Coleção pessoal de PensamentosRS
Música sertaneja: gênero escolhido por pessoas que sempre viveram na cidade, mas ganham dinheiro suficiente para comprar uma fazenda em Goiás.
Diplomacia: arte milenar de continuar falando de paz quando a guerra já devastou tudo e só resta fazer as contas dos estragos, das perdas, das mortes e das terras que serão roubadas pelo vencedor.
Neoliberalismo: novo liberalismo sem a sabedoria e a eficiência do velho, mas com a falta de compostura que caracteriza a acumulação primitiva do capital e as pilhagens depois que a terra foi arrasada e a ética morreu, o que permite taxas de acumulação diretamente proporcionais à barbárie usada.
Romance: narrativa de uma história que não aconteceu, poderia ter acontecido, não acontecerá e que, se for bem contada, será interpretada como mais acontecida do que muito acontecimento.
Uma visão irônica de si mesmo é a consequência lógica de viver no tempo flexível, sem padrões de autoridade e responsabilidade.
Se a negação da experiência fosse simplesmente um preconceito imposto, nós de meia-idade seríamos simplesmente vítimas do culto institucional da juventude. Mas a apreensão com o tempo está gravada mais fundo em nós. A passagem dos anos parece esvaziar-nos.
Pai e mãe são tudo, tudo mesmo, algo estratosférico, mais importantes do que qualquer estilo de vida.
Festa de família pode derrapar, abrir cicatrizes mal curadas, tirar cadáveres dos armários, avivar conflitos e pôr fogo em guerras não declaradas.
O dinheiro, depois de certa quantia, parece deixar de ser estimulante sexual. Já o poder funciona como um Viagra sem limite de idade.
Uma das ideias mais falsas que atravessam o discurso de Lula é a de que seu governo e sua história implicam combate aos ricos.
