Coleção pessoal de sandro_paschoal_nogueira

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⁠Assim se desenterra toda a sede...
Todo o amor...
Todas as noites...
Uma a uma...
Toda a luz de cada dia...
E o meu coração que a ti espera...
Se alegra enquanto definha...

Vejo coisas que nunca antes tinha visto...
Coisas que sempre soube mas que nunca quis olhar...

Tão certo que me aperto...
Que meu mal tanto me dura...
Vou mais fora de caminho...
Sem ti vou tão deserto...

Recantos escuros, em segredo...
Atrás das sombras que me procuram...
Desiludido ainda me iludo...
No que meus olhos mais indagam...

Pelas palavras que nunca disse...
Pelos gestos que me pediste...
E com este cuidado todo...
Perco de vista o meu ser verdadeiro...

E bem sabes...
Que até me ignorando...
Sou teu...
Por inteiro...

Sandro Paschoal Nogueira

⁠Sombra que segue os desejos...
Alma que tanto procura...
Sem encontrar...
Em ruas, conversas vazias...
Fundo de copos se aventura...

Doidos passos incontidos...
Império dos sentidos...
Enfim o copo vazio...
- "Enche outra vez vizinho"...

Vinhas de vinhos de oiro não bebidos…
Ócios e sossegos…
Desejados e outros sentidos...

Noite sucedendo noite...
Vertigem em qualquer leito...
Tanto faz...
Tudo tem jeito...

Amores, esperanças e desejos...
Quase os mal diz...
Eis que entrega seu coração...
De nada serve e vale...
Tudo é ilusão...

Dias mal gastados...
Noites mal dormidas...
Desejos de coisas esquecidas...
Lembranças de velhas feridas...

Incansável a tudo retorna...
Rotina a que se entrega...
Fraqueza que vira resistência...
Quando qualquer hora e hora...

Mas pois por vosso mal seus males vistos...
E todos os dias finjes te-los esquecidos...

Já nem vives...
Nunca aprendeste...
Vem de sua saudade, o que presume...
A ânsia de realmente viver...

Dizes que ficas tonto…
Hás de então ficar louco...
Tonto, o feio fica bonito...
O corpo só arde em desvario...

No entanto, o imaginário
desejo de alcançar...
Já nada mais importa...
Nem mesmo se terá outro amanhã...
Ou se terá...
No dia seguinte se arrependido...

Sandro Paschoal Nogueira

⁠Noite calada, como num lamento...
Foi cena alegre...
Oh quão lembrado estou...

Grande...
Grande Ilusão...
Perdida nos abismos da memória...

Pelas saudades que me aterram...
Durmo...
E o que importa?
Já não vivo em mim...

Chora o vento…

Noites sem brilho...
Noites sem luar...
Dolorido canto deste penar...

Meu olhar se pousou e se perdeu...
Mas por certo, a fé ardente...
Não perdeu a sua viva claridade e persiste...
E na volúpia da dor que me transporta...
Ainda insiste...

Sinto-te longe...
Ó esperança quase morta...

Entre esses vultos falantes porém mudos...
Sou eu mais do que eles...
Ou tenho igual fado?

Um soluço subindo a eternidade...
Coração...
Coração...
Nas veredas da vida a alma não cansa...

Alongo os vacilantes passos...
Sob o julgo do tempo...
Ergo o cálice e blindo...
Sorvendo sublime veneno...

Sangue...
Luar...
Distantes saudades...

Sandro Paschoal Nogueira

⁠Cavo,
Lavo,
Peneiro,
Nenhum erro cometi...

Corre o mundo em degredo...
Abrem-se as portas das prisões...
Bruxo velho tem segredos...
Sonhos e visões...

Teimoso aventureiro da ilusão...
Criatura do Criador...
Sem achar o que procura...
Encontra até o que não procurou...

Mundo torpe...
Em transição...
Um cego amor encontrou...

A pé andou...
O que construiu...
Foi o que plantou...

Toda gente sabe disso...
E falam o que não sabem...
De onde vem...
Para onde irá...
Ninguém nunca pensou no que há para além...
Para onde vai...
Ou o que fará...

Julgado em pouco preço...
Onde não há o entendimento...
Corrilho de megeras...
Turba insincera...
Visto que tudo passa...
Não ergais alto a taça...

Tempo passa...
Sempre passará...

Toda a gloria é pó...
Toda a fortuna é vã...
O que é hoje...
É de hoje...
Já não será de amanhã...

Quando a fortuna...
De inconstante aviso vai embora...
Vem assentar morada...
Desventura sorte...

Seja no claro céu ou turvo inferno...
Os desiludidos seguem iludidos...
Por esse mundão de Deus a fora...

Este mal que não tem cura...
Este bem que me arrebata...
Da fortuna aos favores...
Tenho amor, sem ter amores...

Enche-me os olhos d’água...
E nela lavo minha alma..
Sempre adiante...
Em mais alta busca...
Pela minha estrada...
Por este mundão de Deus afora...

Sandro Paschoal Nogueira

⁠Deus quer...
O homem sonha...
A vida imita a Arte...
E a obra nasce...

As tormentas passam...
O mistério se cria...
Finda a noite...
Aurora se anuncia...

O homem é pequeno...
Sua alma divina...
Os sonhos alguns haverão de ter...
Enquanto outros põe tudo a perder...

Da sorte incerta...
Manda a vontade...
Do destino que é dado...
Tudo vale a pena...
Se a alma não é pequena...

Quanto mais o tempo passa...
Mais me afasto da razão...
O amor é um feitiço...
Mostrando-nos coisas tão sortebelas...
Até que se conheça a traição...

Não tente apagar toda a dor do mundo...

Outros haverão de ter...
O que houvermos de perder...
Porque nisso está a verdade...
Até para quem não quer ver...

Nós podemos viver alegremente...
Não sei que abismo temo...
Mas sei que não podemos perder a nossa fé no Supremo...

⁠No tempo dos segredos...
Todas as coisas eram possíveis...
Era no tempo em que os meus olhos...
Não tinham visto tantas coisas frias...

Antes das palavras gastas...
Antes de não termos já nada para dar...
O que chega, não fica...
Nem mesmo abre em nosso peito feridas...
Já não se passa absolutamente nada...

A rosa se descobriu a perder a cor...
Fechou os olhos e adormeceu...
E quando amanheceu veio o vento e a arrancou...

Ocultam-se as paixões...
Sob os véus da ilusão...
Tudo acaba como começa...
Sem guardar a lembrança de um amor...
Pobre e frio coração...

Ninguém te abriu...
Ninguém verteu lágrimas de puro afeto...
Ninguém lhe sorriu...
Refém das mágoas que a si mesmo causou...

As histórias são recontadas de tantas formas...
Tudo indefinido...
Destino...
Acaso...
Desejos...
Escolhas...
Talvez...

É bom às vezes sentir medo...
Raro ser compreendido...
À frente o desconhecido...
De tudo que se acreditou...
Onde o silêncio esconde pensamentos...
De tudo que já sonhou...

Sandro Paschoal Nogueira

⁠Escondendo a lua...
Assim se movem as nuvens nesse anoitecer...

Como se o frio fosse o maior aconchego...
As árvores tornam-se luminosas...

A chuva se derramando por praças, vielas e ruas...
E as almas mais calorosas...

Ouvindo com encanto alguém que não conheço...
Mas a mim, hoje, a mim...
Ignoro o tempo...

A felicidade jorra do meu grito...
Não há sossego de pensar nos destinos que não desvendo...

A meia-noite com vagar soa...
Sob os vaivéns da sorte...
Vozes...
Gemidos...
Também ouço lamentos...

O vento geme...
O mocho pia...
A noite...
Ah essa noite...
Tão fria...

As horas vão escorrendo lentas...
Cada coisa a seu tempo tem seu tempo...
E as histórias contadas no passado...
Retornam...

Não é serenidade o que se bebe pelas ruas...
Em cada rosto, em cada olhar,
um não-sei-quê...
Representando alegrias...

Máscaras...
Alegorias...
Sob o frio incenssante...
Enquanto o mocho pia...

Sandro Paschoal Nogueira

⁠Trago dentro do meu coração...
Todos os lugares onde estive...
Todas as minhas escolhas...
Todos os amores que tive...

E tudo isso, que é tanto, é pouco para o que eu quero...
Soa-me do fundo da alma...
Sonhos sinceros...

Cada homem, cada célula...
Tanta coisa...
Tanta gente...
No universo é verdade...
Nunca está só...

Por muito tempo achei que a ausência é falta...
De alegrias...

Em tempo de silêncio...
Tempo de nostalgia...
Intermináveis dias...

Ao longo das veredas...
Porque nisso está a verdade...
A vida em si...
É uma aprendizagem...

Voluntariamente abandonei...
O meu trono de sonhos e cansaços...
E aguardei com lágrimas no vento...
Mas sempre de peito aberto...

Não tenho pressa...
Pressa de quê?
Para quê?

Toco só onde toco...
Não em que desejo...
E assim sigo...
Sonhando...
Desejando...
Vivendo...

Sandro Nogueira

⁠Silêncio...
Hora morta...
Desfolhada...
Quando ouvi de seus lábios que eu não sou nada...

Hora inútil e sombria de abandono...
Um punhal em minhas costas...
A certeza cruel...
Do meu engano...

Sem rumo para os meus passos...
De que me serviram seus abraços?

Desiludido ainda me iludo...
Diante cruel mundo...
A quem devo dizer o contratempo...
Do solavanco desse destino...

Sandro Paschoal Nogueira

⁠Entram noites...
Entram dias...
O pó e a rotina...
As coisas repetidas...

O café requentado...
O pão amassado...
O dia que começa...
O galo cacareja...

Varrer o quintal...
Tirar as folhas mortas...
A justiça no fio da espada...
Pátria mal-amada...
Com a corrupção amasiada...

Ah essas ruas...
De pedras mudas...
Cães velhos e doentes...
As mesmas pessoas...
Dia a pós dia...

Um desejo de não sei o quê...
Quando a lua toca-me o rosto...
Na noite escura e fria...

Lembrando de um dia ter sido amado...
Tão distante o passado...
Os amores foram poucos...
Morreram sem cuidados...

O tempo apagando...
A marca dos meus passos...
Os dias embraquecendo meus cabelos...
Agora já tão escassos...

Não passa o tempo da saudade...
Passa um nada meio acontecido...

Vivemos e morremos feridos de silêncio duro e violento...
Insistindo em dizer...
Que tudo é belo...

O ano passa, e breves são os anos...
Poucos a vida dura...
Dar sem ter...
E ter sem tirar...
Fazer por merecer já que a ruína compreende tudo...
E eu conheço bem pouco desse mundo...

Demoro demais...
Ao óbvio perceber...
Vês aqui alguma figura? Ninguém vê...

Minhas tardes envenenadas...
De um vazio por dentro...
Único a me encher o tédio...
O meu cão...
Abanando o rabo...

Construí um labirinto...
E nele me perdi...
E também nem sei...
Se dele quero sair...

Ontem eu era o mesmo...
Amanhã também serei...
Não mudo...
E nada mudarei...

Meto-me para dentro...
Fecho a janela...
Apago as luzes...
Ascendo uma vela...

Rezo pedindo uma graça...
Que amanhã seja melhor e diferente...
Mas se não for...
Saúde já me basta...

E sem pensar em mais nada...
Como e vou dormir...
Minha alma...
De tudo está cansada...

Entram noites...
Entram dias...
O pó e a rotina...
As coisas repetidas...

Sandro Paschoal Nogueira

⁠Esta noite eu durmo de tristeza...
Um balão apagado...
Um caixão à cova...
A dor conhecida e não tão nova...
Vil despojo da triste alma...
De uma estrela morta...

Ainda terei alento diante o pranto?
Teu nada em um jardim de pedras...
A pá de cal como promessa...

Por dentro do que pensamos...
Sou espírito sonâmbulo...
Ser que passa no mundo, sem o ver...
Ainda correm lágrimas pelos olhos...
Doem mais as do coração...

É tão tarde para dizer as palavras necessárias...
É dia...
Mas no peito a noite já é bem escura...
Despertam-me um desejo absurdo de sofrer...

Partistes...
Não haverá retorno...
Vestiu-se para um baile que não há...
Só existem saudades e fotografias...
A vida tornar-se-a agora tão fria...
Resta-me apenas crer...
Em um dia te encontrar se eu puder...
E fazer de nossa eternidade...
Outra história a contar...

In memoriam...

Sandro Paschoal Nogueira

⁠Era de noite quando eu bati à tua porta...
E na escuridão da rua tu abriste as portas...

Por que assim me deixas
Com alegrias e até tristezas
Rodeando-me de incertezas?

Que a tua boca me diga...
Segredos em pé de ouvido...
Quando tua mão me toca...
Despertando em mim os mais loucos desejos...

Ah como agora os dias são curtos...
E a noite chega sem demora...
Não existe mais tempo para o meu torpor desta hora…

Sensações sem nexo...
Entre o corpo e a alma é a personalidade que tenho…
Se guardo algum tesouro não o prendo...

Quem é que abraça o meu corpo na penumbra do leito?
Quem é que me tira o fôlego e me deixa assim sem jeito?

És tu ...
Senhor de meus olhos...
Só pertencemos...
A quem nós amamos...

Sandro Paschoal Nogueira

⁠É a minha lei viver de amor...
Morrer não quero...
Desfalecer...
Sufocar de prazer...
Até na dor...

Sim...
Amar também dói...
Aperta o coração...
Nos tira o chão...
Faz a gente contar as horas ...
De agonia ...
Não ver o tempo passar...
Também nos tira a sabedoria...

Mas amar é bom...

No encontro das mãos...
Na troca e entender de olhares...
Saudades que não tem fim...
Pensar sempre na pessoa amada...
Em qualquer tempo...
Em todos os lugares...

Não há tempo consumido...
Nem tempo a economizar...
Além do amor, não há nada...
Apenas amar...

Um querer diferente...
Que envolve e doma a gente...
Harmonia suave...
Mas também insensatez deslumbrada...

Buscar sem saber o que busca...
Sem perdão e sem disfarce...
É lume que arde...
Na alma e no peito...
Deixando a gente sem jeito...
Igual a criança tola...
Que acredita no que, às vezes, não vê...

É viver entre a paz e a guerra...
Derrubando as distâncias...
Fazendo manhas...

Fatigado é procurar abrigo...
No seio ondes moras...
Enquanto a vida acontecendo lá fora...
E o antigo vazio...
Sendo preenchido...

Que hei-de fazer senão sonhar...
Não quero morrer de amor...
Quero viver...
Vivendo para te amar...

Sandro Paschoal Nogueira

⁠Obrigado a todos que me desejaram e me desejam o mal...
São vocês o meu alento 🙏

Fugistes à ordem dos caminhos...
Do fundo do tempo implacável...
Domastes as tristezas...
Banhastes nas águas e beijastes os ventos...
Ristes de seus inimigos...
E sentastes à mesa diante deles bebendo vinho...
Erguestes tua casa entre paisagens sem alento...
Na falta daqueles que te amaram tanto...
Espalhastes aos quatros cantos o negro breu...
O grito de revolta preso à garganta...
E clamastes às estrelas presas no firmamento...
As mesmas te responderam...
Tudo passa...
É só um momento...

E hoje...
Em cada grão de areia...
Em cada flor a desabrochar...
Encontraste o ágape do Criador...
Tudo o que existe de grande e puro, veio...
E logo, de audácia em audácia...
Quebraste o círculo mágico...
Encontrando a paz...

Sandro Paschoal Nogueira

⁠#ECO

Meu coração arde em coisa fria...
Nem a luz...
Nem o fogo...
Nem a fome entardecida...

Ou a febre da sede dos lábios...
Ai, ai de mim...
Enquanto caminho...
É pelo corpo que nós nos perdemos...

Pertenço a quem amo...
Num profundo arremesso...
Tenho pressa de viver...
Só quero o que me é devido...

Coração diga o que sofri...
Nesses dias que embranquecem os cabelos…
Amores vividos...
Só as fagulhas voam ao vento...

É preciso partir...
Antes que tudo cubra-se de cinzas...
É preciso ficar...
Onde se é benquisto...

Cerca-me a solidão...
Tal como uma pedra escura...
É tão fria e morta...
Eu sem ti...
À sua procura...

Ninguém sabe dizer porque o eco embrulha a voz...
Mas eu sei dizer...
Que sem você...
Não vivo mais...

Sandro Paschoal Nogueira

⁠Todo o passado se dilui...
Também não se acumulam os dias...
Agora as verdades do que outrora foram mentiras...

Aos solavancos do destino...
Cresci e me criei...

Onde andam agora as vossas vozes?
Que horizontes colhem vossos olhares?
De que lhe valestes tanto mal a mim ter feito?
Tantos pesares...

Ouço vozes ao longe...
Que os ventos recolheram...
Olhos de ausência...
Caminho indeciso...
De onde vem?

Fito essa gente...
Que me rodeia e sempre rodeou...
Hoje só me comovem...
Tudo já passou...

Por silêncio e por renúncia...
Me vesti de vaidades...
Das dores que trago dentro do meu peito...
Das tormentas e tempestades...

Mas o que não me cansa...
É o que a brisa me traz...
É estar bem comigo mesmo...
Vivendo em paz...

Sandro Paschoal Nogueira

⁠#REENCONTRO

Do ser que tenho a viver...
Sou nesta vida um qualquer...
À ronda dos segredos ninguém conhece no fundo quem realmente eu sou...

O vento às vezes é brusco...
Leva para longe quem queremos perto...
Sem perdão e sem disfarce...
Sem deixar uma pegada...

Mas também traz...
Tirando nosso desassossego...
Que hei-de fazer senão com o retorno sonhar ?...

Esta saudade que não tinha fim...
Tenho o desejo doido de te contar...

Tenho medo...
Com o vento no arvoredo...
Das sombras...
Teimosas ao meu lado...
Do silêncio tão pesado...

Malícia do destino...
Ignorar o que vivemos...
Por dentro pressentindo...
Peço...
Volte...
Já não é tão cedo...

Pergunto por onde anda a minha vida...
Já não sei mais a diferença...
Sem você..
Tudo é ausência...

O medo conta os vinténs...
Fazendo-me seu refém...
Busco a luz e a encontro...
É você...
E ninguém mais...

Sandro Paschoal Nogueira

⁠Sonhos estão fora de moda...
Construir castelos sem nos ventos pensar...

Mas não desisto...
E sigo...
Lá vou eu, nas minhas tentativas...
Quero mais é sonhar...

Tiro um arco-íris da cartola...
Abro minhas asas...
Caminho sobre as estrelas...
Vivo com desejo de amar...

Neste mundo de liberdades...
Em que tudo pode, tudo é permitido...
Tudo que se começa...
Já tem hora para acabar...

Sou pessoa de dentro para fora...
Quando sonho, sonho alto... Estou aqui é pra viver, cair, aprender, levantar...

O problema em ser intenso...
É que intensidade assusta, afugenta, oprime...
Quem tem medo de se dar...

Amanhã, já me reinventei...
Não me dou pela metade...
Não desisto de sonhar...

Sandro Paschoal Nogueira

⁠A maior necessidade do homem é sentir que é necessário...
É estranho...
Estamos continuamente à procura de quem precise de nós...
Assim, nunca conseguiremos repouso...

Um certo significado...
Cavalgada solitária pelos caminhos desertos...
Aperta-me para sempre...
Sob as noites que adormecem-me debaixo dos olhos...

Sentirmos que o tempo corre...
E nada podemos fazer...
Nem contra...
Nem a favor...

Eu fico aqui, a olhar-te a pensar no quanto te quero...
Todo o meu corpo se vem quando estás a chegar...

O amor é uma renúncia...
Amar alguém é desistir de amar outros...

Sandro Paschoal Nogueira

⁠Quanto dura uma paixão?
Uma paixão não dura nada... Apenas dura a eternidade do sorriso que te cativa...
No fim de um dia...
No meio da madrugada...

Depois...
A alegria se torna amarga...
Caco de vidro que sob o sol...
Cintila e se apaga...

Agora...
Na superfície da luz procuro a sombra...
Seguirei a estrada...
Não deixarei para depois...

Abrirei as janelas de minha alma...
Para que entrem as estrelas...
Na rua, onde os ventos se cruzam, quem sabe, talvez...
Outra paixão desponte...

Os destinos se decidem...
A vida que tudo arrasta...
Arrasta os amores também...

Veneno absorvido pela ingratidão...
Vieste...
E fora vencida minha solidão...

Mostrate-me o que eu não conhecia...
Mas partistes...
De forma tão fria...

Levando consigo pedaços de meu coração...
A qual brincaste jogando-o no chão...

Vencido o sofrimento...
Da sorte sem piedade...
Sem ti correrá tudo sem ti...
E mais uma vez passarei...
Por essa tempestade...

Sandro Paschoal Nogueira