Coleção pessoal de PensamentosRS
Nunca o mundo temeu tanto a falta de sentido como nossa época, justamente por tomar a si mesma como o sentido máximo de tudo que já existiu no passado.
Tem gente que vive. Nasce, cresce, estuda, namora, casa, tem filhos, se aposenta e morre. Talvez só a família sinta alguma falta.
Uma das maiores contradições do mundo moderno é nos ter legado mais vida e ao mesmo tempo não saber o que fazer com essa longevidade. A longevidade em si revelou nossa futilidade.
Assim como uma bela mulher fácil tomada pelos ares do entorpecimento, a modernidade dança à beira do abismo que ela mesma criou.
Talvez o sentimento mais característico de nosso momento atual seja uma mistura de tédio e compulsão.
Nunca se mentiu tanto no mundo como em nossa época. Aos poucos, ninguém mais acredita em ninguém porque todo mundo está no modo marketing de ser automático. A característica instrumental desse modo é que tudo é meio para se atingir um fim.
É urgente percebermos que o Poder Judiciário tem vocação à ação totalitária no contexto social e político quando não encontra freios e contrapesos ao seu exercício da lei.
O procedimento de atribuição da soberania na democracia é organizar instituições que legitimam uma competição por votos. Quem vence, manda. Logo, a democracia depende estruturalmente de trazer os idiotas para si porque eles são maioria.
Uma das causas de uma cultura ansiosa como a nossa é ser ela baseada, em grande parte, no mito do bem-estar existencial a partir do aumento de informação.
Se nos for dada a oportunidade de novo de linchar pessoas em público, o faremos sempre com gosto. Com a mesma fúria do passado.
Homens e mulheres são diferentes e irredutíveis um ao outro, mesmo que isso seja um problema para a igualdade perante a lei e o Estado de Direito.
A obsessão pelo dinheiro destrói qualquer espírito. O fato de não percebermos isso já é indicativo dessa destruição.
