Coleção pessoal de ninhozargolin

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Entre o verbo e o véu há mais vãos do que filosofia e região são capazes de preencher com crenças acolhedoras ou duras racionalidades.

⁠Quando a verdade chega atrasada, o equívoco já decorou a casa.

⁠Quem espera o tempo certo não chega: já está.

⁠Toda despedida é um nome que se desfaz no ar.

⁠Quando o silêncio agradece, é sinal de que a troca valeu.

⁠Há gestos que vestem a alma com a leveza que o espelho inveja.

⁠Às vezes, perguntar é tocar sem encostar.

Chegar também é acender uma vela onde antes havia breu.

⁠Em um mundo de grilhões invisíveis, quem planta consistência colhe liberdade.

⁠É preciso resistir com delicadeza à dança que a morte performa ao redor de todos e cada um de nós.

⁠Sem bilhetes de volta, somos convocados para uma viagem sofrível, sobre ponte defeituosa, envernizada pelas tintas do mistério.

⁠Interpretar sentimentos alheios é canção entoada em idioma desconhecido: as harmonias devem ser sentidas.

⁠Há um instante em que a consciência se afasta do eu cotidiano como um satélite silencioso.
Pode-se ver a si mesmo do lado de fora.
E o que se vê não é um corpo —é uma trama de memórias, desejos, perdas e vírgulas mal colocadas.
Não é estar em órbita, mas em colapso lúcido. É olhar para o que foi, para o que escreve, para o que sentiu e tudo parece belo, frágil e profundamente irrelevante — mas ainda assim, digno de ser registrado.
É feito um efeito. Talvez, overview. E é interno.

⁠A melhor forma de questionar(-se) é formular perguntas para ver se a resposta ainda tem coragem de existir.

⁠Estar é um fardo. Ser é sofrimento em estado constante, apesar das alegrias tão embriagantes quanto efêmeras.

⁠A sociedade caminha claudicante sobre as pernas de suas boas ações pela metade.

⁠Uma dúvida bem sentida é melhor que uma certeza sem alma.

Ao sentir a solidão, a ⁠andorinha ferida, mesmo sem fazer verão, ensina os filhotes a voar com raiva e ternura.

Deve-se abraçar o mundo no compasso de quem repele o que desgasta.

Entre asas e traumas, voa o silêncio do que nunca foi dito.