Coleção pessoal de Silmatozo

SIMULTANEIDADE

- Eu amo o mundo! Eu detesto o mundo! Eu creio em Deus! Deus é um absurdo! Eu vou me matar! Eu quero viver!
- Você é louco?
- Não, sou poeta.

O poeta é um fingidor.
Finge tão completamente
Que chega a fingir que é dor
A dor que deveras sente.

Toda a poesia - e a canção é uma poesia ajudada - reflete o que a alma não tem. Por isso a canção dos povos tristes é alegre e a canção dos povos alegres é triste.

Depois que se tem um gato nunca mais quer um cachorro, gatos têm alma puramente livre e independente enquanto os cachorros nascem para manipular.

O homem gostaria de ser peixe ou pássaro, a serpente gostaria de ter asas, o cão é um leão confuso (...) mas o gato quer ser somente gato, e todo gato é um puro gato desde o bigode ao rabo.

De todas as criaturas de Deus, somente uma não pode ser castigada. Essa é o gato. Se fosse possível cruzar o homem com o gato, melhoraria o homem, mas pioraria o gato.

A pior coisa que a miséria te oferece
é a de tornar-te ridículo diante de todos.

Do sublime ao ridículo só um passo é necessário.

Nunca é só um jogo quando é você quem está ganhando

Mesmo no mais alto trono do mundo estamos sempre sentados sobre o nosso traseiro.

Na final da vida o que resta ao homem é um pouco de orgulho, uma pitada de rancor e a saudade do passado.

Lavar a honra com sangue suja a roupa toda.

A ânsia de poder não é originada da força, mas da fraqueza.

Veja-os lutando pelo poder, mas eles não sabem a hora de parar. Então eles subornam com seu dinheiro e suas armas.

Deixe que o inverno chegue, que a chuva lave a sua alma e leve para longe todo o sofrimento.

Ela preferia o inverno, pois conseguia se esconder mais do mundo.

É primavera lá fora e aqui dentro esse frio constante.
Eu sou inverno o ano todo.

Hoje o inverno amanheceu triste, o frio estava azul, e a chuva, desolada.

Nunca chore diante das pessoas que não entendem o significado de suas lágrimas porque amar é uma arte mas nem todo mundo é artista.

Farto da luta
Levantou cedo e saiu à rua
Sentou no banco da praça
Com rosto entre as mãos
Chorou como choram os
Inocentes
Gritou como gritam os
Possuídos
No final suspirou como suspiram os
Derrotados ...