Coleção pessoal de Negreiros

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⁠SERTÃO EM CHAMAS

Aguenta Umburana.
Suporta Umbuzeiro.
Que o Bombeiro tá chegando
Pra acabar com esse braseiro.

Corre Susuarana
Foje Veado Campeiro.
Que o Bombeiro tá chegando
Pra acabar com esse braseiro.

Resiste Xiquexique.
Força Catingueiro.
Que o Bombeiro tá chegando
Pra acabar com esse braseiro.

⁠"Quem adoça a boca de meu filho, na minha põe mel."

"⁠Sou Super-Homem, mas não sou de ferro ."

⁠"O melhor presente é a presença."

⁠O voto é uma arma que durante as eleições uns usam pra votar e outros pra assaltar.

Militar não tem folga. E, sim, descanso ativo.

Bom é ir, melhor é voltar.

A Fé foi, é e será a única arma que Jesus Cristo nos deixou para enfrentar nossas batalhas.

NO MEU SERTÃO

Hoje no meu sertão o Bode tem que estar cercado, amarrado, vigiado, caba armado, acordado e com os olhos arregalados e ainda assim o Bode é roubado.

NAVE NEGREIROS

Alves! Belo é teu poema
Mostrasse de forma plena
Os horrores e as tormentas
Vividas naquele lugar

As noites sangrentas
Os dias de terrores
Que tardavam a passar

Mas, há de haver controversas.
Nave que liberta?
Ou Navio pra escravizar?

Não eram animais selvagens
Que ali habitavam
Eram homens de pele negra
Que por ali passeavam

Os grilhões que hoje
Insisti em nos aprisionar
Reacende a chama
De um futuro melhor
Para aquele que virá

Rotas que levam mundo a fora:
América, Ásia, Europa.
Todo sofrimento que nos assola
Já teríamos vividos em outrora
A busca do novo é que nos consola

Nave Negreiros não tarda a chegar
Muitos morrem sem te encontrar

Por aquele que com o dom da sabedoria
O brio do Rei possa apagar
E por influência do curandeiro
Vão lhe sacrificar

Por aquele pensador ao crer
Em um único Deus supremo de paz e amor
Será condenado e morto
Por um Rei cruel e ditador

Por aquele jovem guerreiro
Que por ordem de um vil curandeiro
Vão lhe sacrificar
Para o Deus da Guerra, acalmar.

Nave Negreiros não tarda a chegar
Muitos morrem sem te encontrar

Por aquelas belas meninas
Que por inveja da rainha
Aos Deus da Primavera
Vão lhes ofertar

Por aquele valente guerreiro
Que por expressar seus sentimentos e desejos
Vão lhe aprisionar por questionar
E ao pô do sol, executar.

Por aquelas mulheres magras e feias
De pobres tetas
Que Reis e Guerreiros rejeitam
Vão morrer de trabalhar

Nave Negreiros não tarda a chegar
Muitos morrem sem te encontrar

Para aqueles pobres e desagregados negros:
Nave Negreiros
Para aqueles ricos e chefe guerreiros:
Navio Negreiros

Por mais que padeça
Nessa dolorosa jornada
Sair a busco de algo
É melhor que permanecer sem nada

O chicote que mim açoita
Não arde mais que minha esperança
A sede que me mata
Jorra água na minha perseverança

Nave Negreiros não tarda a chegar
Muitos morrem sem te encontrar

Vislumbro delírios
Em uma nova aurora
Nave que tanto sonhos decolam
Na busca de algo que não se sabe agora.

Nave Negreiros
Nave náutica de viés econômico
Agora transportas sonhos
Desses descartáveis escravos
Riquezas de muitos

Instrumentos ideológicos do desenvolvimento
Justificativas de transações sociais
Para atender necessidades
Humanas e comerciais

Nave Negreiros não tarda a chegar
Muitos morrem sem te encontrar

Fora da ordem genealógica
Sem clãs e linhagens
Para sempre servo e escravo
De uma obscura barbárie desumana

Negros e Negros
Travam-se uma batalha
Na busca de uma perdida
Identidade Africana

Panteão dos Deuses
Protegeis esses pobres negros
Da vil ganancia
Do poder e do dinheiro

Nave Negreiros não tarda a chegar
Muitos morrem sem te encontrar

Ala central do teu porão negro
Neste transepto cruzeiro
Nave, Nave, Nave ...
Nave Negreiros

Não tarda a chegar.

ENSINA-ME

Mãe! Passa-me a mão na cabeça!
Mãe! Puxa-me as orelhas!
Mãe! Fala-me a oração “Deus te guarde e proteja”!
Mãe! Dai-me chineladas nas canelas secas!
Mãe! Beija-me a face com tua pureza!
Mãe! Repreende-me com aquele olhar de cara braba e feia!
Mãe! Abraça-me com toda delicadeza!
Mãe! Chama-me atenção com teu beliscão!
Mãe! Ajuda-me, preciso disso para as incertezas!
Mãe! Aconselha-me com tua pura razão!
Mãe! Dai-me palmadas nas mãos, mesmo que doa em teu coração!
Mãe! Ensina-me.

BANHO DE NEBLINA

Compostas gotículas
Bruma, Névoa, Neblina
Jato maravilhoso
Alimenta minha adrenalina
Protejendo-me
Como uma capa divina

Banho protetor
Aos Bombeiros se destina
És, rejuvenescedor
Desta batalha contínua
Recém-promovidos
Vida, trabalho e sina.

Imensas Gotículas
Que o ar padroniza
Formando esse manto
Proteção divina
Refrigeração, acalanto
Banho que eterniza

Vapor de água
Condensando vida
Recém-nascidos
Fumaça líquida
São Bem-sucedidos
Neste Banho de Neblina

Neblina! Viatura ABT
O Poeta assim a batiza
Homenageando aquela
Que entre tantas se eterniza
Guardada na memória
Por toda nossa vida.

Marte! A Terra do amanhã.
Marte! A Terra amanhã.
Qual das frases iremos escrever no futuro da humanidade?

CACHAÇA PIRIRI

Tomei uma cachaça
Chamada Piriri
Quatro dedos de medida
Saie do mundo daqui
Virei Extraterrestre
Nocauteei Morram Dali
Empurrei Maik Tayson
Provoquei Bruce Lee
Cantei e dancei
Melhor que Elvis Presley
Discursei na Praça
Abafando Net King Cole
Falei das Sagradas Palavras
Emocionando o Rei Davi
Depois de minutos
Voltei em si
Todos estavam a sorrir
Logo percebi
Tomei outra lapada
Pra tudo se repetir.

ITÁ E KINGA

Itá é duro rochedo
Que pra tudo se destina
E quando bem aguçado
Corta de grossa a fina.

Kinga melaço doce
Candura de menina
A Irmã Companheira
Encanto de alma feminina.

O corte de cana
Vida, trabalho e sina.
Fortes e valentes
Cumprem o que o destino determina.

A Missa, Futebol e Forró.
As coisas que os anima
Mas se provocados
Nego vai pra lazarina.

Como muito carisma
Vivem em plena união
Logo todos cometam
Que belo exemplo de irmão.

Pelos arredores e região
Muito comentário se formulou
A Popularidade dos irmãos
Feito vendaval se espalhou.

Políticos sem prestígios
Uma oportunidade vislumbrou
Enviando relatos dos fatos
Ao gabinete do Governador.

Sabido e aproveitador
Logo uma comissão
Com boas e más intenções
O dito cujo nomeou.

O povoado que nem nome tinha
Foi feito umas contas
Com poucas e muitas mentirinhas
Agregando povoados que lhe circunvizinha.

Foi criado um Decreto
Homenageando os irmãos Itá e Kinga
No dia 20 de dezembro do 1963
Fundando o Município de Itaquitinga.

GENTIL GENTILEZA

Comida farta em nossas mesas
O Profeta José Datrino
Servia pra saciar
A fome da indelicadeza.

Sem discriminação
Sentavam todos na mesma mesa
Banquete divino
Tendo a paz como sobremesa.

Homens e Mulheres vitimam incondicionais
Desta infame pobreza
Que devora e mata
A maravilhosa obra, criada pela mãe natureza.

Palavras e gestos
Seus bens, com certeza.
Rico tesouro, compartilhado com todos.
Numa gentil gentileza.

Profeta Poeta
Que ensinou com a sutileza
Anunciando aos quatros cantos
Que gentileza gera gentileza.

MEU MUNDO

Um grão de areia perdido
Um coração recém-nascido

Um olhar despercebido
Um caminhar sem sentido

Um grito oprimido
Um amor divido

Um cristo vivo
Um dilema vivido:

De onde vim
Pra onde irei

Antes de
Teres-me

Consumido.
TERRA!!!!!!

TERRA!!!!!!
TERRA!!!!!!

ESTRADAS PARALELAS

Nasci com o destino
Pronto e traçado.
Menino tonto e santo
Esperto e safado.

Cresci, não houve jeito.
Hoje, homem feito.
Trago essa sina comigo
Cravada dentro peito.

Amei, namorei e casei.
Num bom sujeito me transformei
Certo que tudo tinha passado
E meu destino sacramentado

Apareceu alguém que desde sempre
Paralelamente, caminhava ao meu lado.
Nossos rumos pelo destino foi traçado
Bem traçado!

Mesmo em estradas paralelas
O encontro estava predestinado.
As regras da matemática ficaram no passado
E nesse ponto ficamos juntos, deixamos de ficar lado a lado.

Minha filha e mulher me perdoem
Pai e mãe me abençoem
Se existe um culpado
Foi o destino que pelos caminhos é o responsável

Hesitei, tentei, busquei
Todas as formas do imaginário
Juntei todas as forças
Para sair desse traçado

Fui ao extremo
Mas o músculo fadigou
Corri em tangente
Mas a perna travou

Agora lançado à sorte
Se é pra vida ou pra morte
Apostar eu vou
Ah! Eu vou.

BEIJO DE MÃE

Doçura sem igual
Canto de colibri
Puro, natural
Saboroso néctar
Da flor matinal
Dado ao homem
Prazer fenomenal
Indescritível momento
Sentimento universal
De pai é maravilhoso
De mãe é descomunal
Momento de deuses
Divino, celestial
Sereno e simples
Poema de Natal

ADEUS AMIGO

Chame-me meu amigo
Quero ter uma prosa com ele
Amigo véi,
Tá chegando minha hora
Findou meu caminhar
Gostei da jornada, não tenho nada pra reclamar.
Fiz quase tudo que estava previsto
Fiz também alguns imprevistos
Mas nada que possa me envergonhar
Li o livro todinho, não deixei nenhuma página passar.
Umas eu conto, outras é melhor não contar.
Amigo véi,
Cabra valente, nunca me faltou com a palavra dada.
Ferro na casa de ferreiro, amigo de dores e festejos.
Comemore a minha ida com alegria e fale pra todos do amigo que tinha
Amigo véi!
As dores tão querendo atrapalhar
Os olhos teimando em fechar
Mas já tô no dia e no lugar.
Ora, O momento pode esperar.
Amigo véi
Quero me desculpar
Porque minha amizade nunca conseguiu, com a sua empatar.
Mas, fico feliz sabendo que a sua tá em primeiro lugar
Amigo véi!
A hora acabou de chegar
A ordem vêi lá de cima e eu não posso questionar
Faça-me o último favor
Chame todos pra cá
Mulher e filhos fiquem com Deus
Adeus amigo
Amigo adeus