Coleção pessoal de pandavonteese
Talento é quando um atirador atinge o alvo que os outros não conseguem. Gênio é quando um atirador atinge o alvo que os outros não veem.
A falta de outras coisas — ambição, desejo de sexo, dinheiro, prestígio, aplauso, popularidade — proporcionava uma visão mais pura. Não foi esse
desprendimento a verdade pregada por Buda? Talvez fosse, mas ele preferia o caminho dos gregos: tudo pela moderação,
Cada vez que respiramos, afastamos a morte que nos ameaça.(...) No final, ela vence, pois desde o nascimento esse é o nosso destino e ela brinca um pouco com sua presa antes de comê-la. Mas continuamos vivendo com grande interesse e inquietação pelo maior tempo possível, da mesma forma que sopramos uma bolha de sabão até ficar bem grande, embora tenhamos absoluta certeza de que vai estourar.
No chuveiro, não conseguia parar de pensar nele. Não de uma maneira piegas ou amarga. Apenas lembrando como fora ótimo. Realmente, embora ele me magoasse de uma maneira como nunca imaginei, não podia esquecer simplesmente como fora maravilhoso viver com ele.
O tempo passava. Lenta, muito lentamente, meus sentimentos começaram a mudar. A paisagem do deserto muda muito gradualmente, enquanto leve brisas erguem grãos de areia e os movimentam algumas vezes poucos centímetros, outras muitos quilômetros, de modo que no fim do dia, quando o sol se põe, a face do deserto está completamente diferente da paisagem que havia de manhã, quando o sol se levantou sobre ele. Do mesmo modo, minúsculas mudanças ocorriam em mim.
Eu me sentia como se estivesse no inferno.
E compará-lo com o inferno de outra pessoa não diminui em nada a dor do meu.
- Ei, papai, me dá uma carona até a casa de Linda?
- Helen, não sou motorista- respondeu papai, com voz firme e severa.
- Papai, não lhe perguntei o que você faz para ganhar a vida. Sei qual é sua profissão. Simplesmente pedi a você uma carona.
Já ouvi falar de pessoas que chegam atrasadas ao seu próprio enterro, mas tive a distinção incomum de chegar atrasada ao meu próprio nascimento.
Mas, se as pessoas se comportassem como vítimas, tornar-se-iam vítimas. Se esperassem que o pior acontecesse, então ele invariavelmente aconteceria.
Isso se explica pelo fato de que a imagem que você tem do que quer fazer sempre é incomparavelmente superior às cópias a que você tenta dar forma com as mãos.
A paciência é uma maldição de família. Há sempre um coringa que não se deixa iludir. Quem quer entender o destino, tem de sobreviver a ele.
Criaturas são belas, mas todas perderam a razão, exceto uma. Só o curinga do jogo não se deixa iludir.
Não é o castelo de areia a coisa mais importante na brincadeira da criança. O mais importante é a imagem de um castelo de areia que a criança tem na cabeça antes de começar a construir o castelo. Por que outra razão você acha que ela destrói com as mãos o castelo que acabou de construir?
O sopro do tempo nos perpassa, nos carrega e se incorpora a nós. Depois de desprende de nós e nos deixa cair. Somos arrebatados como num passe de mágica e depois novamente abandonados. Sempre há alguma coisa fermentando, à espera de tomar nosso lugar. Isso porque não temos um solo firme, sob os nossos pés. Não temos sequer areia sob os nossos pés. Nós somos areia!
Mesmo quando toda a nossa mente está repleta de algo, quando estamos dilacerados por alguma tristeza profunda, ou quando todo o nosso poder intelectual se acha absorvido por algum problema, o sonho nada mais faz do que entrar em sintonia com nosso estado de espírito e representar a realidade em símbolos.”
Se nosso cérebro fosse tão simples a ponto de podermos entendê-lo, seríamos tão tolos que continuaríamos sem entendê-lo. Por exemplo, existem cérebros muito mais simples do que os nossos. Podemos entender como funciona o cérebro de uma minhoca. Pelo menos em grande parte. Mas a minhoca mesma não é capaz de entendê-lo. Seu cérebro é simples demais para tanto.
Para mim era estranho, que nós pessoas tão inteligentes para tantas coisas - por exemplo, para pesquisar o universo e a estrutura dos átomos -, não soubéssemos mais sobre nós mesmo.
Como é importante ter os olhos bem abertos para tudo, mas que não existe nada mais importante do que estar na companhia de alguém que a gente ama.
Vivemos nossas vidas num incrível mundo de aventuras, pensei. Apesar disso, a grande maioria das pessoas considera tudo isso "normal". Em compensação, vivem em busca de algo fora do normal: anjos ou então marcianos. E isso se explica pelo simples fato de que elas não consideram um enigma o mundo em que vivem.
Para mim a coisa era completamente diferente. Para mim, o mundo era um sonho muito estranho, e eu vivia em busca de uma explicação racional qualquer para esse sonho.
Todas as rainhas estavam a praça também. Andavam a passos pequenos por entre as casas e de vez em quando olhavam-se em espelhinhos. A impressão que tive foi que elas se esqueciam de quem eram com tanta rapidez e tanta frequência que tinham de ficar se olhando no espelho