Coleção pessoal de plooma

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Estou triste
Sem motivos
Apático
Procuro algo pra comer, mas nada me da o apetite.
Estou fazendo um café e pretendo comer umas bolachinhas
Sinto falta de algo.
De mim mesmo?
De Deus?
Talvez seja falta das minhas vitaminas
Que alias ainda hoje não as tomei.
Vou toma-las agora
Entre um texto e outro.
Entre um devaneio e outro
Entre uma arte e outra
Entre uma confissão e outra
Entre um tempo e outro
Entre um mim, e outro
Entre eu e eu
Ou ...
Entre nada e nada de nada
Só nada e mais nada
Tudo acaba em nada
Tudo? Não é tudo, nem nada
É só é
E nem é
Pode ser?
Sei lá!

O destino traz um festival de bolhas coloridas. São todas incríveis, encantadoras flutuando em muitas direções, refletindo vários tons atravéz do translúcido. Até que…até que você encontra a última que faltava estourar.

Piii-Piiii-Piii-Piii…
São oito da manhã.

Céu de coração, coração de céu.

Meu coração é vintage.

Ele nunca mudou. As pessoas que estiveram nele jamais saíram. Os desejos dele apenas se acumulam desde os primórdios da minha existência. Sua intensidade vai aumentando.

E dizem que envelhecer diminui o ritmo das coisas.

Para mim, acumula.

É o coração de anteontem, com o de ontem, com o de hoje e com o que será amanhã. É um peso grande ter coração vintage. Mas, fato: não consigo reciclar o meu.

Ainda fico sonhando com as coisas que já se passaram nele e com as que eu gostaria muito de vivenciar. É bastante intenso.

Pessoas como eu não costumam morrer de infarto. O coração é forte, robusto, aguenta carga sanguinea que for.

É quase como a atmosfera: tem um quê de volúvel mas é previsível. Sabe, tem aqueles dias em que o céu está tão diferente do usual que nem se consegue reconhecer como um “céu”.

Tem os dias que ele brilha, azul, azulzinho, quase sem nuvens, parece o infinito mesmo. Tem os dias cinzas, com as nuvens baixas e carregadas, você vê claramente - vai chover. E não é que, sol e chuva dá casamento de viúva? Não é que nuvens negras são sopradas para outro canto desaparecendo, de repente, para chover sob outras cabeças? Não é que aquele sol quentíssimo fica encoberto como se fosse um dia de inverno, em plena primavera, por questão de minutos?

Atmosfera imprevisivelmente previsível. Como o coração vintage.

Então se você vir aquele lindo e colorido céu, que se fica abobado olhando e pensando como foi possível formarem-se tantas coisas ali, no céu, aquele que você vê todo dia, coisa simples, que faz parte da rotina - nessas horas, aproveite. É o momento mais especial do céu, do coração. Quando ele se entrega e se abre para todos e mostra suas memórias antigas e tudo de melhor que está junto delas. Uma explosão de sonhos e memórias positivas submersas naquela atmosfera.

Pois é que o coração vintage tem suas vantagens. Eu tenho muito para dar. Muito mesmo. Assim como o céu.

Eis que hoje me sinto como o esgoto do mundo.

Parece trágico, dramático, exagerado.

Pense: o esgoto faz parte da civilização, é uma consequência inevitável.

Logo, eu sou inevitável no meu estado de hoje.

Como inevitável, não implica em imutável. Posso deixar de ser/sentir-me como um esgoto.

Todavia, para tal, seria indispensável duas atitudes:

1) Evitar que resíduos continuem a ser despejados em mim, que como pura, torno-me esgoto do mundo. Isso acontece porque ele joga tudo de que precisa livrar-se para mim. Não faz sentido ir ao passo dois antes de cumprir este passo. É um passo muito válido porque eu poderia ser boa e especial se não fossem essas bactérias e substâncias patogênicas despejadas e mim. Tais como raiva, rancor, impaciência, arrogância, desmazelo, opressão, dentre outros.

2) Uma vez que já sou esgoto, preciso de um sistema de tratamento específico para livrar-me desse estado. Quem sabe, um pouquinho de atenção dos mais íntimos, quem sabe, visualizar uma luz no fim do túnel, quem sabe, sentir que não é uma ilusão a idéia de que posso voltar a ser pura em meu “núcleo” mais completo e simples, quem sabe, ser útil ao mundo.

Neste momento, há de se voltar ao passo um. Porque dá muito trabalho tratar das águas residuais do mundo - o esgoto. Então, seria bastante imponderável permitir tornar-me esgoto novamente e precisar trabalhar nisso. Permanecer repetindo, repetindo, repetindo…Realmente, não compreendo a lógica disso, apesar de ser o comportamento mais comum.

Pensar a respeito dessas sugestões pode desinfetar o mundo de muitos esgotos que não precisavam estar nesse estado, mas sim, abarrotados de funções positivas e brilho cristalino.

Reclamar das suas escolhas é covarde como contradizer a própria sombra.

Hoje o céu está nublado como o meu olhar. As gotas caem espessas e barulhentas, só servem para molhar. A alma do céu está carregada, só consegue chorar.

A hora de dormir é uma espécie de catalisador do ego. As vezes te arrebenta carregando tudo num mesmo momento. As vezes te poupa e permite alguma paz. É um sistema instável, como tudo que faz parte do emocional. E imperfeito. Pode voltar os mecanismos contra si mesmo.

Sistemática básica da resignação.
Inspiro: gritos
Expiro: paciência
Inspiro: raiva
Expiro: amor
Inspiro: tanta coisa ruim
Expiro: alguma coisa boa

Pior que não receber elogios é receber aqueles que você sente que são de mentira e tentar disfarçar o quanto isso ficou nitidamente perceptível.

Amanhã pode haver um traço no meu destino que capaz dividir minha vida em duas partes.
Eu não sei de qual das partes eu vou gostar mais.
Apenas aceito a divisão porque nem sempre se pode ter tudo ao mesmo tempo.
Ou como a laranja, ou bebo o suco.
No fundo, ambas são ótimas opções. Mas uma delas vai se anular para a outra existir.

Acho que um dia mereço ser, novamente, a razão do sorriso de alguém.
Sentimentos são eternos, eu juro.
Porém chega um momento - parece que as pessoas não se encaixam mais na minha vida.
É muito crucial, muito tenebroso, oblíquo de se pensar.
Por isso prefiro sonhar com sorrisos, gargalhadas novas. Não as tenho. Mas desejo dar início a muitas e em muitas pessoas.
O amor pode ser uma energia térmica e aconchegante, mas a alegria é nuclear e infinitamente mais acessível e poderosa.

Toda grande luz tende a gerar uma grande sombra ao que se opõe. Esse é o problema.

Essa noite não consigo dormir. A ansiedade perturba, batendo como o clipe de um grampeador. Me prende a uma vontade incontrolável de ver, passar perto, sentir uma história de amor. Não é que o amor tenha que ser comigo. Só vai ser uma pequena semente para me fazer crer, sem tantos receios, que existem pessoas realmente certas umas para as outras no mundo. Preciso acreditar que há relações inabaláveis. Que isso não é somente um conto de fadas de hollywood.

Eu costumo dizer que não tenho amigos além dos meus animais; sempre que estão perto de mim fazem de tudo para mostrar como minha presença os deixa feliz. Mesmo que eu esteja mal humorada.

O restante, são pessoas que compatibilizam comigo. Algumas por longo tempo, outras brevemente.
Fora isso, não posso esperar mais do ser humano. Pode até ser que eu recebesse visitas um dia no hospital. Mas a maioria só estaria presente, de verdade, se minha cama fosse um caixão.

Não queria voltar no passado! Queria que ele apenas fosse o meu futuro!

Eu nunca me encaixo. Eu quero. Tento muito. Empurro daqui, desloco dali, renovo acolá. Parece até que sou muito firme, dura, inflexível. Mentira. Sou fluida como qualquer líquido. Um pouco viscosa as vezes; quando não quero ir embora daquele espaço. Nessas horas sinto certa resistência em me desencaixar. Mas a gravidade a vida, as circuntâncias empurram. Desencaixo denovo. Meu objetivo tem sido evaporar. Porque, reflita: assim estarei em todo lugar e não vou precisar pentencer a encaixe nenhum.

Os dias podem ser cada vez mais cinzas, as noites podem vir acompanhadas de sombras estranhas, a vida pode pulsar cada vez mais desgastada. Ainda assim, eu não desisto do amor. Ele é o portal que me leva para um mundo aconchegante por alguns instantes, ao menos.

O Eu é o mestre do eu. Que outro mestre poderia existir?
Tudo existe, é um dos extremos.
Nada existe é o outro extremo.
Devemos sempre nos manter afastados desses dois extremos,
e seguir o Caminho do Meio.

O menor desvio inicial da verdade multiplica-se ao infinito à medida que avança.

O sábio procura a ausência de dor, e não o prazer.