Coleção pessoal de priscilla.aguiar

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Porque o jornalismo é uma paixão insaciável que só se pode digerir e humanizar mediante a confrontação descarnada com a realidade. Quem não sofreu essa servidão que se alimenta dos imprevistos da vida, não pode imaginá-la. Quem não viveu a palpitação sobrenatural da notícia, o orgasmo do furo, a demolição moral do fracasso, não pode sequer conceber o que são. Ninguém que não tenha nascido para isso e esteja disposto a viver só para isso poderia persistir numa profissão tão incompreensível e voraz, cuja obra termina depois de cada notícia, como se fora para sempre, mas que não concede um instante de paz enquanto não torna a começar com mais ardor do que nunca no minuto seguinte.

Posso te garantir que o verão solitário me deixou mais mulher, mais leve e mais bronzeada e que, depois de sofrer muito querendo uma pessoa perfeita e uma vida de cinema, eu só quero ser feliz de um jeito simples. Hoje o céu ficou bem nublado, mas depois abriu o maior sol.

Andando pelas ruas..
eu vejo as pessoas..
que olham para frente..
olham para baixo..
olham para si..
apenas para si..
Não olham para o lado..
não olham para o outro..
enchergam apenas a si..
Mas não é isso que eu quero..
Por isso olho para o lado..
e vejo as flores..
a paisagem..
a cada dia há algo novo..
eu quero ver além..
eu quero ver o outro..
eu quero ver você..
eu quero ver a vida!"

NADA COMO O TEMPO

Com o tempo, você vai percebendo que, para ser feliz com uma outra pessoa, você precisa, em primeiro lugar, não precisar dela.

Percebe também que aquele alguém que você ama (ou acha que ama) e que não quer nada com você, definitivamente não é o "alguém" da sua vida.

Você aprende a gostar de você, a cuidar de você e, principalmente, a gostar de quem também gosta de você.

O segredo é não correr atrás das borboletas... é cuidar do jardim para que elas venham até você.

No final das contas, você vai achar não quem você estava procurando, mas quem estava procurando por você!

Seja. mas antes de ser por inteiro seja dos outros.e antes que se entregue por completo á alguém saiba que ninguém pertence a ninguém, e que você é seu. Você não é aquilo que sua vida é. Você não é o momento que você vive nem o amor perdido. Você é aquilo que ninguém vê. Uma coleção de histórias, estórias, memórias, dores, delícias, pecados, bondades, tragédias e sucessos, sentimentos e pensamentos. Se definir é se limitar. Você é um eterno parênteses em aberto. Enquanto sua eternidade durar.

Guarda estes versos que escrevi chorando,
Como um alívio a minha saudade,
Como um dever do meu amor; e quando
Houver em ti um eco de saudade,
Beija estes versos que escrevi chorando.

A distância é como os ventos: apaga as velas e acende as grandes fogueiras.

Uma vez me disseram que a proporção de tristeza em cada menina estava diretamente ligada com a beleza dela: quanto mais bonita, mais triste. Quanto mais enfeitam para arair olhares, mais olhares vazios elas conseguem..."

Eu gosto das pessoas pelo prazer de gostar e não porque deu tempo de gostar delas.

"Tantas vezes eu dormi vazia e me enchi de você por tantos respiros frenéticos, contidos num espaço de segundo, na etapa curta do sono em que os sonhos acontecem e nada é tão grande que consiga separar a minha boca da sua, a nossa verdade da frieza simétrica do mundo. Tantas outras eu dormi cheia de esperanças e acordei com azia da vida por ter me empanturrado de sonhos e por não terem inventado ainda sal de frutas contra realidade. Mas você continua em mim. Eu posso desligar o computador, posso quebrar a televisão, nunca mais ler jornal, fechar os olhos, apertar os punhos, tapar os ouvidos, encher minha boca de tantas outras palavras, de tantos outros cantos que não falem de você. Mas não, nada adianta. Não te cantar não significa não te escrever nas minhas entrelinhas, tapar os ouvidos não significa não te ecoar o tempo todo dentro de mim, no escuro do que é ser eu. murros ao vento não impedem a dor, olhos fechados também conseguem chorar sua ausência. jornal, internet, televisão, fax, rádio, código Morse, sinal de fumaça... como se a nossa sintonia dependesse, mesmo, disso. É como naquele clipe do Foo Foghters: todas as certezas da minha vida bem na minha frente, depois da parede de vidro. Incontável o quanto eu prometi a mim mesma não te sofrer, não te lutar, não te falar à quatro ventos pra não te gastar em palavras. Mas você continua latente bem na minha frente, todos os dias, todos os minutos, em cada suspiro de alegria, tristeza ou vazio que saia de mim. Todas as manifestações de vida, na minha, são você. Toda a vida que eu guardei e gastei em porções mínimas, sobraram pra durar você. Eu que não sei de tantas coisas, continuo crente no que, pros outros, parece incerto. Eu que sempre fui tão imediata e fugaz, sento agora no cantinho mais confortável de mim, sem aquele desespero do começo, pra esperar você. Eu sei que você vem."

Como é estranha a natureza morta dos que não têm dor. Como é estéril a certeza de quem vive sem amor...

Cantando a gente inventa.
Inventa um romance, uma saudade, uma mentira...
Cantando a gente faz história.
Foi gritando que eu aprendi a cantar: sem nenhum pudor, sem pecado.
Canto para espantar os demônios, para juntar os amigos.
Para sentir o mundo, para seduzir a vida.

Mas tenho medo do que é novo e tenho medo de viver o que não entendo – quero sempre ter a garantia de pelo menos estar pensando que entendo, não sei me entregar à desorientação.

Ah, e dizer que isto vai acabar, que por si mesmo não pode durar. Não, ela não está se referindo ao fogo, refere-se ao que sente. O que sente nunca dura, o que sente sempre acaba, e pode nunca mais voltar. Encarniça-se então sobre o momento, come-lhe o fogo, e o fogo doce arde, arde, flameja. Então, ela que sabe que tudo vai acabar, pega a mão livre do homem, e ao prendê-la nas suas, ela doce arde, arde, flameja.

Não quero ter a terrível limitação de quem vive apenas do que é passível de fazer sentido. Eu não: quero é uma verdade inventada.

É tão difícil falar, é tão difícil dizer coisas que não podem ser ditas, é tão silencioso. Como traduzir o profundo silêncio do encontro entre duas almas? É dificílimo contar: nós estávamos nos olhando fixamente, e assim ficamos por uns instantes. Éramos um só ser. Esses momentos são o meu segredo. Houve o que se chama de comunhão perfeita. Eu chamo isso de: estado agudo de felicidade.

Faz de conta que ela não estava chorando por dentro – pois agora mansamente, embora de olhos secos, o coração estava molhado; ela saíra agora da voracidade de viver.

Uma das coisas que aprendi é que se deve viver apesar de. Apesar de, se deve comer. Apesar de, se deve amar. Apesar de, se deve morrer. Inclusive muitas vezes é o próprio apesar de que nos empurra para a frente. Foi o apesar de que me deu uma angústia que insatisfeita foi a criadora de minha própria vida. Foi o apesar de que parei na rua e fiquei olhando para você enquanto você esperava um táxi. E desde logo desejando você, esse teu corpo que nem sequer é bonito, mas é o corpo que eu quero. Mas quero inteira, com a alma também. Por isso, não faz mal que você não venha, esperarei quanto tempo for preciso.

Suponho que me entender não é uma questão de inteligência e sim de sentir, de entrar em contato...
Ou toca, ou não toca.

Saudade é um pouco como fome. Só passa quando se come a presença. Mas às vezes a saudade é tão profunda que a presença é pouco: quer-se absorver a outra pessoa toda. Essa vontade de um ser o outro para uma unificação inteira é um dos sentimentos mais urgentes que se tem na vida.