Coleção pessoal de nataliarosafogo1943

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rasurei a lembrança de mim, para ver se a saudade me abandona... perdi-me nas décadas que nos separam, hoje não lembro mais!

Sempre que o amor me assalte, que eu morra de amor, amando! Mas se o desdém acerta em cheio, fica a saudade de permeio, e o coração chorando...

estes beijos em teus lábios, são fogo onde me arremesso para morrer d'amor...

nos rochedos da alma há pássaros estranhos que me perguntam se terei vivido..

quando jovens a vida é tão simples como respirar os dias sempre iguais competindo com a suavidade das nuvens...

teço e desteço o sonho, vivo e desvivo a vida que lentamente me fecham as portas...

sobre a planície da minha existência, já se amplia o entardecer...

já não há trigais loiros, já morreram as papoilas, só os sonhos sobrevivem em mim com o cheiro a tomilho e alecrim...

olho os choupos do rio, sinto-me melancólica, saudosa ao ouvir das folhas o rumor, e o canto dos rouxinóis com os corações cheios d'amor,

nasci rio, morro mar...não pedi para nascer, e a morte não tenho como vencer...logo a hora vai chegar.

há palavras tão frescas como a maresia...aquelas que anunciam beijos, abraços, e fazem sonhar...e há palavras lacrimejantes que fazem arrepiar-nos por dentro levando o pensamento à obscuridade

quando minha mão cessar e só lembrar meu esquecimento, e se ensombre o olhar, da minha boca sairão palavras frias, matando o silêncio, ainda que tudo seja surdo ao meu redor...

reconstruo sonhos, embriago-me até à última gota, não deixo que o futuro se torne num fio do meu pranto.

só o sonho me fará feliz, enquanto vôo por entre tílias que perfumam meu coração.

prendem-se me os passos quando quero romper as ondas deste mar que é minha vida, as alegrias afundam-se, mas o verde do olhar
ainda é tomado de esperança...

vou nascendo a cada dia, sobretudo nos dias que me dão a mão, pouco a pouco vou silenciando até que o mundo se esqueça de mim...

indiferente ao crepúsculo do dia, vou-me transformando num deserto sem memória, a ver-me de mim mesmo, a perder-me...

há sempre um dia que a solidão enfastia, e o pensamento se perde, mas continuo presa a um fio de vida...e m' acolho na saudade.

foi-se o tempo de sonhar o verde, agora a vida dilui-se sonhando com essa alegria antiga...

as palavras são como gaivotas, dão asas ao voo do sonho, espreguiçam-se nos meus ouvidos, derrubam os meus limites , recordam-me com doçura tudo aquilo que perdi.e, surpreendem-me com a esperança do que ainda me resta viver...