Coleção pessoal de regisness

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Parte da compreensão da nossa fragilidade diz respeito a, justamente, reconhecer que não somos de aço. Está tudo bem em abraçar o ursinho de pelúcia antes de dormir.

Percebi, depois, que sorrir nem sempre é fácil, e que nem todo palhaço é feliz.

Cada pessoa que encontramos na rua tem sua história e batalhas próprias, das quais somente ela tem consciência. As feridas estão lá, vivas, latentes.

O ser humano é frágil. Imensa, terrível e irremediavelmente frágil.

[Tenho uma] teoria de que, quanto menor for um cachorro, mais demoníaco ele será, e igualmente maior será a probabilidade de meus vizinhos arrumarem um.

Com 18 anos, estou longe de ter uma posição política formada; até porque, se assim o tivesse, seria uma preciosa dica do quão cego determinada ideologia me deixara. Cá entre nós, ainda que eu tivesse 81 anos, não seria sensato cessar a busca por respostas.

Frases prontas de bom-dia ditas no rádio durante o horário matinal não me são suficientes. São como aqueles xaropes de marca barata que adoçam nosso paladar por um instante e, ao que nos damos conta, sobra apenas um gosto amargo de algo que foi mais vão do que deveria ter sido.

O que nos distingue dos pontos de tinta — ou de pixels, se preferir — é que nós, ao contrário destes últimos, possuímos a capacidade de falar, comer, chorar, tolerar, sentir. Temos, sobretudo, sonhos, amores e outros pontinhos pelos quais viver.

Somos apenas alguns dos tantos outros pontinhos que já pisaram e que ainda pisarão na Terra. Ela própria, inclusive, é outro pontinho azul, no meio do nada e rodeada por uma infinitude de outros pontos.

Cometem um grotesco equívoco os que hasteiam a bandeira do "sou sincero a qualquer custo". Sinceridade não significa dizer o que quiser a quem quiser.

A vida se constrói de pequenas conclusões às quais chegamos ao longo dos anos. Dezoito primaveras foram-me suficientes para perceber que tinha razão minha avó quando dizia que mentira tem perna curta.

O cerne da educação brasileira (...) é fruto de uma imaturidade pedagógica sem tamanho. Tratam o aluno como criança e esperam que ele aja como adulto.

Em vez de aprender, o aluno na verdade DECORA o conteúdo. O processo de "aprendizagem" torna-se mecânico e improdutivo. O resultado? Professores que fingem que ensinam e alunos que fingem que aprendem.

Quase toda a matéria que é ensinada ao aluno é abstrata e dissociada da realidade. É incabível cobrar que o conteúdo seja sequer absorvido se, na mente do estudante, a matéria é completamente inútil em termos práticos.

O uniforme, o horário de entrada e saída, o enfileiramento e o aspecto hierárquico da instituição; tudo isto e muito mais da mentalidade escolar provém do modus operandi industrial.

Arrisco dizer que, se as pessoas levassem suas incertezas mais a sério, teríamos menos sangue e mais humanidade nas páginas dos livros de História.

Ter o benefício da dúvida é poder dizer "não sei" sem medo, pois somos humanos e estranho seria se tivéssemos tudo na ponta da língua.

Talvez uma das maiores mentiras que nos são contadas quando crianças é a de que a ordem dos fatores não altera o produto. Os que dizem isto decerto nunca leram Machado de Assis, pois quem leu, bem sabe a diferença entre um autor defunto e um defunto autor.

O problema, penso eu, não está em haver tradições. As tradições constroem uma espécie de identidade cultural importante a todo tipo de sociedade. O problema está, na verdade, em impor suas tradições a todas as pessoas.

De nada adianta haver uma economia sustentável com superávits e poupança interna crescentes se a população é tratada como meros números sistemáticos e facilmente contornáveis.