. Compreende. Ser folha é o mesmo que ser rosa e gotas e sol e lua e universo e cosmo e galáxia – logos. Dorme agora.
Que o amanhã é ignorar-se dele. Sem deixar de esperá-lo.

⁠Afinal, o que é o tempo para o tempo? Nada.

⁠Há um sentir que dança e não duvida dos teus motivos. Não te retraias diante de nenhum interdito. O que te desloca em direção à criação evidencia todo um sistema de vida. Da limpidez das nuvens de outrora. A chuva de bailarinas dentro do quarto. A magia fixa das colinas. O que passa despercebido. O que passa ao de leve. O banal sem ser comum. O extraordinário que vive na inocência de todas as coisas.

⁠⁠"Sinto-me um mero transeunte do Tempo – acho o Tempo uma invenção. Chamaram a esse vácuo desconhecido de Tempo assim como chamaram de Deus ao resto do vácuo que restou. Para mim, é desse vácuo que se desprende algum amparo, toda minha experimentação. Eu resisto a tudo. Menos à amada que, infelizmente, não é minha”. Aníbal não perde de ver-se, mesmo depois de um longo e imotivado intervalo. Nada faz com que desmorone a construção que fez de Rosália. [não recorda qual foi o inaugural elemento de que se serviu para isso, e isso não o perturba, nem lhe importa]. Rosália ser-lhe-á, por toda a vida, a alma diurna e feliz de que jamais se apartará por sentir-se inteiramente composto dentro dela.
De antes ou depois de todas as dimensões. Aníbal.A licitude dos olhos.

⁠Via o vulto límpido da realidade se abrir lentamente. A morte é apenas uma linha que se precisa atravessar, o silêncio depois que a respiração cessa. Nada se pronunciava que não viesse eternizar o que havia em si de venerável. Mateve-se curioso. Não perdeu a capacidade de encontrar motivos.

⁠Uma borboleta amarela vigiava as flores de romã - os frutos amadureciam invariavelmente em dezembro.

⁠Não tenho o mar nos olhos, mas tenho os olhos no infinito.