Coleção pessoal de Elizeth

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⁠INSENSATEZ



A imprevisibilidade é o que faz prosseguir

Pra ver o que surgirá da próxima vez,

Com a incerteza do que poderá vir

E com esperança de que seja bom, talvez.



Acordar e ver o dia como um objeto

E não como um singular objetivo.

Que ele, o dia, seja usado como sentido,

Caminhante, não inerte, mas ativo.



Não existir apenas e somente,

Mas coexistir com um destino imprudente,

Se alimentando das horas, dos segundos,

Como passes para vários mundos.



Em subversão total dos sentidos,

Sentir o cheiro do sol bento,

Tocar sutilmente as cores do vento

Sob a visão doce dos frutos colhidos.



Usar todo o corpo e toda a alma,

Para aclamar a existência,

Viver sem pressa, com calma,

Extraindo de si a verdadeira essência.



Abrindo os olhos para uma chance

De estar bem e, quiçá, até ser feliz!

Acreditar que vale a pena dar um lance

E arrematar o prêmio que sempre quis.



E se o lance foi um tanto exorbitante

E o prêmio, nem tão bom assim,

Valeu pela esperança, enfim,

De experimentar um existir pulsante.



Pois a vida é assim, na sua beleza:

Um misto de insensatez e incerteza.

⁠ HOJE

Só por hoje vou buscar ser mais feliz,
Aguçar todos os cinco ou até seis sentidos,
Precupar-me só com o que me condiz,
Esquecer-me das dores, de todos os medos vividos.

Só por hoje vou minimizar o passado,
Dar mais valor ao presente que é o presente.
Esquecer-me de um futuro tão idealizado,
Ficar assim, leve, contente simplesmente.

Só por hoje vou vivenciar com afeto o inverno,
Sem reclamar pela mudança de estação.
Apreciar cada minuto como se fosse eterno,
Vivenciar mais o sim do que o irascível não.

Só por hoje vou deixar as portas abertas,
Escancarar minh'alma com coragem,
Abandonar minhas verdades como certas,
Acreditar possível uma nova viagem.

Só por hoje, experimentar uma alegria pura,
Sem remorsos ou ressentimentos.
Crer que a felicidade nos cura,
Separando a lógica dos sentimentos.

Só por hoje vou deixar a vida fluir
Como água que corre suavemente.
Soltar as amarras do medo de seguir,
Como se o agora fosse o eternamente.

Só por hoje vou finalmente entender
Que o ontem já foi o hoje,
Que o amanhã se transmudará em hoje.
É fato, então, que só existe o hoje pra viver.

(Elizeth Cunha Calle)

⁠RENASCER

É preciso reviver, renascer
A cada dia que despertamos
Para um novo amanhecer.
Agradecer só porque aqui estamos.

Abrir os olhos como se fosse a primeira vez,
Inebriar-se com tanta beleza!
Sentir o cheiro da vida, sem muita certeza,
Acreditar que basta um quem sabe, um talvez.

Usar a noite, o sono bendito,
Quase como uma gestação,
Esquecendo o que já foi dito
Agradecendo esta nova parição.

Buscar coisas novas, um novo movimento,
Sabendo que o dia inteiro lhe espera,
Como uma promessa, um alento,
De um recomeço, de uma nova era.

Deixar para trás o que lhe fez mal,
Crendo que o bem está à espreita,
Que hoje pode ser o plural
Contra a singularidade desfeita.

Que novos sonhos se tracem,
Que o impossível se torne provável,
Que vínculos de afeto se entrelacem,
Que existir se torne louvável.

Porque a vida só tem sentido assim,
Acreditando-se que não tem fim,
Que apenas se encerra o dia,
E cada manhã é de sua autoria.

Escreva uma inédita história,
Nesta página em branco que se descortina,
Trace uma nova trajetória,
Neste caminho que matutina.

Porque o amanhecer é a promessa de um dia,
E o dia é uma vida inteira,
E a vida, mesmo passageira,
Pode ser eterna durante aquele dia.

Então, viva com alegria,
Pois hoje pode ser o único dia!

(Elizeth Cunha Valle)

⁠Um resto de ilusão

De mil maneiras me esconder,
Ser gentil quando não quero ser,
Sorrir, quando o desejo é chorar.
Tentar, de verdade, relevar,
Se a vontade é desistir, é esquecer.

Esquecer-me de quem me faz mal,
De quem não sabe ver o outro, ser plural.
Sair de fininho, sem olhar pra trás,
Buscar só o que é bom, o que me traz paz.

Abandonar tudo e quase todos:
Os olhares tortos, os sorrisos desleais.
Esquecer Gênesis, escolher Êxodos.
Acreditar que existe além, que existe mais.

Ampliar meu singular Universo,
Escantear tudo o que é adverso.
Parar de tentar agregar,
Aceitando que é hora de deixar, de aceitar.

Aceitar que o mundo não é linear,
Que, às vezes, o mal pode vencer,
Que o bem pode arrefecer
E que você é só uma peça neste limiar.

Mas acreditar, sobremaneira,
Que pode bastar a sobra da bondade,
Para fazer da vida a hospedeira,
Da alegria plena da nossa humanidade.

⁠HOJE

Tenho experimentado uma saudade doída,
De um tempo que agora, de longe avistado
Me parecia feliz, tão cheio de vida,
Mas, outrora, era só um pedaço do passado.

A lua parecia mais cheia, o céu mais pomposo,
O sol me acalentava, luminoso.
Tanto cheiro, tanto sabor, tanta energia.
Existir era uma aventura, uma alegoria.

Ainda amo a mesma lua exuberante,
Mas ela, agora, me parece uma visitante passageira,
Um dia cheia, outra já minguante,
Não é mais aquela esperada companheira.

Pela vida, ainda sou agradecida,
Mas uma gratidão educada, sem paixão,
Um “tanto faz” existencial, uma exaustão.
Uma visão desfocada, descolorida.

De um lado, um passado expectante,
No meio, um presente entediante,
E o futuro, este amigo derradeiro?
Ah, não se sabe o paradeiro.

Mas aí, chega um novo amanhecer,
A chuva se foi, o sol surgiu faceiro,
O presente, rebelde, se impõe, lisonjeiro.
“Estou aqui”, ele parece dizer.

Então, me curvo a ele, este presente onde moro,
Deixo o passado pra lá, na memória,
O futuro, este desconhecido, ignoro.
E percebo a verdade da minha e de cada história.

O presente é o verdadeiro PRESENTE a agradecer,
É o que nos faz andar pra frente,
Todos os dias, do amanhecer ao anoitecer.
Amanhã pode até ser diferente, mas cada HOJE é que é da gente.

(Elizeth Cunha Valle)

⁠Devaneios

Tudo é ilusão, passageiro!
Você pensa que está ali, protegido
pelo amor de outrem, por alguém.
Mas aí você percebe, por derradeiro,
Que está só, só você e mais ninguém.

Só eu posso me perdoar.
Somente eu a me amar.
Sem crítica ou cobrança.
Eu, nesta solitária dança,
De viver, de respirar, de estar.

LUZ



Hoje quero ver o dia com um olhar diferente,

Mudar o rumo desta velha prosa,

Ouvir mais e ser menos eloquente.

Ver tudo mais colorido, mais cor de rosa.



Quero saborear um café com pão,

Agradecendo a quem plantou o grão.

Vivendo intensamente, com mais empatia,

Com mais amor, com a mais sincera alegria.



Quero exigir menos dos que quero bem,

Gostar, amar sem restrições,

Ter mais paciência e piedade também.

Distribuir mais e incansáveis perdões.



Parar de tentar em vão,

Consertar este mundo e quem nele habita,

Conviver bem com o sim e o também com o não.

Para que a vida seja mais leve, mais bendita.



Hoje não abro mão de ver a lua,

Mesmo que seja a minguante,

Porque a verdade nua e crua

É que cada dia é um só instante.



Porque hoje acordei luz.

GRATIDÃO.

Que palavra linda é GRATIDÃO!
Parece derivar de grátis, do que é graça.
Porque ser grato não exige nada não!
É só ter afeto por quem lhe abraça.

Um abraço real, com afeição,
Ou um abraço simbólico de solicitude,
Um simples gesto ou uma boa atitude,
Tudo deve ser objeto de gratidão.

E agradecer nem é tão complexo,
Até animais o fazem por gestos,
Não envolve conceitos indigestos,
Não precisa nem mesmo de um nexo.

Ser grato é curvar-se à alheia bondade,
É devolver o sorriso ou o abraço,
Àquele que lhe fez bem de verdade,
Que andou ao seu lado num mesmo compasso.

Ao contrário, ingratidão é mazela,
Dos que sofrem pelo bem angariado,
Dos que não tem humildade sincera,
Para dizer um simples obrigado.

Sejamos gratos, então,
Pois o que tem de bela a gratidão,
Tem de asquerosa a ingratidão,
Enquanto a primeira eleva e cura a alma,
A segunda provoca dor e incurável trauma.

E para facilitar as coisas, vamos esquecer das rimas e passar do verso para a prosa. E no exercício da gratidão, vamos praticar, sempre dizendo “muito obrigado(a)”, “Deus lhe pague”. Vamos nos lembrar dos bons gestos, amando a quem nos faz bem, reconhecendo-lhes a boa vontade. Vamos sorrir mais, abraçar mais, soltar beijos no ar ou nas bochechas. Vamos esquecer as desafeições e nos dedicar às afeições. E para os que forem os destinatários da gratidão, não se cansem: continuem a distribuir atos de solidariedade. Deem pão para quem tem fome, água para quem tem sede, emprego para quem quer trabalho, companhia para quem está só, carinho para quem está triste, conhecimento para quem o procura; continuem a partilhar bens materiais e imateriais. Ainda que ninguém agradeça, não importa, pois o maior beneficiário do bem é quem o pratica.

HUMILDADE
A cada dia que corre,
Entre meia noite e outra noite,
Entre um sorriso e uma lágrima que escorre,
Entre abraços e um cruel açoite.
Não sei se sou verdade ou se mera percepção.
Não sei se acredito ou se sou só decepção.
Nem sei se sou apenas eu,
Ou um mundo inteiro que se diz o meu.
Fico aqui, meio atordoada,
Entre mim, entre o mundo e mais nada.
Mas aí o sol se põe, como sempre.
Então isto faz com que eu, antes sem esperança, me lembre,
Que tudo se repete, que o mundo infinitamente se lança pra frente,
independente de mim , de zeth.

A fé é exclusividade dos humildes, que acreditam sem entender.

Cansei de esperar pela colheita do grão; cansei de esperar pelo desabrochar das flores; deixei de aguardar a beleza do pôr-do-sol e a chegada da lua cheia.
Resolvi curtir o plantio, me deliciar com os botões das flores, acordar mais cedo para ver o nascer do sol e amar todas as fases da lua.
Ouvir o som da água que passa, sem pensar na nascente e onde cairá no mar.
Decidi viver intensamente cada detalhe, sem me importar com o resultado e amar cada minuto sem me preocupar com as horas.
Simplesmente viver!

LIBERDADE

Para cada noite existe um dia. E durante o dia ainda temos uma manhã e uma tarde para nos permitir a visão deste lindo e eclético Planeta.
Pois se o próprio Universo é eclético, por que nós temos de seguir apenas uma linha de pensamento e comportamento? Devemos ser criativos, abertos às coisas que nos são expostas, com discernimento para definirmos o que nos serve e o que nos destrói.
É bom sabermos que estamos livres para nos encantarmos com todas as cores, todos os sons e todos os sabores do mundo. Não somos prisioneiros de um grupo fechado, a não ser que nós mesmos nos coloquemos em uma cela, onde as grades são os medos. Medo de ser rejeitado, de ficar sozinho, de não agradar.
Livre é aquele que se deixa levar pelo próprio encantamento e não pelo encantamento alheio. Somos livres se deixamos nossos espíritos desapegados de preconceitos, abertos às novidades boas que nos cumprimentam diariamente.
E se formos livres acolheremos todos os que também não abrem mão da liberdade. Acolheremos o branco, o negro, o azul, o rosa, o samba, o rock, o sertanejo, o doce, o salgado, o picante, o suave. Acolheremos a vida em sua plenitude, sem necessidade de escolhermos apenas um cantinho dela.
Assim poderemos voar nesta linda aventura de nossas existências!

Depois de ouvir o relato de uma pessoa com depressão, escrevi este poema.

"ESPERANÇA

Minha alma está vazia,
Sem um pingo de poesia.
Sob o império da razão,
Fica triste, sem ilusão.

Queria ver o calor das cores,
Dos cheiros, de novos amores.
Mas o tempo está tão escuro!
Só vejo o presente, sem futuro.

O que antes era prazer,
Agora virou tarefa, dever.
A alegria que senti outrora
Despediu-se, foi embora.

Recordo-me, com pura saudade,
Daquele tempo em que a felicidade
Estava ali, sempre parceira.
Mas ela partiu, virou poeira.

Virou cinza o que era azul,
Não tenho norte, leste, oeste ou sul.
Estou só, aqui neste ponto.
Nem pra um passo estou pronto.

Meu sorriso é caricatura.
Porque rir é uma tortura
Para uma alma que somente chora,
Que anseia pela alegria, até implora.

Mas morreu aquela alegria,
Foi partindo, dia a dia,
Até pra sempre se despedir
Deixou-me assim, também querendo partir.

O que me faz permanecer na luta,
Mesmo com esta dor absoluta,
O que busco na minha lembrança...
Seu nome é ESPERANÇA."

SOLITÁRIO MORIBUNDO
Aquela data na agenda
Avisando um certo evento,
Já é passado, virou lenda.
Para as páginas em branco me atento.

Foi a vida que se passou,
Não lenta, passo a passo,
Pois tão rápida caminhou,
Que me perdi no seu compasso.

Já vi tanto e tão pouco vi,
Que a desilusão me devora.
O mundo não conheci,
É o que percebo agora.

Me vem esta epifania,
Desconheço cinco dos continentes,
A longínqua Oceania,
E mais quatro dos existentes.

Fiquei aqui nesta América,
Apenas num pedaço dela,
Travei uma guerra homérica,
Por uma mísera bagatela.

Deixei de amar quando podia,
Abandonei qualquer ilusão,
Segurar o que me pertencia,
Virou exclusiva paixão.

O riso me abandonou,
Tão só um sorriso cordial,
Pois a ambição que me devorou,
Consumiu o que era essencial.

Eliminei os meus afetos,
Os toques e o carinho,
Acumulei tantos desafetos,
Agora estou aqui sozinho.

No leito da minha morte,
Não há ninguém, só solidão.
E eu que pensava que tinha sorte,
Por não viver com a multidão!

Quisera no tempo voltar,
Quando meu coração era puro,
Exatamente naquele lugar,
Antes de tudo ficar obscuro.

Quando meus olhos se fecharam para o mundo,
E minha mente sufocou meu coração,
Foi nesse dia, infecundo,
Me transformei numa aberração.

Aos que vão ficar por mais um tempo,
Aconselho, por pura experiência,
Amem mais, evitem o sofrimento
De ficar só, de perder a essência.

Façam muitos e bons amigos,
Abracem seus pais, seu filho e irmão,
Para se livrarem dos castigos,
De quem preferiu a solidão.

O QUE EU QUERIA

Queria dizer o que nunca foi dito,
Fugir das palavras vazias.
Ou escrever o que nunca foi escrito,
Deixar de lado letras repetidas e frias.

Queria nutrir-me do amor sem conhecer-lhe o conceito,
Senti-lo apenas, sem prévias convicções,
Sem me preocupar se é perfeito ou imperfeito,
Limitar-me às mais simples sensações.

Queria acordar um dia, sem uma suposta verdade,
Sem cultura, sem uma crença pré-ensinada.
Em completa e selvagem humanidade.
Pensar começando do zero, do nada.

Queria ser livre, fugir de todos os padrões,
Desatar as amarras, os nós cegos da vida,
Esquecer-me das palavras velhas e falidas,
Encontrar novas e primárias percepções.

Mas aqui estou eu, patética,
Escrevendo versos rimados que me fazem ver,
Numa simplória e triste dialética,
A distância entre o que sou e o que queria ser.

"Um dia

Acordar, de preferência com o canto de um sabiá! Ver, pela janela, o sol que brinca com nosso sono. Sentir o cheiro de café misturado ao de um pão quentinho. Dizer "bom dia", sorrir com a resposta. Ver o rosto de cada filho e saber que ele está ali, do seu lado, mesmo que tenha passado a noite na balada. Chegar ao jardim e perceber que o botão virou flor, que a trepadeira avançou alguns centímetros. Experimentar mais um glorioso dia de sua própria vida."

OTIMISMO

Pra que poetizar,
Se o som de sua voz está tão quieto quanto o canto de um beija-flor?
Se suas palavras ecoam tão vazias como uma cisterna no deserto?
Se os olhos são as janelas da alma, entendo porque os tenho tão desfocados.
Mas se troco o canto pela beleza ímpar do mesmo beija-flor que se calou,
Se veja a cisterna vazia como uma esperança daquele mesmo deserto seco,
Isto fará toda e fundamental diferença para uma alma que já não enxerga tão bem.

O TEMPO E A VIDA
A Vida ao Tempo rogou
Que andasse mais lentamente
Mas o Tempo, enfático, negou
Disse que tal dom não lhe pertence.

Então a Vida indagou ao Tempo
A quem pertence tal dom
De fazer ponteiros mais lentos
Dando ao mundo novo tom.

Sábio, o Tempo esclareceu
Que cada um tem o ritmo da vida
Dando a ela o tamanho que escolheu
Pode ser pequena, imensa ou perdida.

E continuou o Tempo, sem mentira:
Um minuto de ternura
Pode ser maior que uma hora de ira
Ou menos que um segundo de bravura.

A bravura pode salvar uma vida inteira,
A ternura pode curar todo um coração,
Mas a ira, a traiçoeira,
È contra a vida, é perdição.

Prolixo, como os que não têm pressa,
O Tempo se empolgou, depressa,
Querendo dar um alento
Para a amiga de tanto tempo.

Pense, querida Vida,
Naqueles que fazem o bem
Em cada minuto da vida
E nos que em si o mal detém.

Pense também, insistiu o Tempo,
Nos que pensam apenas na lida,
E nos que amam o mar e o vento.
Quem em si tem mais vida?

E nos que sorriem de toda maneira
Experimentando cada momento,
Contra aqueles em que o lamento
Dura uma eternidade inteira.

Então, querida Vida,
Quem tem mais tempo?
Aqueles que vivem a vida,
Ou os que só perdem seu tempo?

A vida é tão maravilhosamente bela que, mesmo quando ela se torna feia e ruim, nos agarramos a ela, na esperança de vislumbrarmos novamente sua beleza.