Coleção pessoal de Rhavena_Sabino

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Quando você souber reconhecer minhas imperfeições,
quando você aprender a olhar
para as minhas sardas,
pintas,
olheiras,
cicatrizes,
estrias,
gorduras
sem julgar,
sem debochar,
talvez você aprenda a amar além do sorriso venusto,
além do olhar marcante.
Talvez você aprenda a amar completamente, inteiramente
uma mulher
e não somente
aquilo que lhe dá prazer.

Sou como você me vê... posso ser leve como uma brisa ou forte como uma ventania, depende de quando e como você me vê passar... suponho que me entender não é uma questão de inteligência e sim de sentir, de entrar em contato... tenho uma alma muito prolixa e uso poucas palavras, sou irritável e firo facilmente. Também sou muito calma e perdoo logo.
Não esqueço nunca. Mas há poucas coisas de que eu me lembre... Tenho felicidade o bastante para ser doce, dificuldades para ser forte, tristeza para ser humana e esperança suficiente para ser feliz. Não me deem fórmulas certas, porque eu não espero acertar sempre. Não me mostrem o que esperam de mim, porque vou seguir meu coração. Não me façam ser quem não sou. Não me convidem a ser igual, por que sinceramente sou diferente. Não sei amar pela metade. Não sei viver de mentira. Não sei voar de pés no chão. Sou sempre eu mesma, mas com certeza não serei a mesma para sempre... Sou uma filha da natureza: quero pegar, sentir, tocar, ser.
E tudo isso já faz parte de um todo, de um mistério.
Sou uma só... Sou um ser… a única verdade é que vivo.
Sinceramente, eu vivo.

O Sol se pôs e a Lua ainda não apareceu no céu tão escuro quanto um café coado na hora.
O Crepúsculo se inicia e é nesse momento em que meu coração remendado e atrevido começa a latejar. Perco todo o sentido. Saio de mim por alguns instantes neste cômodo vazio, mas cheio de lembranças. Cada canto desperta-me uma memória. Cada canto traz saudade de você.

Você não está aqui, mas ao fechar os olhos eu te vejo, te sinto.
Minhas mãos tocam as suas, seus lábios tocam os meus.
Nossos corpos se unem, se entrelaçam, se grudam.
Nossos suspiros ofegantes entram em sintonia.
O desejo de torna um só.
A carne se torna uma só.
O coração bate ao mesmo ritmo.
A calmaria nos alimenta.

Você não está aqui, mas a janela entreaberta, o vento frio, a luz apagada e o silêncio desta cidadezinha, também fazem com que eu te veja, com que eu te sinta.
O coração não está remendado por acaso, a perca de sentido não é à toa. Você feriu-me, magoou-me, desapontou-me e por fim, matou-me.

Feriu-me quando percebi que já não era mais o mesmo. Já não tinha mais aquele calor, aquela paixão. Magoou-me quando trocou meu nome, quando minhas narinas sentiam aquele cheiro de flores de figo que não eram seus. Desapontou-me quando não mais se lembrava de nossas datas, quando recuava na tentativa de meus lábios tocarem os seus, quando meus abraços passavam despercebidos para o seu corpo. Quando já não mais segurava em minhas mãos, quando já não mais me chamava por aquele apelido. E matou-me quando disse num sussurro, quando as águas de março caiam do céu, que seu amor não era meu.

Permaneci em pé, mas queria jogar-me num rio e deixar com que a correnteza me levasse.
Tudo desabou dentro de mim. Eu sabia, mas tapava os olhos, porque era impossível de acreditar que o amor da minha vida não mais sentia amor por mim. Eu sabia, mas tapava os olhos porque era impossível de acreditar que aquele que fez-me tantas juras de amor, estaria fazendo para outra. Eu sabia, mas não queria acreditar... Eu sabia, meu coração sabia, mas meus olhos não queria ver, meu corpo não queria sentir.
Você era o meu apoio e com a sua retirada desfiz-me. Você era tudo o que eu tinha e com sua ida, nem mesmo as migalhas sobraram. Você matou-me.

Mas embora eu sinta dor, amor, minha essência continua. Você pode ter ido, pode ter levado consigo minha confiança...
Você despiu-me por inteira, não restou uma pétala sequer, entretanto, as raízes ainda estão neste coração que perfurou, mas não tão profundamente.
Embora leve estações, sou capaz de florescer outra uma vez com sua ausência.

O tempo passa sem pressa e aos pouco fui percebendo que junto a ele, seu amor está se expirando. Distancia-se ligeiramente.
Seu hipotálamo não mais libera oxitocina por mim, seu olhar não mais é o mesmo, assim como seu sorriso, seu toque... Ultimamente você por inteiro despiu-se. Não venha me dizer que o amor por desventura encontra o fim, porque incrivelmente o amor singelo e sereno, autêntico e leal, embora haja tempestades e dias seco em demasia, embora derrame mais lágrimas que de costume, não tem conhecimento de fim, porque não foi feito para terminar, mas sim para suportar cada fase árdua e doce, complicada e radiante. O amor, quando é amor, não se finda, se aprimora com o passar dos danos.

A água cai levemente em meio a um corpo exausto.
A poeira de um dia vazio desce ralo abaixo. Palavras que não foram ditas saem dos lábios num sussurro e se perdem no vapor morno.
Abraços que não foram dados, sorrisos que não foram mostrados, olhares que não foram trocados, são levados, arrastados pela água morna do chuveiro.
Uma alma inteira, sentimentos inteiros são levados todos os dias, pela água morna do chuveiro.