Coleção pessoal de robertoauad

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Antes de falar das pedras portuguesas que enfeitam o Rio de Janeiro, e que me foi contada pela Renata Machado Nogueira e a Elzely Lanna, que me disse sobre as outras pedras, vou contar algumas do meu filho, o Felipe, já conhecido de alguns aqui nesta rede.
Eu só viajo a lazer com meus filhos, pus na minha cabeça, que seria uma sacanagem com eles, eu viajar para passear, namorar, etc..etc... e não levá-los e assim tem sido, nestes anos que vou tentando criá-los. Cada viagem é de uma forma, as vezes com sobra de grana e outras no limite, ou vulgarmente falando na conta do chá. criei uma regra sobre valores máximos gastos diariamente. Fomos almoçar tarde, lá pelas 3 ou 4 da tarde e fomos a um restaurante na orla do Leme, por óbvio, restaurantes na orla marítima, são sempre mais caros, ainda mais no rio que recebe o maior número de turistas aqui no Brasil, então não é fácil. Mas estranhei pois o preço da feijoada, estava o mesmo que o daqui de Belo Horizonte. Ora, feijoada no Rio, é a feijoada e pedimos. meia hora depois vem o garção e nos diz que acabou. Pelo preço da feijoada eu pensei que tudo estava no mesmo padrão. Que nada mermão! Comemos, ficamos satisfeitos e pedimos a conta e veio aquele monstro de filme de extraterrestes, aquelas coisas mais esquisitas e sem qualquer sentido. O fato é que me assustei, pois eram pratos simples e que você encontra em qualquer lugar. Passado o susto um dos meus filhos se vira e diz: - E a sobremesa? Vai o felipe e com a carinha mais simples do mundo, respondeu, antes deu falar qualquer coisa, ele olhando para o garção e o irmão.
- Que sobremesa nada! Viu não o preço da conta? - da conta não? - do assalto! - Vamos comer uma barrinha de cereal de sobremesa e tá muito bom.
Depois desta, só queria ir embora e rápido, pagamos num silêncio tumular e fomos embora, claro, á procura da barra de cereal.

caminho de mãos dadas
alegramo-nos com este pouco e lúdico andar
os ipês floridos da contorno. o cão, o menino na bicicleta
o pouco nos bastou.
a vida é apenas um pequeno pedaço
...das dores, do amor, do sorriso solto
sempre um quase...

quero
um beijo
e
um beijo...
beijo...
...que acalme este coração faminto.

Talvez
é tão incerto
que por certo
olhar calmamente seus olhos
é certo perceber
e percebo
que é mais linda do que sempre a vi.

um dia
sem qualquer razão, toda irracionalidade em nossa cama
nossas lágrima cairam, desdenhando a vida.
Desvestistes de toda fantasia, que nossos corpos carregaram
as maquiagens escorreram, involuntariamente sofremos
ali naquelas poucas horas
um dilúvio abateu-se nos nossos mundos.
restou uma solidão tão profunda
que
explodimos em sonhos de nossos poucos e loucos sorrisos.

Vamos andar
mãos dadas, sem qualquer preocupação
a não ser com nossos cúmplices olhares.

Tudo é tão perto
longe ao longe deste perto, sublimado amor.
nada é por certo
tão longe, quanto a distância destes olhares.
tudo pode ser apenas um nada
partícula de poeira, que faz o universo
nada
me é certo, nestes tempos de desencontros.
tudo me foi breve
restou apenas uma leve lembrança de mãos dadas...
sobrepondo nossos medos.

O amor é uma doença, ainda não classificada exatamente pela medicina.

Sabe, que não sabe e sabe que nunca sabe.

um olhar
é silêncio de lágrimas e sorrisos perdidos,pelos cantos do mundo.
eu quero apenas
onde for e até onde quer que for
quero só e singelamente lhe devorar.

ando desesperado pelos poucos cômodos da casa
enquanto eu quieto, vc briga, grita e traz à tona o inferno
diga já, mas sem grunir, o porquê insistes em ser tão pouco
ou
apenas é e nunca passou de tão parco humano
eu acendo mais e mais cigarros
não movo um músculo, nenhuma palavra, sou certo,curto e completamente silencioso.
não nos pode restar nada, apenas e de novo o silêncio
o absoluto...silêncio.

Conversando com uma amiga cientista, formada pela conceituadíssima universidade de Maazar-i-Sharif, que fica no famoso triângulo do conhecimento twouragand e Bagrâm, onde diversos prêmios nobel, fixaram residência, eis que desde que o David Cameron, assumiu o poder na Inglaterra, decidindo que o grande lance, não era mais fazer romance no euro trem ou no Soho, para os mais atrevidinhos e sim que a cidade, o povo, os cachorros, gatos e afins, deviam viver em função única e exclusivamente, seus parcos dias, pelo e por o Square mile. Nem a rainha se salvou. Os cientistas que não são nada bobos, se mandaram e escolheram, um dos lugares mais badalados e provavelmente bombásticos deste planeta, afinal, cientista que tem pretensões ao Nobel, tem de viver em pura adrenalina. Fizeram até uma réplica do University College London, que infelizmente foi destruída por um Drone Norte Americano, acho que foi por inveja, mas eles falaram que foi efeito colateral. Mas tudo bem, o fato pe que Londres estava toda nas mãos de russos, sauditas, afora Franceses. Desconfiava-se que até o príncipe Harry, era na verdade filho de um magnata do tráfico de armas. como vêem Londres, estava insuportáveeeeeeeeeeeeeeeeeeeeeeeeeeeeeeeeeeeeeeel, se me entendem. Pois, então assistindo a uma palestra de minha amiga, sobre a criação da vida em nosso planeta, eu como não sou de perder nenhum lance, tive um probleminha de conexão no meu smatphone, tipo, assim... meus créditos acabaram, se me entendem. Então sabe como é tava ali mesmo e mandei ver, ou melhor, fui escutar. depois de falar da lucy, que sinceramente achei chiquérrima e que gostaria de convidar para o meu próximo evento faceboquiano, teve uns lances da ilha da páscoa e de um maluco beleza chamado Darwin, e fiquei tão encantado com ele, que vou procurar um templo do cara, pois quero ser um gladiador do altar da sua religião. mas o que me impressionou mesmo foi o lance das bactérias, como pode, umas coisinhas que a gente vê, tem tudo a ver com a gente. Foi ai que tive uma grande ideia!!! Sabe aquela pia de banheiro, que logo depois dos meninos escovarem os dentes, lavar os rostos e só deus sabe o que mais. Pois é, esta mesma. Ora, como as bactérias em constante mutação, deram origem a vida em nosso planeta, por certo, num ambiente adequado, ou seja, o banheiro, elas, teriam ali, naquele meio ambiente, como dito adequado, milhões de anos de evolução em poucos dias e quem sabe, afinal, a ciência, é antes de mais nada experimentação, se é que me entendem. pois bem, 1,2,3, 4 dias e ai já veio um dos meus meninos, fogo, o mais porquinho, na verdade, um inimigo da ciência, querendo limpar o banheiro. Por óbvio, eu e meu investidor, o Felipe, não deixamos, pois ali poderia ser a revolução de todo conhecimento científico acumulado até agora e já pensaram eu, um novo Darwin, Fermi, Da Vinci, sei lá, mas meu experimento ia de vento em popa, melhor dizendo fedor em popa, afora que meu investidor estava filmando passo a passo nosso experimento e postando no seu canal no youtube e bombando. Passados dez dias, chamei minha amiga pelo Zap Zap e contei-lhe sobre minha contribuição para a ciência e antes de terminar a ligação, ela estava em casa, não sei como, mas como ela tem um lance com os Romulanos, que conheci uns no Baixo Belô, numa daquelas boates, que quase s]ao um happening, deve ter ganho deles, um teletransporte, ou coisa que o valha e já dentro do banheiro com uma equipe toda equipada, estava exterminando as querida bactérias mutantes, fiquei muito triste e digo de coração aberto, senti pela morte das coitadinhas, que nem um enterro digno tiveram. Agora o pior, foi que me xingaram muito e me proibiram de fazer novas experiências. Ao saírem eu ainda triste, vi ao canto sorriso largo o Felipe, e lhe perguntei? - De que você está rindo? nem mIais vídeos para postar em seu canal. - Ele me respondeu com uma calma Tibetana. - Preocupa não pai! todos os dias, eu colhia nuns vidrinho que comprei um monte e estou com unm estoque fabuloso. - E eu na santa ignorância científica, questionei: E Dai. = Ora e dai que se os vídeos daquela nojeira bombaram no youtube, e tem gente que vende bíblia por 9 mil, vassoura para descarrego por dez paus e terreno no céu por cem mil... Imagina os nossos potinhos de vida eterna, quanto que vai ser?

Já falei aqui que tenho um menino o Felipe, e a cada mês ele me vem com uma. Desta vez foi um pedido inusitado do número de minha conta bancária e vou explicar: - Estava esgotado quando cheguei em casa, só queria um banho e cama, quando ao abrir a porta me veio o Felipe: - Pai! o quê? - Eu preciso de sua conta bancária e o número de sua conta bancária e da agência. Fiquei surpreso e imediatamente, lhe perguntei em tom ríspido, dado que sempre é algum problema. - Pra quê? - Eu preciso, pois o Google, tem que me depositar 100 dólares. - O quê? - Como é isso? me explique? - É que eles me devem. - Devem como? - É me devem. - Eu quero saber direitinho. - Bom... Você sabe que eu gosto de jogar no computador, não sabe? - Sei! vivo brigando com você, por causa desta porcaria. Pois é, criei um canal no youtube e resolvi filmar as minhas partidas e colocar no meu canal. = Uai? - tem isso de você ter um canal? - seu mesmo? - é meu mesmo. - E como funciona? -Eu mais calmo e por óbvio, todo interessado na coisa, entreguei o cartão. É simples você cria o seu canal e cada visualização o google, lhe paga uma grana e chegando nos mil, começam a te dever. Poxa Felipe, legal isto e como eu faço para ir no seu canal? deixa eu te mostrar: - Pegou o Laptop e entrou no Youtube, lá num nome meio em Inglês, Português e Japonês, entramos e vi o primeiro vídeo e é uma linguagem literalmente de outro planeta. A única coisa compreensível era> - E ai Galera! E ai galera! - E ai Galera! o resto só com um decodificado de Vulcano. Mas tudo bem, cem dólares são cem dólares, ainda mais nesta crise. Partimos para um segundo vídeo e a mesma coisa se repetiu, só que ai o título do vídeo me chamou a atenção, era UMILHaÇÃO do não sei o que. Felipe, pô meu, humilhação é com H, que merda é esta? E ele com aquela calma peculiar, me disse: - E você acha, que a galera, vai achar umilhação com H, presta atenção pai. - Na hora que forem procurar no youtube, por Humilhação e o restante impronunciável, alguém vai lembrar deste inútil H. Como assim? Pai! - todo mundo escreve é assim, com u, sem H mesmo. Tá, mas aqui em casa é com H e eu exijo que vc edite este treco e mude o título. - Não vai dar não. ele me respondeu e porquê não? Vc acha que se eu colocar o inútil do H, alguém vai achar o meu canal? Vou perder dinheiro. Sem chance.- Todo mundo escreve humilhação sem H, é fato, a galera, sabe que é inútil, gasta mais tempo nas provas e só serve para ocupar espaço, é por isto que este país não vai para frente. Depois de toda a ladainha, eu fui e falei: - Tá bom, fica do jeito que está, mas eu vou cobrar uma multa de 20% pelo erro crasso de português. - Que país é este, que injustiça, é emu trabalho e você dá uma de governo e me cobra imposto? - Não é imposto, é uma multa pelo erro. Pior ainda, eu já falei, que é por isto que este treco tá deste jeito, agente tenta melhorar as coisas e vem o pai da gente e impede a criatividade do filho. Quer saber? - O quê? respondi ríspidamente. - Eu vou embora deste País! - Ah é! e como você vai? escrevendo errado do jeito que você escreve? É! - então tá, o que eu vou fazer? - vai fazer e muito, pois enquanto nós estávamos discutindo, esta sua besteira de multa, eu no outro computador já comprei a ássagem para Londres, ou você esqueceu que seu cartão da conta é o mesmo do de crédito. - minha reação, foi a amais doce possível... vem cá seu fiedamãe...

Sempre existe um tempo para aquele dia que nunca aconteceu.
Um dia sem vírgulas e pontos finais
um dia de dia ao dia do dia
sem fim...
o dia do nós para nós, apenas o nós
um dia que nunca aconteceu.

sei que deste pequeno mundo
eu não ando sabendo muito de nada que não me abala
sei, com certeza
sei
que desta boca exala um cheiro adocicado
perfumado...
sei que
por entre os dentes, salivas desconcertantes
línguas traiçoeiras
entrelaçadas, nu ritual, fúnebre de seu fim
resta a certeza
fins dos finotos tempo de vida.

terminando o dia
a vida da amada minha vida
minha parca vida.
vida,,,,
ver a vida minha vida
nestes eternos delírios de viver
entregar este todo a mulher de vida de viver, minha vida.

quando o silêncio é a única coisa que restou, é hora de recolher os feridos e louvar os mortos.
auad

Estava meio surumbático, esquisito, melancólico, tão, que só Camões,quando morreu sua esposa Chinesa, no naufrágio de seu navio no mar da China. Depois, foi ele se exilar e garantir as possessões Portuguesas no estreito de Hurmog, hoje Hormuz, e nos brindou com a grande epopeia lusitana, que o soldado luiz Vaz de Camões, versos inigualáveis nos Lusíadas. Livro obrigatório, pois ali, mesmo com a exaltação vista por todo o texto, estava claro a tristeza, a saudade e a melancolia, como podemos ver nestes versos:

"Anda tao unido o meu tormento comigo que eu mesmo sou meu perigo"

Ali, podemos entender toda nossa contemporaneidade e nossos medos que desde o século XVI, o mesmo dos navegadores continua a nos assombrar. Através de Camões podemos entender toda a nossa desilusão e melancolia, entrelaçada de furores de jubilo e esperança. Ali Camões, curou toda a tristeza da perda de sua amada. Porém, ao que parece, pois não há dados históricos verossímeis, mesmo em batalha, pois estas sempre lhe acompanharam, curou-se da saudade, mas a tristeza e melancolia que o habitava, permaneceria em toda sua vida.Como tudo na vida tem algo de bom, fomos brindados com uma saga e versos dignos de nos darmos o título de civilizados. Cada dia que passa, sinto que a única coisa que nós fará sermos lembrados daqui uns 10, 20 mil anos, se muito, serão os livros. Mas voltando a minha dor camoniana, estava eu pronto para ir para Brasília e sabia de antemão, que a cidade havia se tornado um deserto. Ninguém queria falar com ninguém, os tribunais e repartições estavam parados, as boates antes tão cheias, vazias. até as garotas de programa, tão procuradas pelos nobiliárquicos ores do poder, estavam dando 50% de desconto ou mais, ou seja, a cidade estava sendo movida a lexotan e pronazepan, era uma melancolia estampada no rosto de todos. Nunca a cidade esteve tão desesperada, não havia Hormuz, para ninguém se exilar e esperar o tempo curar todas as dores. O tempo conspirava contra todos, os cargos e empregos ia virar pó. Mas eu tinha que ir, havia recebido os honorários e tinha que despachar no tribunal, não tinha, depois que vazou a lista de processados ou citados pela procuradoria da república. Alguns, mesmo deixando claro que não tinha outra saída. peguei o voô e em uma hora, já estávamos desembarcando, quando num dos assentos, vi uma propaganda da prefeitura de Curitiba, que algum passageiro havia deixado, me interessei e a levei comigo. Enquanto ia pegar minha mala, fui lendo e eme interessando cada vez mais. sabia, que dado o baixo astral da cidade, eis que ali é uma rede e todos, todos sem exceção fazem parte dela, seria inútil minha ida naquele céu exuberante como tão bem Toninho Horta, retratou na música céu de Brasília. Cheguei ao Hotel e havia decorado todo o panfleto, confesso que já me sentia um especialista. Nem mal me aloquei no quarto e já fui visitar uns sites chinesas, pois se você procura conhecer de coisas bizarras, tem de procurar na china. nós ocidentais somos muito caretas. E não é que achei, li tudo, decorei, as diversas cores, prendi a ler a sorte e o futuro, pequenos tocos, pois eu que nunca pensara ser possível, depois que me dei conta, que desde sempre ele esteve comigo. Ao final, tendo todas as minhas previsões que Brasília, estava uma bosta, curei-me de minha melancolia, me tornando um especialista em cocô, afinal um país que tem uma elite de merda, só sendo especialista em cocô, é que é possível sobreviver, neste deserto sem qualquer futuro.

Chove
olho as luzes amarelas do cafezal
vi colégios e florestas
contorno a contorno com sua fina elegância abstrata.
chove
desço a Bahia com todos os gestos obscenos
descarrego-os em figuras motorizadas
paro no maleta bebo uma pinga com mel
e
sorrio destemidamente sobre seu batom de sangue.
chove
pego-a pelas mãos por entes fumegantes e corro
desabaladamente por becos ainda carregados de lágrimas
é
há ainda um dia anterior e um outro do depois de tudo.
choro
sob uma chuva singela, que limpa o que nos resta de este tudo que foi
foi.. fomos o que fomos, sobre um céu de verão, nas luzes amarelas do cafezal
como era do cê todos aqueles verões insanos
debaixo das lâmpadas de titânio do cafezal.

.

Saudade é a tal que nos definha.