Coleção pessoal de SaneAlmeidaPires

Encontrados 10 pensamentos na coleção de SaneAlmeidaPires

Essa dor me trai
Um sexto sentido enganador
Achar que é o que pode não ser
De uma história recente
Ou futuro inexistente
Um conto, sem passado, sem começo ou fim.
Uma passagem... um parágrafo apenas.

Quando você ainda nem me conhecia
Enquanto você saía com os amigos
Enquanto você conhecia outras mulheres
Enquanto você ouvia suas cançoes favoritas
Quando você assistiu um belo por do sol na areia de uma praia
Eu ainda estava aqui

Quando você me encontrou
Quando me contou das suas historias
Quando você me tocou
Quando sorriu
Eu ainda estava ali

Quando você se despediu
Quando sumiu
Quando você me disse "olá"
Quando você não disse mais
Eu aqui permaneci

Enquanto você queria jogar
Disposta, daqui eu não corri
Mas é iminente que uma hora
Não vou mais estar aqui.

Nem ali

A ARTE

Produto do inconformismo
é a arte
Pra fugir de tudo
Pra mergulhar bem fundo

Exercita a mente
Cirandar com a loucura
Entrar na roda
No vai e vem da vida... Voltar à vida

Criar é demolir
Depois reconstruir
Desenhar um mundo novo
De novas cores
E adereços

Das atividades mentais
Que controlam vidas
Desejos atávicos
São inovados
Por heranças malditas

Como ondas no mar
Força que se eleva
E águas que se deslocam
Te encanta com a arte
Fora da superfície
Pra imergir no oceano
De sentimentos
Que ali habitam

Dentro da minha mente inquieta
Eu ainda encontro paz
Não invada a minha confusão
Tão querida quanto a razão

Seus apelos implícitos
Só mostram meu poder
Minha força é oculta
Não uso armas letais
Nem garras pra te ferir
Ou correntes pra te prender

Não faço drama
Nem imploro carinho
Não exijo rosas
Mas dispenso os espinhos

Quero voltar, para onde nunca coloquei os pés, mas sempre estive.
Não desejei partidas, mas o caminho de ida.
Um dia volto. Ou nunca mais.

E quem vai se importar?
Mundo estranho... Mundo nó.
Muda germina e termina só.

E quem fingiu amar, o amor perdeu.
Nem um lágrima ou copioso choro trará de volta
O sentimento rejeitado, antes generosamente ofertado.
Ainda que negando, a barganha do seu objeto
O destino foi escrito. O fato, consumado.

Sou como este poema escrito a lápis...
me deito em folhas brancas,
objeto de criação de um poeta
que sonhou um mundo imaculado

Tintas não me servem.
Limitam, eternizando até o que não é bom.

O carvão,
Ainda que carbonizado a madeira
matéria prima extraída de uma vida
apago com borracha.
É quando me refaço.
Ou me recrio

Há tanto ainda para se ver
Se construir
Não é nada palpável
Mas são coisas que ninguém vê

Sinta os toques
o carinho do vento
a textura da terra
a maciez da água
Prove os sabores
Aromas e cores
Que vivificam os seus sentidos

Cante do seu jeito
não se importe com o desafino
E se não quiser cantar, ouça!
Ouça o balançar das folhas, o galho que quebra
da água que dança no leito de um rio
e das ondas que chegam nas areias.
Se sensibilize com os sons...
receba o canto dos pássaros como um presente divino
Um concerto especialmente preparado para você

Sorria
não só com os lábios
mas faça o seu corpo sentir
toda a vibração positiva
do querer viver

Valorize os movimentos biomecânicos do seu corpo
perfeitamente desenvolvidos para sua locomoção
E seja grato,
Suas células... seus órgãos... vão agradecer!

Tenha coragem
Solte as mãos do guidão
Voe na atmosfera, ou nos pensamentos
Faça o que te dá vontade
Não valorize o que não sabem sobre você
Roube um beijo ou Se declare a tempo
receba o "sim" ou aceite o "não"

Perceba tudo o que há
Sofra as perdas
Se dê ao direito de chorar
E quando o corpo cansar
Erga-se... renove-se
Dê continuidade ao ciclo
Porque a felicidade, é nômade.

Não sei o som da melodia do meu nome em tua boca
Talvez nem me interesse mais
ou esteja só mentindo para disfarçar o meu descontentamento
Não sei.
O que percebo é só o vazio de não pensar.
Não pensar em coisa alguma.
Não concluir
O seu som é o eco de um nada
nada...
O seu som, é nada.

Seus olhos
Rasos, profundos, profanos

Boca
Língua, invasiva e descuida

Mãos
Inquietas no caminho
íngreme, escorregadio

Te encontra e me perde
Me encontro e não acho
Trabalho o nó
Nó do laço

Fácil me atar, desprender de mim
Difícil me ater

Sou peça tua
Que não quero e me encaixo

"Eu entro na chuva pra me molhar"
Me banho e me alago...
Misturam-se às águas os sentimentos que de mim transpiram

Ergo meu rosto em busca das gotas
cada gota sem desprezo
pra sentir o que ela trás

Tão fecunda
fertiliza a minha alma
frutificando sorrisos e colhendo felicidade