Coleção pessoal de RosangelaCalza

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⁠Crescer

Crescer não significa fazer aniversário...
fazer aniversário apenas significa que mais tempo passou
e que, se você não aproveitou,
não cresceu, não viveu, apenas mais um ano atravessou.
Crescer.... é desenvolver-se
e viver é desenvolver-se num crescendo,
num aumento progressivo de qualidade,
sem se perder em vaidades, futilidades,
frivolidades...
Crescer é não dar importância desnecessária
ao que não tem valor... ou ao que tem valor tem
crescer é saber dar atenção, cuidado, amor
e fazer o bem...
não como se estivesse fazendo um grande favor.

⁠Degredo

Que se passa em minha alma?
Não consegues tu imaginar.
Meus passos não foram tu que pela estrada andaste a pisar.
Hoje é fácil apontar o dedo.
Mostrar ao mundo todo o que em mim é puro segredo.

Minh´alma chora.
Em nada mais encontra paz... em nada mais tem alegria.
Sou escravo de mim mesmo.
Mandado para degredo.

Aqui estou eu preso em grilhões.
Ninguém é culpado se o mundo
Me tirou a esperança
Se as pérolas espalhadas por aí já não me traduzem mais emoções.

⁠Ah! O poeta...

Há pedras no caminho.
O poeta olha pra elas com carinho.
Há nas rosas espinhos.
O poeta as ignora... se as machucam, ele não chora.
O poeta bebe o néctar da brisa.
Sente a melodia das ondas do mar.
Respira no meio da multidão o mais puro e limpo ar.
Ele tem a veia sensível, afetuosa.
Lapida o nada.
No gris da vida ele vê um mar de rosas.

⁠Ah! Essa faça falsa calma.

Tens um turbilhão em teus pensamentos.
Empurras-me cada vez mais para um buraco sem fim. Pobre de mim.

Que faço?
Mudo minha rota?
desisto desta calma desesperada que estás tentando me impor?
ou me encaixo nela...

Estou com minha alma cósmica perdida.
Da vida não consigo mais encontrar a saída.
Encolho-me toda.

Dedico-me às escritas amenas?
Apenas a duras penas...

Sinto vontade de chorar até não sobrarem lágrimas.
Por que me mostrastes um mundo que não poderia me aquecer...

Um mundo cheio de tristezas que eu só queria esquecer.
Tenho defeitos demais.

Ah! Eu só queria voltar atrás.
Fixar-me naquele mundo opaco,
habitado por seres itinerantes.
Por que não volta tudo a ser como antes?

Choro. (eu sei que de nada adianta, mas choro...)

⁠Não vá perder a hora

Já é hora,
de tomar a decisão...
não demora
já é hora
de fazer
o que decidiu há muitas horas o seu coração.
Ontem o seu hoje era futuro,
um nada, um escuro.
Agora seu hoje é um presente,
que logo, logo vai ficar ausente.
Já é hora, vai perder a ocasião?
Vai esperar seu coração
pular fora do peito
e fazer por conta própria
o que você mesmo deveria ter feito?
Já é hora
não me deixe ir embora,
parir um futuro sem você
seguir um caminho que ninguém segue sozinho..
Já é hora de nosso futuro fazer nascer...
é hora de partilharmos todo amanhecer...
é hora de deixar de fazer de conta
que uma vida está vivendo...
é hora de começar a viver nossa vida pra valer.
... é hora... não a deixe ir embora (também)
meu bem ❤😘❤

⁠Podes mudar
Podes optar.
Andar pela direita...
Ou pela esquerda enveredar.

Podes mudar de opinião.
Agir com a razão...
No momento seguinte dar preferência ao coração.

Arrisque-se.
Prudentemente.
Diariamente.

Desabafe... contigo mesmo.
Ande a esmo... se preciso for.

Pode haver dor... mas nunca serás o mesmo.

⁠Meu caminho

Queria um caminho aconchegante.
Quente... como uma tarde de verão.
Claro... como um meio-dia de sol a pino.
Queria um caminho que me abraçasse.

Um caminho em movimento...
Andando junto nas andanças do vento.
Sem medo do que está depois da curva.
Sem receio de descer ao mais profundo abismo.

Navegar no mar sem fim...
Segura de mim.
Queria andar nesse caminho sem cerimônia.
Queria procurar detalhes que ninguém vê.

Queria enraizar amor
Por todo o caminho por onde eu for.


Apagados

Quero calar a saudade.
Saudade dos tempos passados...
Saudades da ausência de meus amados.

Sou a última a resistir.
Sou a última a daqui sair.

Estou em pé.
O tempo parece não querer me derrubar...
Quer me fazer durar e durar.
Então, fico aqui querendo calar a saudade... apagar memórias... enturvecer minha história.

E assim estou.
Vou de momento em momento...
Até estar apagada como poeira varrida ao vento.

Resisto. Mas não sou eu que insisto.

⁠Pensamentos loucos

Falas de amor...
E eu a me perguntar: como falar o que sinto?
Sinto tua falta do amanhecer ao anoitecer.

Procuro-te pelas ruas da cidade.
Não te encontro.

Pergunto-me: onde estarás?
Estás em mim a pensar?
Lembras de nossos beijos?
De nossa troca de carinho.
Das milhares de vezes que dissemos te amo?
É amor?

Ou apenas um indicativo de amor.

Somos apenas uma falta que completa a falta do outro?

Eu sei...
Tenho pensamentos loucos...

⁠Da solidão

A solidão era tudo o que eu tinha.

Mantinha um grito sempre aprisionado em minha garganta.

Queria chorar.
Deixar as lágrimas meu rosto lavar... minha alma acalmar.

Uma inundação...

Que tudo de ruim levasse pra bem longe de mim. E que essa dor tivesse fim.

Enfim!

⁠Um barquinho de esperança...
num mar de incertezas...
a vida ao sabor das ondas...
pra lá... pra cá... pra lá... pra cá...

Dia e noite, noite e dia...
tenta preencher sua vida de alegrias vazia...
pra lá... pra cá... pra lá... pra cá...
monotonia, monotonia, monotonia...
a única certeza: a morte

Encontrar Jesus seria sua maior sorte...
pra lá... pra cá... pra lá... pra cá... pra lá...
se não encontrar... vai lhe tragar a morte.

E fim.

⁠Colorido

As nuvens se descortinam diante dos meus olhos. O vento era suave.
O jardim todo florido sorria no mais lindo colorido.

Um dia na minha vida.
Um dia repleto de coisas coloridas.
Um dia cheio de vida.

Um doce despertar...
Um leve caminhar...

Um majestoso poder de sonhar.

Uma esperança que nunca para de esperançar.

⁠Ecos de você

Ainda ouço seus passos descendo lentamente as escadas de nossa casa.
Nas costas apenas uma mochila.
Você trouxe tão pouca coisa quando aqui chegou.
Agora se foi... e tudo levou.

Mas coisas são só coisas.
Não me importo de elas não estarem mais aqui.

Você se foi.
Levou o seu sorriso.
Levou a sua calma que me acalma.
Levou as cores do dia.
Levou a alegria que eu sentia quando acordava com você para viver mais um dia.
Levou o seu abraço que tanto bem me fazia.
Levou a minha alegria...

Alegria que há tanto tempo eu não sentia.
Agora você está tão distante.
Seus passos não ouço ecoar mais.
Desejo que vá em paz.

Não volte, por favor.

Não quero sentir o pavor de um dia mais uma despedida viver.
Prefiro dia a dia simplesmente sobreviver.

⁠Uma tristeza

Eu era tão feliz.
Você a razão da minha felicidade.

O dia amanheceu.
Tudo tão triste.
Nublado.
Não há sol.
Só nuvens escuras a cobrir o céu como um véu.
Véu negro que tudo esconde... que não dilui a dor... que faz desaparecer toda forma de amor.

Com você foram-se as cores do dia.
Foi-se pra bem longe toda a alegria.
Tudo virou nostalgia.

O tempo, em protesto, não se fez de rogado.
Parou e ficou do meu lado.
Olha pra mim com olhos de terror... me diz:
“Não se machuque... não se afogue nesse copo de culpa... estou com você... serei um momento em que te farei feliz.”

Esforço-me, então, pra sobreviver.

Quero essa felicidade prometida viver.

⁠Um (des)brinde à vida

Chuva de trovoada relaxante.
Tarde de domingo.
Desordem desordenadamente na sala...
Tudo fora de lugar.

No porta-retratos teu sorriso quase apagado pelo tempo sorri triste.
Vivemos hoje um mundo que já não existe.

A casa cheia de memórias.
Uma linda história.
Um fim trágico.

Vislumbro dias tristes e sombrios.
Sinto na alma tanto frio.

⁠Palavras

Palavras... simples palavras,
simplesmente palavras.

Palavras pronunciadas,
pelo vento levadas.

Palavras evitadas, atalhadas, atenuadas...
almas não magoadas.

Palavras silenciadas,
perdidas na chuva,
gastadas, desgastadas,
engasgadas, apertadas...
no fundo do peito guardadas.

Palavras gritadas,
palavras caladas, ponderadas, acertadas,
palavras pelos olhos faladas...

Palavras esquecidas
nas esquinas da vida...
no ir e vir de nós dois...

Palavras...
tudo o que queremos ouvir...

Palavras...
um eterno ir e vir.

⁠Matar e morrer

Às vezes é preciso matar.
Matar um sonho.
Sepultar.
E continuar.

Às vezes é preciso morrer.
Tornar-se apenas poeira de um ser.
Um morrer cotidiano.
Um morrer uma vez por ano...
Um morrer para aquilo que o passado ensinou a viver.

Às vezes é preciso morrer... pra realmente começar a viver.
Matar... morrer.
Só às vezes.
Sem conta.

⁠Aqui estou mais uma vez.
Adentro a floresta densa.

Não, não estou tensa.
É um caminho conhecido.
Reconhece o som das águas do riacho que corre, meu ouvido.
A natureza fez aqui sua morada.

Sou apenas uma passageira.
Sinto a luz ultrapassar as árvores... vem até mim o calor do sol.

Aqui a natureza chora... em certos dias.
Um choro de alegria.
Banha seus filhos com gotinhas de vida.

Aqui atravesso meu deserto.
Encontro meu oásis.

Minha energia se renova com a energia da natureza que está tão, tão perto.

⁠Desabrochar

Olhos lacrimejam de saudades.
Tanto tempo ficou pra trás perdido nas sendas do tempo.
Um amor tão lindo enveredou na sombra de um anoitecer e se evaporou...

Olha sua face no espelho.
Reflete solidão.

O sol acabou de nascer, espreguiçou-se nos lençóis do alvorecer.
Uma lágrima corre pela face.
Seca-a com as pontas dos dedos.

Esquecer o que pra trás ficou...
Eis de conseguir seguir o segredo.

⁠Denso lodo

Andei por regiões remexidas...
Dor e sofrimento...
Tantas as feridas.

Um denso lodo atravessei.
Não sucumbi...
Por um triz.

Verdes planícies
Formosas...
Rodeadas, porém, de formas rochosas.

Rios caudalosos.
Abismos sem fim.

Um caminho aberto a força.
Um vento contrário a me indispor.
Areia movediça... pouco a pouco a me fazer perder a força.